Saiba quem foi Jerominho, ex-vereador do Rio que fundou milícia junto com irmão
Ele esteve à frente do grupo criminoso conhecido como Liga da Justiça, que age na Zona Oeste do Rio
Por O Globo — Rio de Janeiro
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GERADO EM: 27/09/2024 - 11:27
"Jerominho, ex-vereador e fundador de milícia, é morto no Rio"
Jerominho, ex-vereador do Rio e fundador da milícia Liga da Justiça, foi morto em 2022. Ele e seu irmão comandaram o grupo criminoso na Zona Oeste. A milícia atuava no transporte clandestino. Após a morte de líderes, a organização se transformou em A Firma e depois em Bonde do Ecko. Zinho, irmão de Ecko, assumiu a liderança.
Policial civil na década de 70, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, morto em agosto de 2022, aos 73 anos, passou boa parte da vida envolvido em polêmicas. Ele é apontado, ao lado do irmão, o ex-deputado Natalino Guimarães, como um dos fundadores da milícia Liga da Justiça. O grupo criminoso — que mais tarde passou a ser chamado de Bonde do Zinho, após Luís Antônio da Silva Braga, hoje preso, assumir seu controle — age na Zona Oeste do Rio.
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Em 2000, Jerominho foi candidato pela primeira vez a vereador e se elegeu com 20.560 votos. Em 2004, ele foi reeleito, com 33.373 votos. O segundo mandato, no entanto, não foi concluído: o parlamentar acabou sendo preso acusado de tentar matar um motorista de van em junho de 2005. Ele ficou 11 anos preso e saiu da cadeia após ser absolvido.
Jerominho tentou mais uma vez se eleger, dessa vez como deputado estadual, em 2018. Mas foi derrotado nas urnas: com 18.152 não conseguiu uma vaga na Assembleia Legislativa (Alerj). Dois anos depois, a Polícia Federal fez uma operação que teve o ex-vereador e parentes como alvo. De acordo com a investigação, a família queria ocupar postos nos poderes Executivo e Legislativo para retomar o poder na Zona Oeste. Na ocasião, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.
Em janeiro de 2022, Jerominho anunciou, numa rede social, que seria candidato a a deputado federal. Dias depois, voltou a ser preso acusado de extorquir dinheiro de motoristas de vans — crime que teria acontecido em 2005. Mas foi solto uma semana depois.
O ex-vereador foi assassinado em 4 agosto daquele ano. Ele foi baleado por homens com fuzis na Estrada Guandu do Sapê, em Campo Grande, na Zona Oeste carioca. Atingido numa das pernas e no abdômen, Jerominho chegou a ser levado para o Hospital Oeste D'Or, onde morreu.
Liga da Justiça
A Liga da Justiça foi criada em meados dos anos 1990 e tinha um morcego como símbolo. Ele era pichado nas ruas para demonstrar que a região era controlada pelos paramilitares. No início, a milícia atuava com foco na exploração do transporte clandestino e tinha ex-policiais militares como seus principais integrantes — Ricardo Teixeira Cruz, o Batman, preso em 2009; Toni Angelo de Souza Aguiar, preso em 2013; e Marcos José Lima, o Gão, preso em 2014.
Depois da prisão da cúpula do grupo criminoso, quem assumiu como chefe foi Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. A milícia passou a ser, então, chamada de A Firma. Carlinhos foi morto pela polícia durante uma operação em 2017. Quem assumiu em seu lugar foi o irmão do bandido, Wellington da Silva Braga, o Ecko, apelido que virou o novo nome da quadrilha.
O Bonde do Ecko se expandiu e passou não agir apenas na Zona Oeste. Após o miliciano ser morto durante uma operação policial em 12 de junho de 2021, Zinho, irmão de Ecko e de Carlinhos, ficou à frente da quadrilha até se entregar à Polícia Federal, em dezembro de 2023.
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