O que você precisa saber para escolher bem um resort all-inclusive no Caribe

De acordo com especialistas, o segredo está no planejamento e em ter a noção exata do que esperar no destino

Por , Em The New York Times


O número de resorts all-inclusive aumentou drasticamente nos últimos anos, com grande esforço para melhorar a qualidade dos serviços Weston Wei/The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 19/12/2024 - 18:15

Planejamento essencial na escolha de resort all-inclusive no Caribe

Especialistas destacam a importância do planejamento ao escolher um resort all-inclusive no Caribe, considerando preferências e serviços oferecidos. O número de opções cresceu, com destaque para o México e Caribe. Resorts investem em variedade gastronômica e atrações, com custos extras para serviços especiais. Dicas incluem verificar o que está incluso, atividades disponíveis e detalhes como vista do quarto e tamanho do colchão. Gratuities variam, e é essencial informar-se antes.

A princípio, o resort all-inclusive promete férias livre da tomada de decisões a um preço fixo, mas há décadas sofre com estereótipos pouco atraentes — sobre a comida medíocre servida no bufê, as taxas embutidas, os drinques aguados, as espreguiçadeiras "roubadas" pelos adoradores do sol em tempo integral e por aí vai.

— Ninguém quer chegar e dar de cara com um muquifo, né? Valorizo a localização e a piña colada gelada à beira da piscina — diz Chris Gunter, de 51 anos, que vive na Grande Toronto.

Durante as pesquisas de opções para as férias da família — ele já tinha se hospedado em alguns desses hotéis —, ele, que trabalha no setor de entretenimento, acabou fazendo uma compilação de centenas de estabelecimentos, classificados de acordo com as diárias, as avaliações, a localização, a comida, as praias, as atividades que proporciona, o clima de festa, a receptividade infantil e os clubes para adolescentes. (A versão mais atualizada foi postada no Reddit.)

Mas você talvez esteja querendo uma experiência diferente. O bom é que de uns anos para cá cresceu drasticamente o número de opções e as intenções de oferecer um serviço de alta qualidade, com mais atividades e maior custo-benefício a preço fixo.

Veja aqui alguns detalhes do que é preciso levar em consideração antes de fazer a reserva.

Que tipo de férias você quer?

Vai viajar com a família ou só com adultos? Uma praia legal basta ou você quer um dia cheio de atividades? Pretende só ficar na propriedade ou quer explorar a região? Qual a idade de seus filhos? As respostas a essas perguntas vão ajudá-lo a "peneirar" entre as inúmeras opções.

Em 2024, o número de resorts all-inclusive em âmbito mundial pulou para 2.200, o que representa 32% a mais em relação aos 1.500 de 2021, segundo Jan Freitag, diretor nacional de dados sobre o setor de hospitalidade da CoStar, que oferece informações e notícias imobiliárias globais, sendo que a maioria se concentra no México e no Caribe. Só o Hilton pretende acrescentar 40 novas opções mexicanas às cem que constam no portfólio do grupo. O Club Med, que criou o conceito nos anos 1950, hoje oferece mais de 60 ao redor do mundo, inclusive estações de esqui em Quebec (Canadá) e na Europa.

Spencer Aronstein, de 28 anos, dono da Peaks & Palms Travel Consultants, de Salt Lake City, acabou de voltar da viagem anual ao Club Med de Turks e Caicos que fez com a irmã e a mãe. Graças a uma promoção especial, cada um pagou US$ 3.300 pelo pacote de seis diárias em quarto individual, além de jogar tênis, andar de caiaque e desfrutar uma "praia belíssima".

Quando Aronstein está ajudando os clientes a planejar as férias em família, recomenda a cadeia Beaches, do grupo Sandals, que possui inúmeras propriedades no Caribe — pois, além de oferecer clubes infantis, tem programas para os pequeninos supervisionados por babás profissionais.

— A cadeia Dreams, do Hyatt, e Ziva, também do grupo, são as melhores opções para quem tem filhos pequenos.

