Clima e ciência
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Por O Globo com agências internacionais — Nova York

RESUMO

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GERADO EM: 13/12/2024 - 12:26

Projeto de 'recongelamento' do Ártico gera dúvidas e preocupações

Um projeto inovador pretende 'recongelar' o Ártico usando tecnologia de bombas submersas elétricas, mas enfrenta desafios de custo e impactos ecológicos. A proposta visa combater a crise climática, porém, especialistas questionam sua viabilidade e alertam para possíveis consequências negativas na região. Os testes iniciais mostram resultados promissores, mas o alto investimento necessário e os riscos envolvidos geram dúvidas sobre a eficácia a longo prazo.

A ideia de restaurar o gelo do Ártico por meio de uma tecnologia inovadora conquistou a atenção global. Contudo, a proposta levanta questões sobre sua viabilidade e os possíveis riscos ecológicos envolvidos. Um grupo de cientistas e empreendedores britânicos da startup Real Ice experimenta em Cambridge Bay, uma pequena vila no norte do Canadá, o uso de bombas submersas elétricas para congelar a água do mar na superfície do gelo ártico.

O objetivo do projeto é aumentar a espessura do gelo marinho em uma área superior a 1 milhão de quilômetros quadrados, mais de duas vezes o tamanho da Califórnia, nos Estados Unidos, com a esperança de desacelerar ou até reverter a perda de gelo durante o verão. O que eles tentam, na verdade, é ajudar a combater a crise climática, principal causadora do derretimento acelerado das camadas de gelo polar.

Embora o plano tenha despertado o interesse de alguns especialistas, ele também enfrenta duras críticas. Cientistas alertam que, embora os primeiros resultados pareçam promissores, os métodos adotados ainda são considerados não comprovados em grande escala e, além disso, potencialmente arriscados para o ecossistema local.

Iceberg perto da ilha de Kulusuk, na costa sudeste da Groenlândia. Aquecimento global causado pelas atividades humanas terá consequências dramáticas para os oceanos e a criosfera, que inclui gelo marinho, geleiras, calotas polares e permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP
Iceberg perto da ilha de Kulusuk, na costa sudeste da Groenlândia. Aquecimento global causado pelas atividades humanas terá consequências dramáticas para os oceanos e a criosfera, que inclui gelo marinho, geleiras, calotas polares e permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP

Em um mundo onde o Ártico perde rapidamente sua cobertura de gelo devido ao aumento das temperaturas globais, a proposta busca resgatar um equilíbrio crucial. Desde a década de 1980, a quantidade de gelo espesso e multianual foi reduzida em 95%, enquanto o gelo restante é novo e fino. De acordo com os especialistas, o desaparecimento do gelo marinho representa um ciclo vicioso: ao derreter, o oceano mais escuro expõe-se à radiação solar e aquece ainda mais o planeta.

Método de refreezing e os primeiros testes

O processo utilizado pela Real Ice consiste na instalação de bombas submersas elétricas para bombear água do mar e promovê-la na superfície, onde congela ao formar grandes poças. Essa técnica remove também a camada de neve, o que permite um crescimento adicional do gelo na parte inferior. Andrea Ceccolini, co-CEO da Real Ice, revelou à CNN que, entre janeiro e maio deste ano, o time conseguiu adicionar uma espessura média de 50 centímetros ao gelo testado em Cambridge Bay.

Região no Ártico — Foto: NYT/Kenny Holston
Região no Ártico — Foto: NYT/Kenny Holston

O projeto já foi testado no Alasca no ano anterior, e os resultados preliminares em Cambridge Bay indicam que, após apenas dez dias de testes em novembro, o gelo já havia se espessado em 10 centímetros. A expectativa é de que, ao final do ciclo de testes, a espessura possa chegar a até 80 centímetros, dependendo das variáveis ambientais.

Para escalar a operação, a Real Ice prevê o uso de drones subaquáticos alimentados por hidrogênio verde, que seriam responsáveis por perfurar o gelo com brocas aquecidas. No entanto, os custos envolvidos são muito altos. A startup estima que o valor anual para cobrir 1 milhão de quilômetros quadrados de gelo ultrapasse os US$ 5 bilhões. Os planos de financiamento viriam de fundos globais ou governamentais no futuro.

Cientistas e especialistas não apenas questionam a viabilidade do projeto, mas também apontam os riscos ecológicos de uma intervenção humana tão intensa em uma região já vulnerável. Segundo eles, a presença de humanos e a modificação do ambiente polar poderiam causar consequências imprevistas, como impactos nos ecossistemas locais.

O ceticismo sobre a viabilidade do projeto é grande. Jennifer Francis, cientista sênior do Woodwell Climate Research Center, alertou à CNN que, embora o processo possa aumentar a espessura do gelo localmente, os efeitos de longo prazo para mitigar a crise climática são incertos. "Eu tenho sérias dúvidas sobre sua eficácia em longo prazo", afirmou.

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