Roubo de veículos aumenta 53% no Rio e chega ao maior número dos últimos cinco anos

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O aumento expressivo de roubo a veículos aconteceu sobretudo no segundo semestre de 2024. Somente de julho a novembro, último mês com dados consolidados, foram cometidos quase 54% desses crimes no estado. Os números mostram que as áreas de delegacias da Baixada Fluminense lideram esse ranking: a região da 54º DP (Belford Roxo) já registrou quase 1,7 mil roubos neste ano. As duas delegacias de Duque de Caxias (59ª DP e 60ª DP) aparecem logo depois. Somados, os roubos a veículos nessas três regiões são 17% de todo o Rio.

Os dados mostram que na região da 60ª DP, o roubo de veículos já bateu o pior recorde da série histórica. Antes os piores números foram registrados em 2014, mas ante mesmo de dezembro acabar, em 2024 já foram registrados 1.451 crimes, cerca de 132 por mês.

Na capital, a região da 19ª DP (Tijuca) também teve piora nos índices. Este ano os casos de roubos a veículos já são quase o dobro, mesmo antes do fim de dezembro. A quantidade de casos já representa o pior ano desde 2009 nesta região da Zona Norte do Rio, que teve, em média, um carro roubado por dia.

Em novembro, O GLOBO revelou que um grupo de adolescentes, ligado ao Comando Vermelho, formam 'equipe do ódio' e organizam roubos de carros pela Zona Norte do Rio. Segundo a Polícia Civil, os integrantes dela são “puxadores de roubo”, principalmente de veículos. A maioria deles é adolescente ou novato no tráfico, o que justificaria essa atuação mais arriscada nas ruas.

• Cisp 54 (Belford Roxo) - 1.699 ocorrências
• Cisp 59 (Duque de Caxias) - 1.596 ocorrências
• Cisp 60 (Campos Elíseos) - 1.451 ocorrências
• Cisp 27 (Vicente de Carvalho) - 1.339 ocorrências
• Cisp 64 (São João de Meriti) - 1.142 ocorrências
• Cisp 21 (Bonsucesso) - 1.064 ocorrências
• Cisp 39 (Pavuna) - 1.014 ocorrências
• Cisp 29 (Madureira) - 964 ocorrências
• Cisp 52 (Nova Iguaçu) - 922 ocorrências
• Cisp 38 (Brás de Pina) - 917 ocorrências

Procurada, a Polícia Militar diz que "o combate aos roubos e furtos tem sido uma das principais metas de atuação do comando da corporação" e que "vem realizando ações nas localidades ocupadas pelas quadrilhas ligadas aos criminosos envolvidos nesse tipo de deito em ações resultando na apreensão de mais de 620 fuzis e de mais de 36 toneladas de material entorpecente".

Já a Polícia Civil afirma que faz ações para "asfixiar o braço financeiro das facções" e em setembro iniciou a 2ª fase da Operação Torniquete, que tem objetivo reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos e atividades das fações criminosas. A corporação destaca ainda que desde então "são mais de 270 presos, sendo cerca de 60% deles reincidentes. Durante as diligências, também foram recuperados cargas e mais de 100 veículos, com valor total superior a R$ 9,3 milhões".

Os índices de criminalidade de novembro, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), mostraram dois grupos de delitos indo em direções opostas no Estado do Rio de Janeiro. De um lado, os crimes contra a vida, como homicídios e mortes em confronto com a polícia, caíram no mês e no acumulado do ano. Já crimes contra o patrimônio, como roubos de veículo e de carga, tiveram alta.

Entre janeiro e novembro deste ano, houve 2.626 vítimas de homicídios dolosos no estado. O número é 13% menor que o do mesmo período de 2023, e é o menor desde o início da série história, em 1991. Se a média mensal for mantida em dezembro, o Estado do Rio terá pela primeira vez menos de 3 mil homicídios num ano.

As mortes em confronto pela polícia também tiveram queda. No acumulado de janeiro a novembro, foram 659 homicídios decorrentes de intervenção policial. É o menor número para o período desde 2015, e representa uma queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.