Amiga de galerista americano morto no Rio diz em depoimento que vítima e ex-marido tinham briga por bens
Em audiência no III Tribunal do Júri da capital, Simone Nunes, que também era advogada de Brent Sikkema, disse que prima de Daniel Carrera se recusou a entregar casa de Cuba avaliada em R$ 1 milhão
RESUMO
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GERADO EM: 30/08/2024 - 17:11
Galerista americano e ex-marido cubano em briga por bens em Cuba: advogada revela reviravolta trágica
Advogada de Brent Sikkema revela briga por bens entre galerista americano e ex-marido cubano, envolvendo imóveis em Cuba. Crime ocorreu após disputa judicial. Assassinato foi planejado pelo ex-marido e executado por terceiro. Motivação inclui pensão, gastos e novo relacionamento da vítima.
A advogada Simone Silveira Nunes afirmou, na tarde desta sexta-feira, durante depoimento no III Tribunal do Júri sobre o assassinato do galerista norte-americano Brent Fay Sikkema — morto a facadas dentro de casa, no Jardim Botânico, em janeiro deste ano — que a vítima e seu ex-marido, o cubano Daniel García Carrera, tinham uma disputa judicial. Durante o divórcio, uma casa e um apartamento de Cuba estavam no centro da briga pela divisão dos bens. Segundo Simone, Brent acusava uma prima de Carrera, acusado pela Polícia Civil do Rio de ser mandante do crime, de não querer devolver o imóvel.
— Brent já tinha me falado que ele tinha uma casa e um apartamento em Cuba e um deles estaria no nome da prima do Daniel, ela não queria transferir para ele de volta. O próprio Brent me disse isso. Ele afirmou que a prima tinha trapaceado e não queria devolver, lembro que o nome dela seria Belkis. O Brent me disse que a casa custava um milhão de dólares — contou Simone, que além de amiga era advogada de Brent.
Ainda segundo Simone, após a morte ela recebeu mensagens anônimas de xingamentos e ameaças contra a prima de Daniel. O número era do Brasil e foi entregue a delegacia o e-mail.
— As mensagens chamavam ela de ladra e dizia que ia matar os filhos se ela não devolvesse.
Relembre o caso
Brent Sikkema foi encontrado morto em casa, no Jardim Botânico, no dia 14 de janeiro. O americano era sócio de uma famosa galeria de artes em Nova York e enfrentava um processo de divórcio com Daniel García Carrera e de guarda-compartilhada do filho. Daniel é apontado como mandante do assassinato do ex-marido e está preso, nos Estados Unidos, onde morava, desde o dia 21 de março.
Suspeito de matar galerista americano no JB chega preso à Delegacia de Homicídios
O galerista foi assassinado pelo cubano Alejandro Triana Prevez, que também está preso pelo crime. Ele confessou a autoria à polícia e indicou Daniel como mandante.
Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Alejandro morava em São Paulo e ficou no Rio entre os dias 9 e 11 de dezembro, período da primeira tentativa do crime. De acordo com o inquérito, Daniel havia lhe avisado que Sikkema estaria no Rio durante aquele mês e teria lhe entregado cópias da chave do imóvel. Contudo, o assassinato não aconteceu porque o galerista ficou trancado no quarto. Para registrar a tentativa, Alejandro registrou fotos e vídeos dele na casa, que viraram prova para a polícia.
Como motivação para o assassinato, Alejandro revelou à polícia que o galerista estaria pagando baixos valores de pensão a Daniel, que estaria incomodado com os gastos do ex-marido com festas, drogas e garotos de programa. O ex da vítima também estaria preocupado com um novo relacionamento de Sikkema, já que o namoro poderia lhe prejudicar na repartição de bens, dos quais Daniel já não tinha mais direito, já que o galerista o havia retirado do testamento. A polícia acredita que o cubano não sabia dessa situação.
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