Marina Silva defende 'mapa do caminho' para financiamento de US$ 1,3 tri na COP30, em Belém
Seminário promovido pelos jornais O GLOBO e Valor reúne nesta quarta-feira autoridades, especialistas, setor privado, cientistas, ativistas e representantes de comunidades tradicionais
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GERADO EM: 11/12/2024 - 10:45
Marina Silva defende financiamento climático de US$ 1,3 tri na COP30 em Belém
Marina Silva defende aumento do financiamento climático para US$ 1,3 tri na COP30 em Belém. Destaque para desafios e possíveis bloqueios, incluindo a postura dos EUA. Seminário promovido por O GLOBO e Valor discute o futuro climático e soluções, com participação de autoridades e especialistas.
A 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), marcada para o fim do ano que vem em Belém (PA), terá o desafio de aprovar, nas negociações diplomáticas, um “mapa do caminho” para que o chamado financiamento climático chegue, gradualmente, a US$ 1,3 trilhão por ano, afirmou nesta quarta-feira a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Em discurso na abertura do seminário “De Baku a Belém: o futuro climático em debate nas COPs”, promovido nesta quarta-feira pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico, com patrocínio da Engie, a ministra reafirmou a frustração com o valor de financiamento climático acordado na COP29, em Baku, no Azerbeijão.
Os US$ 300 bilhões por ano foram considerados insuficientes por ambientalistas e negociadores de países emergentes, mas Marina destacou alguns pontos positivos.
E embora o reconhecimento da necessidade de US$ 1,3 trilhão por ano possa parecer pouca coisa, Marina disse que, “acordo nenhum seria o pior”:
– O avanço foi o fato de que houve um reconhecimento de que era necessário que fosse de US$ 1,3 trilhão o financiamento para os países em desenvolvimento. Agora, o reconhecimento é uma coisa, outra é a viabilização.
EUA poderiam bloquear negociações
Isso por causa da reviravolta que poderá ser provocada com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, ano que vem. O republicano, cético das mudanças climáticas, já declarou que pretende retirar a maior economia do mundo do Acordo de Paris, firmado na COP de 2015, mas, segundo a ministra, isso ainda poderá levar um ano, o que faria com que os americanos ainda participem da COP30 em Belém.
– Pode haver bloqueio de negociação e os EUA poderiam vetar qualquer debate sobre financiamento – afirmou Marina.
No seminário, realizado no auditório da Editora Globo, no Centro do Rio, autoridades, especialistas, setor privado, cientistas, ativistas e representantes de comunidades tradicionais analisam os principais resultados da última conferência, que teve como foco o financiamento climático. Os debates se estendem aos desafios globais e a soluções que o Brasil pode oferecer para a emergência climática na COP30, que será realizada na capital paraense.
Além da ministra Marina Silva, participa o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Especialistas debaterão entre si em dois painéis.
O primeiro, “COP 29: financiamento climático, a conta que ninguém quer pagar”, reúne Caroline Dihl Prolo, head de stewardship climático na Fama Re.capital; Flávia Teixeira, gerente de Meio Ambiente, Responsabilidade Social Corporativa e Transição Energética da Engie Brasil; Marie Ikemoto, subsecretária de Conservação da Biodiversidade e Mudanças do Clima da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro; Sinéia do Vale Wapichana, coordenadora do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas; e Sinéia do Vale Wapichana, coordenadora do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas; e Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Daniela Chiaretti, jornalista do Valor Econômico, faz a mediação.
O segundo painel, batizado de “A Cúpula da Amazônia e o mundo que queremos”, traz Ciro Brito, especialista em políticas climáticas do Instituto Socioambiental (ISA); Gabriela Savian, diretora adjunta de Políticas Públicas do IPAM; Ricardo Young, sócio diretor na CT&I – Cultura, Transição e Integridade; e Talita Priscila Pinto, coordenadora do Observatório de Bioeconomia da FGV. A mediação é de Ana Lucia Azevedo, repórter especial do GLOBO.