Cirurgia robótica como aliada no combate ao câncer de próstata

Avanço tecnológico permite a preservação do nervo responsável pela função erétil masculina

Por Dasa


Cirurgia robótica como aliada no combate ao câncer de próstata Divulgação

Por dr. Bernardo Nóbrega*

Todos os meses, campanhas de saúde são celebradas com o objetivo de conscientizar a população sobre diferentes temas. Desta vez, o Novembro Azul chegou para fomentar o debate sobre a saúde masculina e a prevenção ao câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens brasileiros, depois dos tumores de pele, e que apresenta 65 mil novos casos anuais, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.

Na medicina, avanços tecnológicos que visam promover uma maior qualidade de vida ao paciente são constantes – e com o câncer de próstata isso não é diferente. Recentemente, uma das técnicas de maior destaque no combate à doença é a cirurgia robótica, que tem o objetivo de retirar a próstata.

Essa glândula, localizada na frente do reto e abaixo da bexiga em pessoas do sexo masculino, tem a função de produzir o fluido que protege e nutre os espermatozoides.

Na cirurgia robótica, o cirurgião opera uma plataforma que dispõe de pinças rotatórias que exercem movimento idêntico ao do punho humano, porém com muito mais precisão. Atualmente, uma das plataformas mais modernas disponíveis no mercado é o Da Vinci XI, cujos braços articulados, mais finos do que nas plataformas anteriores, tornam a cirurgia mais rápida e menos invasiva, reduzindo o tempo de recuperação e minimizando a dor e as cicatrizes no pós-cirúrgico.

Uma das principais vantagens dessa modalidade cirúrgica no combate ao câncer de próstata é a visão ampliada, em alta definição e em 3D, da região onde se encontra a glândula, o que permite reduzir o sangramento e preservar o nervo responsável pela função erétil masculina.

Por outro lado, há casos em que a doença já avançada ultrapassa o limite da cápsula da próstata, o que torna a preservação dos nervos mais arriscada. Vale ressaltar que, mesmo nesses casos, nota-se uma vantagem considerável no uso da plataforma robótica.

Ainda que essa tecnologia seja um grande destaque no combate ao câncer de próstata, a escolha do tratamento adequado varia de acordo com o quadro de cada paciente. Após discutirmos os riscos e benefícios de cada procedimento, podemos optar por sessões de radioterapia, uso de medicamentos específicos ou pela cirurgia.

É importante reiterar que o diagnóstico precoce é a forma mais eficaz de combater o câncer de próstata. Portanto, mesmo na ausência de sintomas, pessoas do sexo masculino devem se consultar regularmente com um médico urologista a partir dos 45 anos, caso haja fatores de risco associados, como histórico familiar da doença, ou a partir dos 50 anos para os demais casos.

Além do exame de sangue, também conhecido como antígeno prostático específico (PSA), o exame de toque retal e a ressonância magnética também são indicados para o rastreamento da doença. Todos são fundamentais porque se complementam no diagnóstico do câncer de próstata. Com a suspeita da doença, é ainda necessária uma biópsia da glândula para a confirmação do câncer.

* Dr. Bernardo Nóbrega é médico cirurgião do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil

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