Rio
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 16/12/2024 - 16:29

Falecimento de José Augusto na UPA da Cidade de Deus: Família acusa negligência

José Augusto, um homem trabalhador, faleceu na UPA da Cidade de Deus, no Rio, após esperar atendimento. Família acusa negligência, alegando falta de exames e demora. Amigos e parentes destacam sua personalidade alegre. Autoridades investigam o caso, com críticas ao atendimento médico e promessas de sindicância para apurar responsabilidades.

De dia, vendia artesanato na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio; à noite, trabalhava como garçom em um restaurante na Rua Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Essa era a rotina de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, morto enquanto esperava atendimento em uma UPA da Cidade de Deus, também na Zona Oeste, no último domingo.

O vídeo que mostra o rapaz sentado na cadeira da unidade, com o pescoço virado, já sem vida, viralizou e causou comoção. A família dele, que mora em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, acusa a unidade de negligência no atendimento médico. O melhor amigo da vítima que o levou até o local, Douglas Batista, conta que o amigo sofria de gastrite e, há tempos, vinha se queixando de fortes dores.

José Augusto já conhecia a unidade e, ainda de acordo com o amigo, já teria se consultado no local pelo menos umas cinco vezes.

— Chegamos às 19h40, e a recepcionista disse que ele seria atendido imediatamente. No entanto, ele só foi chamado às 20h30. Enquanto esperava, estava agonizando de dor — disse Douglas ao completar:

Garçom e artesão José Augusto era de Mogi Guaçu (SP) e tinha mais quatro irmãos — Foto: Arquivo pessoal
Garçom e artesão José Augusto era de Mogi Guaçu (SP) e tinha mais quatro irmãos — Foto: Arquivo pessoal

— Nunca pediram um exame específico. Ele já estava muito mal há meses e buscava ajuda, mas sempre voltava para casa com dipirona — lamentou Douglas, ao afirmar que o amigo chegou na unidade de saúde febril e se queixando de dores. O porteiro também criticou a classificação de risco feita na triagem, que avaliou o caso de José Augusto como de baixa prioridade.

Segundo o pai da vítima, Augusto era uma rapaz alegre, divertido e cheio de vida. Ele gostava de trabalhar e mantinha vários empregos para enviar ajuda à família. O rapaz, que morava no Rio desde 2012, decidiu sair de São Paulo após a morte da mãe. Parentes contam que ele não teve filhos, mas chegou a morar com uma pessoa em Rio das Pedras, bairro em que morava.

— Essa negligência ocorreu porque não gostavam dele. Ele era conhecido na unidade, meu filho costumava ir no postinho (UPA) com frequência, mas nunca resolviam o problema dele. Nunca pediram um exame. Ele chegou com dor, mas a triagem foi mal feita. Meu filho precisava ser atendido com urgência, mas foi ignorado e morreu sentado em uma cadeira. Não teve nenhum procedimento de reanimação. Do jeito que ele estava, minha filha o encontrou ao reconhecer o corpo — desabafou o pai da vítima, que também criticou a demora na liberação do laudo da causa da morte. O laudo emitido pelo Instituto Médico-Legal, segundo parentes, foi dado como "inconclusivo".

Em seu perfil do Instagram, Augusto costumava postar fotos da natureza, dos artistas que conheceu enquanto garçom e do trabalho com artesanato.

— Ele adorava cachoeira. Vendia as pedras que encontra por lá. Gostava de fazer colares, pulseiras, e sempre era carinhoso com os clientes. Era um cara do bem, que gostava das pessoas. Nunca se meteu com nada errado. Muito querido por todos. Ele estava se preparando para passar o Natal com a família em São Paulo, mas infelizmente não deu tempo — contou o amigo.

O caso é alvo de uma investigação da Polícia Civil e de sindicância. Conhecidos de José Augusto, que moram na região e frequentam a unidade, reforçaram a insatisfação com o atendimento médico recebido na UPA da Cidade de Deus.

A Comissão de Saúde da Câmara do Rio apura as circunstâncias da morte, e o Conselho Regional de Medicina abriu sindicância para apurar responsabilidades sobre o óbito. O prazo é de 90 dias, mas pode ser antecipado.

Garçom e artesão, José Augusto era de Mogi Guaçu (SP) e tinha mais quatro irmãos — Foto: Álbum de familia
Garçom e artesão, José Augusto era de Mogi Guaçu (SP) e tinha mais quatro irmãos — Foto: Álbum de familia

Ainda segundo parentes, José Augusto tinha histórico de gastrite e, mesmo relatando dores frequentes no estômago em consultas anteriores, recebia apenas medicação paliativa da unidade.

— Nunca pediram um exame específico. Ele já estava muito mal há meses e buscava ajuda, mas sempre voltava para casa com dipirona — lamentou Douglas ao afirmar que o amigo chegou na unidade de saúde febril e queixando-se de dores. O porteiro também criticou a classificação de risco feita na triagem, que avaliou o caso de José Augusto como de baixa prioridade.

Mais recente Próxima Além da morte na UPA: Rio tem 427 mil pessoas na fila por uma consulta, uma cirurgia ou um exame

Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio

Mais do O Globo

Rubro-negro tenta uma transferência do volante sem custos

'Meu pai vascaíno iria me matar, mas seria interessante': Web recupera vídeo de Jorginho, alvo do Flamengo

Estudo mostrou como certos momentos do dia afetam a interação, além dos picos de atividade em dias e horários específicos

Saiba quais são os dias da semana e horários em que as pessoas acessam mais os apps de namoro

'Big Brother Brasil 2025' estreou nesta segunda(13) na TV Globo, com 12 duplas competindo dentro da casa

BBB 25: Veja a lista de todos os participantes da edição

Nascido em Recife, Pernambuco, o brasileiro vive na Europa desde os 11 anos e se mudou para a capital italiana no fim de novembro

Brasileiro desaparece na Itália após carro quebrar em lugar deserto no dia do ano novo

Caso foi descontinuado após vitória do magnata nas eleições presidenciais de 2024, conforme prevê o Departamento de Justiça americano

Relatório de promotor que investigou Trump diz que republicano seria condenado por interferência na eleição de 2020

A pesquisa, que descobriu que um proteína é 'sequestrada' pelo vírus, foi publicada na revista científica mBio

Zika: cientistas descobrem por que vírus causa microcefalia em bebês

Após pedido do ministro para que fosse comprovado o convite, defesa do ex-presidente afirmou que e-mail apresentado já era prova

Moraes envia à PGR pedido de manifestação sobre convite de Bolsonaro para posse de Trump

Novo programa pode zerar os juros para o pagamento das dívidas dos entes da federação com a União

Lula veta trechos do projeto de renegociação de dívidas dos estados; saiba quais

Brasileiro já havia faturado R$ 582 mil por passar pela fase preliminar do torneio

Com vitória, João Fonseca garante R$ 768 mil em premiação no Australian Open