Saiba identificar o que está incluído no pacote

Em geral, o resort all-inclusive exige uma hospedagem mínima de três a quatro dias, com o preço básico incluindo quarto, refeições, bebidas e algumas atividades. Há todo tipo de desconto especial, e também de pacotes especiais para casamentos e reuniões de grupos grandes. O preço da diária varia de acordo com a categoria do quarto, a localização, a qualidade da comida e a época do ano.

A baixa temporada no México e no Caribe geralmente vai de setembro a dezembro, com exceção dos feriados e das festas, quando os valores dão um salto. Uma busca no TripAdvisor mostrou desde uma diária de US$ 583 em setembro até uma de US$ 886 em abril para uma família de quatro pessoas no Moon Palace Cancun. A do Ziva, também em Cancún, vai de US$ 993 para quatro em setembro a US$ 1.283 em abril.

Embora os bufês continuem sendo mais comuns, muitos resorts estão investindo na variedade gastronômica com restaurantes especializados, lounges de vinho, mixologistas e menu degustação com várias estações. O luxuoso Hotel Xcaret México, por exemplo, localizado em Playa del Carmen, conta com chefs reconhecidos pelo "Guia Michelin". A diária de um quarto ali para dois adultos, em março, sai por volta de US$ 1 mil, mas em setembro o preço cai para US$ 778.

Muitos resorts ampliaram as opções melhorando ou aumentando a seleção de atrações oferecidas no pacote básico — como a oferta de aulas de idiomas e culinária, sessões de ioga na praia e parques aquáticos. O Iberostar Selection Hacienda Dominicus, na República Dominicana, por exemplo, tem em uma das piscinas uma bolha plástica gigantesca, de onde a criançada pode pular, saltar e escorregar. O Ziva Cap Cana, no mesmo país, tem desde um rio preguiçoso até canhões de água.

Paga-se mais pelas atrações extras

Você vai pagar mais por regalias especiais como o serviço de mordomo, sessões de mergulho com tanque, piscina particular, tratamentos exclusivos no spa e excursões especiais fora do hotel. No Sandals Dunn's River, em Ocho Rios, na Jamaica, o pacote de sete diárias para dois adultos em março varia de US$ 6.760 a US$ 12.863. O passeio de catamarã custa mais US$ 128 por adulto; a excursão que combina caminhada, bicicleta e cachoeiras custa US$ 206 por adulto.

A grande preocupação de Gunter ao planejar as próximas férias era o custo. Em março, ele, a mulher e os dois filhos, de 13 e dez anos, vão passar uma semana no Sandos Playacar, em Playa del Carmen, no México, por US$ 3.500. Já espera pagar US$ 80 por fora pelo táxi para o parque temático nas proximidades, onde passará o dia, e levará dinheiro para as gorjetas, mas, tirando isso, vai deixar a carteira no cofre do hotel.

Como as gratificações para os funcionários variam de um resort para outro, o melhor é verificar antes de fazer o check-in. O Sandals, por exemplo, não estimula a prática.

Informe-se sobre as atividades/detalhes que mais lhe interessam

Quer uma vista espetacular do quarto?

— Nem sempre o que é anunciado como "vista para o mar" é literal. Muitas vezes é preciso se debruçar na varanda para vê-lo, ou ele fica longe. Outro truque de marketing é anunciar o hotel como cinco estrelas quando o sistema de avaliação não é regulado com rigor, e pode resultar em algo no nível do Comfort Inn — alerta Penyak.

Quem tem problemas de mobilidade deve focar os destinos mais planos, como o México, evitando as ladeiras de St. Lucia ou Granada. Além disso, o resort que tem mil quartos é amplo demais, dificultando a movimentação; melhor é ficar com os menores.

Outro detalhe importantíssimo, mas geralmente ignorado na estada em hotéis: o tamanho do colchão. Gunter tem 1,87 metro e não gosta da cama normal — que é padrão nesses resorts. Por isso, um dos requisitos de escolha inclui a presença da versão queen ou king.

Já os garotos cabem perfeitamente nos beliches.

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