Legado do G20, Museu de Arte Moderna será reaberto ao público em 1º de dezembro com exposição e visitas mediadas; veja fotos
Museu e seu entorno foram revitalizados. Estreia de mostra inédita foi para diplomatas e chefes de Governo e de Estado
RESUMO
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GERADO EM: 20/11/2024 - 19:48
"MAM reabre com exposição inédita e planos de revitalização"
O Museu de Arte Moderna (MAM) reabrirá em 1º de dezembro com exposição inédita e visitas guiadas. O local foi revitalizado após sediar o G20. Planos incluem atividades ao ar livre, aulas e exposições futuras. O acervo diversificado destaca artistas brasileiros renomados. O museu busca aumentar o engajamento do público, apesar dos desafios locais, como moradores de rua. Mudanças no trânsito visam melhorar o acesso ao MAM e arredores.
De sede da cúpula do G20 a legado, o Museu de Arte Moderna (MAM), projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy e reformado para o encontro internacional, já tem data para reabrir ao público. A partir de 1º de dezembro, quem visitar o espaço, novinho em folha, poderá ver a exposição inédita “Uma História da Arte Brasileira”, montada para o seleto grupo de diplomatas e chefes de governo e de Estado que participaram do fórum. Mais que isso, será convidado a participar de visitas mediadas aos jardins assinados por Burle Marx, que foram restaurados, e ao complexo arquitetônico — além do Bloco de Exposições, há o Bloco Escola, que estava fechado desde a década de 1970 e foi recuperado.
— Junto com a abertura da exposição, queremos possibilitar que se percorra o MAM de forma completamente diferente. Com as visitas mediadas, vamos apresentar o complexo arquitetônico e paisagístico do museu, reconhecido internacionalmente, e expor a sua importância — destaca a diretora-executiva do MAM Rio, Yole Mendonça. — O que é importante numa visita a um museu é que ela transforme você e o faça voltar. Queremos tornar nosso visitante num frequentador não só do MAM, mas de museus e de espaços de cultura nas suas mais variadas expressões.
Os planos no MAM vão ainda além. Para janeiro do ano que vem, é organizada a exposição “Forma das Águas”, com a temática de sustentabilidade, anuncia Yole. Para o mesmo mês, está prevista a volta do projeto Super Sábado no MAM, patrocinado pela Petrobras, com musicais e outros eventos artísticos.
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Arte e educação
— O MAM tem essa característica de atividades ao ar livre, que queremos manter. O carioca gosta de ir ao MAM nos fins de semana, inclusive, para fazer aulas de skate, de dança, e usar o espaço como dele — diz Yole.
Também para 2025, será concebido um projeto, em parceria com artistas, universidades e instituições culturais, para que o Bloco Escola volte a ter a função para a qual foi criado: o de sediar atividades de arte e educação. A ideia é que no espaço — o primeiro do complexo a ser inaugurado, em 1958 — possam acontecer aulas para professores e alunos de escolas públicas e privadas, atividades de experimentação para visitantes e cursos voltados para a economia criativa.
O MAM foi fechado em maio para obras, patrocinadas pela prefeitura, que custaram R$ 32 milhões. Fachadas, áreas internas e elevadores do museu foram reformados. A área externa ganhou nova iluminação e mais 70 câmeras, e o trecho conhecido como Jardim de Ondas (ou Jardins Copacabana) voltou a exibir o desenho que tinha quando o MAM foi aberto, em 1958.
— Os líderes mundiais ficaram impressionados com a beleza, a qualidade do projeto arquitetônico do museu, a sua singularidade. Isso é algo que tem que dar orgulho para nós, cariocas, brasileiros — afirma Yole.
Entre segunda e terça-feira desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recepcionou no museu chefes de Estado e de governo como Joe Biden (Estados Unidos) e Xi Jinping (China). Foi lançada ali a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. E, para lembrar a reunião das principais economias do planeta, o saguão de entrada do MAM ganhou uma placa comemorativa.
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Já a exposição “Uma História da Arte Brasileira”, vista pelos participantes da cúpula do G20, reúne 65 pinturas, esculturas e fotografias do acervo do museu, elaboradas desde a década de 1920 até os tempos recentes, permitindo percorrer a história da arte brasileira moderna e contemporânea.
— Tentamos mostrar para os líderes mundiais a diversidade do Brasil. É o retrato do país em várias dimensões e formatos, incluindo a fotografia — explica Yole.
Na exposição, o público agora verá obras de artistas como Adriana Varejão, Amilcar de Castro, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Claudia Andujar, Di Cavalcanti, Djanira, Evandro Teixeira, Flávio de Carvalho, Heitor dos Prazeres, Ivan Serpa, Lygia Clark, Mestre Didi, Tarsila do Amaral e Tunga. Patrocinada pela prefeitura, a mostra vai até março. Uma parte foi montada no Salão Monumental, dentro do Bloco de Exposições. Outra, no Bloco Escola, ao lado da Cinemateca.
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Com um acervo de 16 mil obras, o MAM recebeu 63 mil pessoas em 2023. Mais do que ampliar o número de visitantes, o que sua diretora-executiva pretende é aumentar o engajamento:
— Quero que o público visite, volte e faça do MAM a sua casa preferida de diversão.
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Yole reconhece que a presença de moradores de rua e usuários de droga no entorno do MAM inibe a visitação. Ela espera, porém, que a revitalização e a integração das câmeras com o programa Segurança Presente contribuam para dar mais tranquilidade ao local.
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Mudanças no trânsito
Nos preparativos para o G20, além das obras no museu, os arredores do MAM passaram por um plano de reordenamento do trânsito. A Rua Jardel Jércolis, que servia como principal acesso de carro para a casa de shows Vivo Rio e para o próprio museu, foi parcialmente transformada em rua de pedestres e ciclistas. Próximo ao Vivo Rio, um espaço antes ocupado por vagas clandestinas, exploradas por flanelinhas, foi extinto. O estacionamento do museu, no entanto, continua aberto.
Antes dessas mudanças, a última grande reforma do Parque do Flamengo, que completa 60 anos em 2025, aconteceu em 1999, quando o MAM foi palco de outra reunião: a Cimeira América Latina-União Europeia.
Veja imagens de obras da exposição “Uma História da Arte Brasileira”
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