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Participe da nova seção do GLOBO ‘Conte sua história de amor’! É só mandar seu relato, com no mínimo 3 mil caracteres e no máximo 5 mil, para o e-mail [email protected]. É preciso se identificar e mandar um telefone para contato. No entanto, caso prefira, a publicação pode ser anônima. As histórias selecionadas pela nossa equipe serão publicadas a cada 15 dias na versão digital (às quintas-feiras) e impressa (aos sábados) do jornal. Não é preciso ser escritor, apenas ter um conteúdo verdadeiro, vivido por você e com emoção genuína. Qualquer tipo de amor vale a pena!

Confira a história desta semana, no depoimento de Fernanda Girão Yoti:

"Tudo começou com a vontade de ter mais um filho. Meu coração tinha espaço e amor pra dar para mais um bebê, e na esperança de que fosse uma menina, lhe daria o nome de Cristal!

Mas o sonho e vontade era só de uma das partes, já que o marido sempre repetia, como que para me convencer, de que ele já tinha dois filhos, o nosso e a filha do primeiro casamento, e não queria mais. Mas eu não concordava muito com esse argumento dizendo que quem tinha dois era ele e não eu, mas nem essa fala foi capaz de mudar sua decisão e, para me consolar, falou que iria me dar um cachorro, pois cachorro não ia para a escola, podia ficar sozinho em casa e era mais fácil de cuidar.

Ledo engano! Ele só não sabia que o cachorro seria cuidado como um filho ou melhor filha, pois ganhei a peludinha mais linda da raça Shitzu, branca e cinza a quem dei o nome de Cacau! E ela era minha bebê quando chegou, a filha que não tive estava ali e ai de quem dissesse que era somente uma cachorrinha!

Ela era minha Branquinha ou Neneca, apelidos que dei carinhosamente e ela sabia que era ela, pois quando eu a chamava assim, olhava e vinha ao meu encontro! Coisa linda de mamãe! Cacau foi tratada como uma princesinha: eu dava banho, colocava roupa, perfumava, penteava e ainda colocava laço! Como era bom cuidar da minha filha! E ela também cuidava de mim com seu amor, lambidas de agradecimento depois que comia, me seguia pela casa toda, cochilava em cima dos meus chinelos, porque quando eu levantasse, ela acordava e ia atrás! E era um grude grude que até dormia entre meus pés, sem se importar de levar um chute na madrugada — mas isso não acontecia porque instintivamente, eu sabia que ela estava ali e quando me mexia, tomava o maior cuidado. Sabe aquele ditado: “pé de galinha não mata pinto!” Pois é!

Cacau foi uma filha muito especial, fazia tantas gracinhas, parecia até que sabia que tinha nascido para mim de tanta conexão que tínhamos. Eu a ensinei a brincar de “limpar o chão” (brincadeira em que ela segurava um brinquedo comprido com a boca e eu a arrastava deitada e falava Cacau vai limpar o chão?) Era muito engraçado!

E a coçadinha nas costas dela que eu fazia e quando eu parava e perguntava se ela queria mais, ela dava um latido de sim! Era muito fofa! Mas uma coisa transformava a fofura dela em rosnado e até mordida: mexer na comida dela! Ninguém ousava, nem eu pois não queria buracos nas mãos feitos por aqueles dentinhos fininhos. E mesmo com esse temperamento, a fofura predominava, porque qualquer um que chegasse e perguntasse, "cadê a barriguinha, Cacau?", ela virava a barriga para cima a fim de ganhar um carinho!

Com quatro meses ele me deu um susto quando fugiu de casa, aproveitando o portão aberto. Quase morri, mas graças a Deus a vizinha estava varrendo a calçada, a reconheceu e nos devolveu! Isso porque ela adorava uma rua, pois quando eu perguntava: “Neneca, vamos na rua?” Ela respondia um sim com vários latidos!

De uma coisa ela tinha medo: relâmpagos e trovões! Tadinha, se tremia toda e mesmo que eu a abraçasse para acalmá-la só adiantava quando a chuva parava mesmo.

A sintonia era tanta entre nós que, quando eu chegava do trabalho, ela já estava me esperando e quando eu entrava em casa, me recebia dando duas rodadas ao redor dela mesma, de felicidade de me ver. E depois partia para os pulos e lambidas!

Em meio a tanta fofura, Cacau teve alguns probleminhas de saúde e para meu desespero de mãe, teve que operar três vezes cálculo na bexiga. Mas eu não falei que ela era especial? Sim, pois ficava quietinha de barriguinha para cima quando eu fazia os curativos! Que filha boazinha! Sabia que eu cuidava para o seu bem.

Conforme ela ia crescendo, o amor dentro de mim ia se multiplicando... e que amor! Falo isso porque anos atrás meu sogro queria me dar um labrador, mas naquela época eu não queria saber de cachorro, porque nunca tinha convivido com um, então taxativa falei que se entrasse cachorro em casa, eu sairia! E o marido acatou, claro, e só depois do amor da Cacau que percebi como esses seres são abençoados e maravilhosos e hoje posso dizer em alto e bom som, que não vivo sem uma peludinha! É um amor intenso nosso e incondicional deles. Onde só querem cuidados e amor!

Amor que minha Cacau me deu, por 13 anos, e amor que Milly e Mel me dão há 9 anos e 11 anos, respectivamente! Se lá atrás eu tivesse tido outro filho, talvez não conhecesse o amor mais puro que uma filha de quatro patas pode dar! Então, palmas para o marido! "

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