Polícia investiga se grupo que matou família em Paty do Alferes é o mesmo responsável por ataque a PM em cidade vizinha
Foram mortos Giliarde Costa Fontes, sua mulher Cosuelo Teixeira Vieira e o filho deles, Diego Vieira Fontes, de 4 anos
RESUMO
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GERADO EM: 23/12/2024 - 15:11
Conexão entre crimes choca Paty do Alferes
Polícia investiga conexão entre grupo que matou família em Paty do Alferes e ataque a PM em cidade vizinha. Dez homens armados atacaram família em barbearia, resultando em mortes. Um suspeito preso, armas apreendidas. Conexão com facção criminosa do Complexo do Alemão. Paty de Alferes chocada com a violência, raramente registrando homicídios.
A Polícia Civil investiga se os dez homens que metralharam com tiros de fuzil um casal e uma criança de 4 anos, na noite de sábado, em Paty do Alferes, no Centro-Sul Fluminense, pertencem ao grupo criminoso apontado como responsável por outro ataque na cidade vizinha. Em janeiro, criminosos evolvidos em uma expansão do Comando Vermelho (CV) atiraram contra um policial militar em Miguel Pereira.
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Na ocasião, os criminosos que atiraram contra o PM teriam saído do Complexo do Alemão para tentar expandir os negócios da facção para a região. O agente conseguiu sair do veículo e trocou tiros com o grupo. Apesar do carro ter sido atingido várias vezes, o policial escapou ileso.
A suspeita de que o mesmo grupo está por trás da morte de Giliarde Costa Fontes, de 36 anos, Cosuelo Teixeira Vieira, de 40, e Diego Vieira Fontes, de 4 anos, começou porque um traficante da região foi associado aos dois ataques. Ele estaria abrigado no Complexo do Alemão, mas não teve a identidade revelada para não prejudicar as investigações.
Família estava em barbearia
A família assassinada estava em uma barbearia no momento do ataque. Giliarde seria o principal alvo da ação que envolveu dez homens armados. Ele estaria armado, e segundo informações iniciais recebidas pela 96ª DP ( Miguel Pereira) tentou reagir para proteger a mulher e o filho.
O agricultor morreu do lado de fora do salão. Uma pistola calibre 380, arma de que ele teria registro, foi levada pelos assassinos. Segundo moradores, o ataque aconteceu pouco depois das 19h. Os bandidos estavam em dois carros pretos, uma Fiat Toro e Outlander Mitsubishi. Os automóveis fecharam a pista da Avenida Sesquicentenário, no Bairro Arcozelo, bloqueando a passagem de outros veículos. Em seguida, bandidos armados de fuzis dispararam em direção à barbearia.
Barbearia em que família foi assassinada em Paty do Alferes tem buracos de tiros no teto
Após o crime, a Polícia Militar e a Polícia Civil identificaram, por meio de câmeras de monitoramento, os dois carros usados pelos criminosos e acionaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os veículos foram interceptados na Rodovia Presidente Dutra, na altura da divisa entre São João de Meriti e Belford Roxo. Durante a abordagem, ao menos dez homens desembarcaram dos carros e atiraram contra os policiais, dando início a uma intensa troca de tiros.
Um dos suspeitos, Pedro Vitor Lemos Azambuja, foi preso na ação. Ele alegou informalmente ter sido contratado pelos criminosos apenas para dirigir um dos veículos. Azambuja foi autuado em flagrante por triplo homicídio e porte ilegal de armas de calibre restrito. Os demais envolvidos conseguiram fugir.
Na ação, foram apreendidos três fuzis, uma pistola, mais de dez carregadores, centenas de munições, rádios transmissores, telefones celulares, uma faca e acessórios táticos, como uma máscara realista. Os dois veículos usados pelos criminosos também foram apreendidos e periciados.
Além disso, um Versa, veículo do agricultor que estava estacionado próximo à barbearia na noite do ataque, foi periciado. O carro apresentava perfurações nos vidros, lataria e porta-malas causadas por disparos.
Em post numa rede social, uma prima de Cosuelo diz que vai sentir muitas saudades dela e das conversas. "Muito difícil saber que você não está mais entre nós", lamenta.
Última morte havia sido em julho
A violência dos assassinatos do casal e da criança chocou os cerca de 29,6 mil moradores de Paty de Alferes. O município não está entre os mais violentos do Estado do Rio de Janeiro. Pelo contrário. O último assassinato ocorrido em Paty de Alferes havia sido registrado em julho. Antes do triplo homicídio, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a cidade contabilizava apenas cinco assassinatos, desde o início de janeiro.
Com o crime deste sábado, o município tem em 2024, oito assassinatos contabilizados. Nos últimos quase cinco anos (entre janeiro de 2019 e novembro de 2024), o maior número de homicídios ocorridos em um ano era de sete mortes, todas registradas em 2020. Já de 2003 até este sábado, foram registrados 42 assassinatos na cidade. Significa dizer que, em média, houve um homicídio a cada seis meses no período citado acima.
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