Indiana Jones e o Grande Círculo revive a franquia e carrega o espírito de exploração para os games
Nova aventura, que se passa entre o primeiro e o terceiro filme, coloca o arqueólogo no centro de uma conspiração que o levará aos quatro cantos do mundo
É comum vermos antigas franquias do cinema serem revividas com sequências que incorporam os atores originais em novas histórias. Algumas franquias até reescalam seus protagonistas, porém, outras são tão enraizadas a rostos conhecidos que isso se torna impossível. Esse é o caso de Indiana Jones, que trouxe de volta Harrison Ford em ‘O Reino da Caveira de Cristal’ e em ‘O Chamado do Destino’. O esforço, porém, não vingou. Esse é, com certeza, o maior acerto de Indiana Jones e o Grande Círculo, novo jogo da Machine Games, que mostra que o futuro de algumas franquias está nos videogames.
O título em primeira pessoa lançado no dia 9 de dezembro, cheio de aventuras, memórias e ligações fortes com os filmes. A publicação da Bethesda levantou preocupação, pois foi adiado e, por bastante tempo, se manteve sem data de lançamento definida. O medo deu lugar a uma aventura nostálgica, envolvente e com um forte censo de exploração.
Indiana Jones e o Grande Círculo revive a franquia com qualidade da trilogia original
HISTÓRIA
Indiana Jones e o Grande Círculo se passa em 1937, entre o primeiro e o terceiro filme, e lança Indy aos quatro cantos do mundo. Após um artefato ser roubado do Marshall College, Jones sai em uma investigação que o coloca contra nazistas alemães, fascistas italianos e imperialistas japoneses. Ao lado da repórter investigativa Gina Lombardi, cabe ao aventureiro professor de arqueologia desvendar o mistério do Grande Círculo. Cheio de rostos novos, o jogo centra alguns acontecimentos do primeiro filme e encarna um Indiana pensativo, mas ainda cheio de energia. Um acerto foi recriar a icônica cena de 'Caçadores da Arca Perdida', que já te puxa para a aventura, além de servir como um certo tutorial para o que vem depois.
A atenção aos detalhes e desenvolvimento de níveis é um dos pontos chave para tornar o jogo bem atraente no gênero de exploração. Ele não mira em dezenas de horas imersivas, já que leva cerca de 25 horas para ser zerado, contando com missões principais e secundárias, mas entrega ótimas mecânicas, não pela inovação, mas pelo saber do uso. O elenco de personagens também eleva a qualidade do título. Todos são carismáticos (para o bem, ou para o mal) e têm suas próprias convicções e pensamentos, que transparecem com sucesso para o jogador.
UMA NOVA AVENTURA
Os tropeços na aventura talvez cheguem em algumas falhas da inteligência dos NPCs inimigos, que as vezes não 'enxergam o jogador', mesmo ao passar na frente dele. O desempenho do jogo é bom, mas poderia melhorar. É fácil encontrar algum engasgo no carregamento, mesmo que rápido, e alguns elementos com problemas de carregamento.
De maneira interessante, o foco é bem equilibrado entre ação e exploração. Claro, o combate faz parte, mas também é bom arranjar maneiras de passar sem ser visto – ou pego – para aproveitar a narrativa do título. Indiana não é perfeito e nem sempre correto. Na verdade, assim como com sua versão cinematográfico, o explorador é salvo diversas vezes por seus companheiros ou pelo acaso.
Indiana Jones e o Grande Círculo tomou riscos ao não seguir a fórmula já conhecida de jogos de exploração e focar em grandes acrobacias ou explosões, mas leva o jogador em sua própria experiência que mistura a sensação cinematográfica, com bons gráficos e jogabilidade.
Ainda não há nenhuma confirmação de sequências, mas o acerto da Machine Games com certeza colhe frutos com um futuro cheio de possibilidades, seja no papel de Jones ou em outras possíveis escolhas de adaptações para games.