Por lutar contra a violência das escolas brasileiras, a pedagoga Telma Vinha foi reconhecida como personalidade de destaque na Educação pelo Prêmio Faz Diferença. Coordenando pesquisadores em universidades públicas, ela alertou que 2023 foi o ano em que o Brasil viu o maior número de atentados em colégios, deixando nove vítimas fatais.

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A pedagoga participou de cerimônia nesta quarta-feira, na Casa Firjan, no Rio, onde recebeu o prêmio das mãos de Katia Repsold, country manager da Naturgy, e do colunista do GLOBO Bernardo Mello Franco. Ela agradeceu à família pelo apoio e compreensão diante de sua ausência, dedicou a honraria ao seu grupo de pesquisa e disse que ainda há muito trabalho a ser feito:

— Cerca de 60% dos ataques que ocorreram nas escolas foram nos últimos dois anos, um sofrimento imenso num lugar que deveria ser um lugar de proteção.

Além de contribuir para ações dos ministérios da Educação e da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Ministério Público, Telma promoveu 180 palestras sobre o assunto, junto a colegas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Unicamp/Unesp) e do Grupo Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública do Instituto de Estudos Avançados, da Unicamp.

A pesquisadora iniciou a carreira em Itatiba (SP), cidade com 66 escolas e três mil alunos, onde foi coordenadora de uma escola da rede municipal. Naquele momento, Telma se sentia incapaz de ajudar professores a lidar com intercorrências comuns, como o desentendimento de crianças em sala de aula. Foi quando decidiu aprofundar os estudos na área, com mestrado e doutorado.

O grande divisor de águas, porém, foi o atentado de Suzano (SP). Em 2019, dois ex-alunos atiraram contra estudantes e funcionários de uma escola e se suicidaram. Ao todo, dez pessoas morreram. Telma foi então convocada para ajudar na recuperação da comunidade e iniciou pesquisas sobre atentados a escolas.

O Prêmio Faz Diferença é uma realização do jornal O GLOBO, com patrocínio da Firjan SESI e apoio da Naturgy.