Gerdau cria fundo de R$ 5 milhões com Gerando Falcões para ajuda ao RS: ‘Convidamos o PIB a participar’
Plano é levantar até R$ 50 milhões com empresas; XP foi a primeira a aceitar convite
A gaúcha Gerdau criou um fundo de R$ 5 milhões, em parceria com a ONG Gerando Falcões, para financiar ações de limpeza, reconstrução e criação de moradias temporárias para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A ideia é atrair outras empresas para a iniciativa, angariando de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões ao todo — a XP Investimentos foi a primeira a topar e está decidindo o tamanho do seu cheque.
— Estamos convidando o PIB para participar dessa coalizão. Eu e André Gerdau Johannpeter (vice-presidente do conselho da siderúrgica) vamos fazer uma espécie de “road show” junto a outros empresários para apresentar o fundo, que terá um comitê específico e, assim como a Gerando Falcões, será auditado pela KPMG — disse Edu Lyra, fundador e CEO da Gerando Falcões.
Foi Gerdau Johannpeter, que também é conselheiro da Gerando Falcões, quem selou a união entre a siderúrgica e a ONG na iniciativa. (As duas já eram parceiras em outras causas sociais.) A Gerdau — que paralisou a produção em duas unidades no RS, embora elas não tenham sido diretamente afetadas — já havia anunciado a destinação de R$ 10 milhões à ajuda para as vítimas das enchentes. Agora, decidiu destinar metade da cifra à Gerando Falcões.
‘Aprendizado da pandemia’
Segundo Paulo Boneff, líder global de responsabilidade social da Gerdau, um dos projetos em mente é a criação de uma espécie de “cidade temporária” para receber famílias desabrigadas de Canoas, município da Grande Porto Alegre que foi um dos mais afetados pelas inundações. Gerdau e Gerando Falcões mantêm conversas com o vice-governador do RS, Gabriel Souza, para avaliar a viabilidade do projeto.
— É um aprendizado que tivemos da pandemia. O estado do RS certamente terá acesso a um grande volume de recursos após a tragédia, bilhões de reais, mas a chegada desse dinheiro leva um certo tempo e a iniciativa privada é mais ágil no estágio inicial. Nos primeiros cem dias, as empresas conseguem atuar de forma mais rápida — observou Boneff.
De acordo com Edu Lyra, o plano é ajudar, com ações voltadas à habitação, pessoas em vulnerabilidade social de toda a região metropolitana e de áreas como o delta do Jacuí e Charqueadas.
Os responsáveis pelo fundo já conversam com pelo menos 21 empresas sobre potencial ajuda à iniciativa.