Melhor chef do mundo, Janaína Torres exalta a comida brasileira em receita rápida com milho

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— A cozinha brasileira é muito versátil. É uma das cozinhas mais ricas do mundo, porque mesclamos saberes ancestrais dos povos originários com as populações que imigraram para cá. Precisamos preservar isso — afirmou a coproprietária do restaurante A Casa do Porco, eleito o 12º melhor do mundo, pelo mesmo ranking.

Para exaltar a identidade cultural brasileira, a chef escolheu o milho (em farinha, fubá ou a espiga ralada) do Projeto Crioulo como base de um cozido que levou ainda ingredientes como ora-pro-nóbis, aipo, salsão, alcatra e cenoura. Ela destacou ainda a importância de evitar produtos industrializados.

— Queremos sabor, mas também valor nutricional. A gente acaba comprando alguns produtos prontos pela facilidade, mas a verdade é que muitos podem ser feitos em casa, não precisa comprar tudo em supermercado — disse Janaína. — Quando eu era criança eu fazia as coisas porque não tinha dinheiro pra comprar pronto.

Em um momento de bate-papo com o público, a melhor chef do mundo revelou ainda que pensa em abrir uma filial do Bar da Dona Onça no Rio de Janeiro.

— Muita gente pergunta por que não abro, eu tenho vontade. Adoro o Rio de Janeiro! — exaltou.

No Auditório Senac, ao lado, a chef Heaven Delhaye, à frente de um dos quiosques mais concorridos desta edição no evento, seu Heaven Cucina, preparou um risoto de costela com espuma de parmesão. Ela ensinou o passo a passo, desde o mise-en-place até como fazer o caldo.

— O segredo do risoto é ficar ali do lado, dar carinho, atenção. Tem que deixar o arroz absorver o líquido antes de entrar com a próxima leva, e mexer muito. Ele vai ficar super cremoso e não precisa finalizar com creme de leite, a cremosidade vai ser do próprio grão que libera o amido — aconselhou a chef.

Mais cedo, o endocrinologista Fabiano Serfaty falou sobre a importância da alimentação saudável para se viver por mais tempo e com qualidade, como nas chamadas Blue Zones. Ele conversou com a plateia ao lado do chef Bruno Hamad, que criou para a aula o prato 100 anos O GLOBO para 100 anos de longevidade, que ensinou a preparar ao vivo. A receita levava bottarga, brotos orgânicos, caldo de legumes, cenoura, couve, frégola sarda, misso, pimenta-do-reino, sal e tofu.

A programação do dia teve ainda uma aula doce com o chef confeiteiro do Nolita, Felipe Appia, lotada de crianças, que aprenderam a preparar um bolo de pão de mel; um duelo de empanadas com o chef argentino Gonzalo Vidal, que veio este ano no estande do Rocka Búzios, e o boliviano Checho Gonzales; e uma degustação de vinhos da Miolo Safra 2002, com o enólogo Adriano Miolo, enter outras.