PF deflagra operação sobre desvio de emendas parlamentares; primo de deputado é flagrado jogando dinheiro pela janela
Investigações apontam desvio da ordem de R$ 1,4 bilhão de contratos públicos, alguns deles firmados com o Dnocs
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GERADO EM: 10/12/2024 - 15:25
Operação Overclean: Desvio Bilionário de Emendas Parlamentares no Dnocs
A Operação Overclean desvenda esquema de desvio de emendas parlamentares ao Dnocs, com R$ 1,4 bilhão envolvido. Primo de deputado é flagrado jogando dinheiro pela janela. PF cumpre 17 prisões e 43 buscas em cinco estados. Grandes valores apreendidos.
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta terça-feira uma operação para desarticular um esquema de desvio de dinheiro de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). A PF cumpriu ao todo 17 mandados de prisão preventiva. Entre os alvos está o vereador Francisquinho Nascimento (União), o ex-chefe do DNOCs na Bahia Lucas Lobão, e três empresários que mantém contratos públicos com prefeituras baianas.
Francisquinho é primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados. O parlamentar não é investigado. Antes de ser vereador, Francisquinho foi secretário-executivo da prefeitura de Campo Formoso (BA), comandada pelo irmão de Elmar, o prefeito Elmo Nascimento (União).
Batizada de Overclean, a operação apura a suspeita de um desvio de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos. "Apenas em 2024, [o grupo] celebrou contratos no valor de R$ 825 milhões", diz nota publicada pela CGU, que informou ter identificado um "superfaturamento parcial" de mais de 8 milhões em contratos do Dnocs.
A PF apreendeu mais de um milhão em dinheiro vivo durante os mandados de busca e apreensão - cerca de R$ 700 mil estavam na posse de um empresário e a outra foi encontrada com o vereador Francisquinho. Antes de ser preso, ele lançou uma sacola com R$ 220.150 pela janela. A PF recuperou o montante. O episódio foi revelado pela coluna da Camila Bomfim, do G1, e foi confirmado pelo GLOBO.
A investigação contou com o apoio do Ministério Público Federal, Receita Federal e a Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).
Além dos 17 mandados de prisão preventiva, a Operação efetuou 43 mandados de busca e apreensão nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
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