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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 13/11/2024 - 16:47

"Gladiador 2: Decepção na Continuação"

"Gladiador 2" dirigido por Ridley Scott, com Paul Mescal e Pedro Pascal, decepciona em relação ao original de 2001. Repetição da trama sem o mesmo impacto visual e atuação, além de tentativa falha de atualização política. Apesar de ser divertido como filme de ação, não supera seu antecessor em essência e qualidade.

Sequências de filmes de sucesso invariavelmente levam a um mesmo tipo de pergunta. O povo sempre quer saber: é melhor do que o primeiro?

No caso de “Gladiador II”, a resposta é definitivamente “não”. E não tem nada a ver com aquele papinho de que as continuações nunca superam os originais — obras como “O Poderoso Chefão 2”, “O Império contra-ataca” e “Toy Story 2” já desmentiram o aforismo. O maior problema da segunda empreitada do diretor Ridley Scott na Roma entre os séculos II e III é que ele praticamente repete a trama do filme que ganhou cinco Oscars em 2001, mas sem o que “Gladiador” tinha de melhor.

A primeira produção já chegava impressionando pela recriação do Coliseu em seus momentos épicos. Hoje parece tudo muito normal, é só um garoto fazer um pedido simples a uma ferramenta de Inteligência Artificial que o computador cria complexas cenas realistas. Mas há 25 anos não era assim. Vivíamos num tempo em que avanços tecnológicos se destacavam no cinema. “Gladiador II” é lindão, mas é só mais um entre muitos filmes de efeitos visuais. Naquela época, ele era o filme dos efeitos visuais.

Aí vinha a história cheia dos clichês que todo mundo adora: uma aventura clássica de herói que vai até o fundo do poço, mas que dá a volta por cima e encontra sua vingança. O protagonista, o general Maximus (Russell Crowe) era cativante com aquela cara de obstinado e sua retidão moral. O vilão, o imperador Commodus (Joaquin Phoenix), era uma maravilhosa sátira de líderes totalitários lunáticos. As atuações da dupla construíram uma rivalidade antológica. Ainda hoje, cenas e falas deles são usadas como meme.

“Gladiador II” tenta repetir o mesmo percurso. O novo filme se passa 20 anos depois das mortes de Maximus e Commodus, com o outrora pequeno Lucius assumindo o papel do herói (vivido por Paul Mescal, sem o brilho de Crowe). Assim como aconteceu com Maximus no primeiro filme, no segundo Lucius é escravizado, vira gladiador e vai atrás de vingança. Denzel Washington e Pedro Pascal se juntam ao enredo com papéis relevantes e atuações protocolares.

O novo filme tenta, ainda, atualizar a mensagem política, enfileirando seu roteiro com falas sobre sistemas de poder, representação popular e corrupção. Mas a mensagem, se houver alguma, fica meio esquecida entre as batalhas no Coliseu. Não tem problema algum uma obra de arte evitar tratar de política; o que fica esquisito é ela forçar a barra para sugerir analogias políticas.

Em todos esses aspectos, a comparação é inevitável, e a nova produção sai perdendo por muito. Agora, se a ideia for assistir a um filme de ação, está tudo certo, podem colocar no cartaz que “Gladiador II” é divertido.

Bonequinho olha.

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