Diálogos RJ, promovido pelo GLOBO, debate hoje transição energética. Assista ao vivo
Brasil tem elevada participação de fontes renováveis na matriz, mas precisa investir mais em infraestrutura
RESUMO
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GERADO EM: 24/09/2024 - 10:00
"Transição Energética no Brasil: Desafios e Estratégias Discutidos no Diálogos RJ"
Diálogos RJ, evento promovido pelo GLOBO, discute a transição energética no Brasil, destacando a necessidade de mais investimentos em infraestrutura e regulações. O país possui potencial sustentável, mas demanda aceleração nas ações para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O seminário reúne autoridades e especialistas para debater estratégias e desafios, ressaltando o papel do Rio de Janeiro na liderança desse movimento.
O Brasil tem uma longa lista de desafios para aproveitar seu potencial sustentável. Apesar do crescimento das fontes solar e eólica na geração de eletricidade e da perspectiva em torno do hidrogênio verde para o uso industrial, é preciso acelerar os investimentos em infraestrutura e avançar em soluções regulatórias para estimular o desenvolvimento de projetos privados que visam a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE).
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Para debater os desafios que o Rio tem pela frente na transição energética, O GLOBO promove, nesta sexta-feira, às 9h, um seminário com autoridades e especialistas, parte da iniciativa Diálogos RJ. O evento, no Auditório da Editora Globo, poder ser acompanhado ao vivo no canal do Jornal O GLOBO no YouTube:
Levantamento do BNDES aponta que, embora já tenha elevada participação das fontes renováveis na geração de eletricidade — e na matriz energética como um todo, que inclui também a energia usada nos transportes e nos processos industriais —, o Brasil precisa preencher uma lacuna anual de R$ 249 bilhões em investimentos em infraestrutura com foco no baixo carbono.
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Isso porque o estudo do banco de fomento, com base em dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), estima que, para adaptar os diversos tipos de infraestrutura a baixos níveis de emissões de GEEs, seria necessário investir R$ 462 bilhões, por ano, nas áreas de transporte, eletricidade, telecomunicações e saneamento. Só que, em 2023, o montante total investido ficou bem abaixo, em R$ 213 bilhões.
Painéis e convidados
Para debater formas de atingir os valores necessários, o seminário, mediado pelo jornalista Alexandre Rodrigues, editor assistente de Economia do GLOBO, terá dois painéis.
No primeiro painel, intitulado “Políticas e regulações estratégicas para o desenvolvimento”, os palestrantes destacaram que o Rio de Janeiro tem um papel fundamental para acelerar a transição energética no Brasil, por conta de sua posição de liderança na produção de petróleo e gás — o estado é responsável por mais de 80% da produção nacional.
— Podemos migrar o expertise do petróleo para outras fontes renováveis. No caso do gás natural veicular, a matriz de transporte do Rio é uma das mais eficientes do Brasil. Já temos ainda a produção de biometano que é uma ótima opção de descarbonização — disse Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Felipe Peixoto, secretário interino de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que já há uma série de ações sendo feitas no Rio. Citou o memorando de entendimentos com a Petrobras para estudos envolvendo eólica em alto mar. Citou ainda os estudos em relação ao projeto de captura de carbono. Ao destacar a criação de corredores em rodovias para permitir o uso de gás natural em caminhões, lembrou que semana passada o governador do Rio, Cláudio Castro, anunciou o plano de transição energética.
— O Rio tem o gás que é o combustível da transição energética. O Rio é protagonista do gás natural. O desafio é fazer a descarbonização das frotas de combustíveis, já que no Rio grande parte da frota no Brasil de GNV é no Rio. Não queremos viver só de passado e sim olhar para o futuro. Por isso, criamos o plano de transição energética. Temos 40 anos de experiência do offshore para dar apoio ainda às eólicas offshore — afirmou o secretário.
O deputado Hugo Leal (PSD-RJ), vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, afirmou que o desafio é pensar em inclusão e descarbonização para as pessoas:
— No Rio, a transformação é diferenciada, pois como discutir isso no Rio Grande do Sul e Bahia com a industria do petróleo? Produção de petróleo offshore é no Rio de Janeiro. O estado passa a ter um papel diferenciado para esse debate. Precisamos conviver com isso e investir em projetos de baixa emissão. Além disso, as três usinas nucleares estão no Rio.
Felipe Gonçalves, superintendente de Pesquisas da FGV Energia, lembrou que os incentivos fazem parte da política pública pois ajudam a viabilizar os projetos:
— Mas é importante não demonizar isso e usar de forma mais inteligente do que ja usamos no passado.
O segundo painel debate os “Desafios para implantação de iniciativas sustentáveis”. Estarão presentes Bernardo Rossi, secretário do Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio; Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética da Petrobras; Mauro Andrade, diretor de Novos Negócios da Prumo Logística, companhia que controla o Porto do Açu, no litoral norte do Rio; Marcel Jorand, CEO da Gás Verde, empresa que investe em fábricas de biometano, gás renovável, idêntico ao gás natural, produzido a partir do biogás gerado pela decomposição do lixo; e Christiane Delart, diretora de Distribuição da Naturgy, operadora de gás encanado no Rio.