Nas areias, experiência vale em dobro para conquistar o pódio
Técnicos fazem a diferença nos resultados das duplas de vôlei de praia, que começa hoje
Penúltimo esporte do Intercolegial, que está em sua 42ª edição e tem realização do Jornal O GLOBO e apresentação do Sesc-RJ, o vôlei de praia promete movimentar as quadras de areia e afunilar de vez a briga por medalhas pelos alunos-atletas das escolas. Com início neste fim de semana, a modalidade envolve apenas a categoria sub-18, no masculino e feminino. O primeiro dia de competição (26 de outubro) será reservado às meninas, enquanto o segundo (27 de outubro) marcará a vez dos meninos.
Em 2023, o vôlei de praia correspondeu às expectativas com competitividade, emoção e parceria dentro e fora das quadras. Não será diferente este ano. A modalidade foi, mais uma vez, uma das mais aclamadas pelos alunos. À medida que se aproxima a reta final do Intercolegial, os colégios vão fazendo as contas para analisar as possibilidades de pódio ou, no melhor dos cenários, de título da competição.
Para que a garotada consiga colocar em prática toda a preparação feita nos treinamentos, os técnicos exercem papel fundamental ao compartilhar ensinamentos e experiências que fazem a diferença. Como se tratam de jovens talentos que, muitas vezes, não estão acostumados a controlar os nervos à flor da pele, os conselhos de veteranos são mais do que necessários.
Quem sabe exatamente disso é Ana Paula Pimenta, de 56 anos, que comandou o título do Colégio Pedro II, de São Cristóvão, no ano passado. Ela lembra que Aurora e Juliana, que formaram a dupla campeã do sub-18 feminino, estavam disputando pela primeira vez o Intercolegial e tiveram dificuldades de adaptação por serem estreantes. Como ex-aluna-atleta, ficou mais fácil administrar a insegurança das novatas.
— O Intercolegial faz definitivamente parte da minha história. Participei como atleta de vôlei do Instituto Guanabara da Tijuca nas duas primeiras edições, em 1983 e 1984, e desde 1991 como técnica do Colégio Pedro II — diz Ana Paula. — Sempre costumo dizer que a competição é a busca da superação individual e coletiva, porque precisamos aprender a lidar com desafios físicos e emocionais e com os imprevistos.
Ciente do nível acirrado do torneio, Ana Paula projeta o que pode ajudar ou atrapalhar a dupla na defesa do título. Uma das novidades nesta edição é que Aurora e Juliana já estão classificadas à semifinal. Segundo a técnica, isso tem prós e contras.
— Considero o descanso na primeira rodada bom e, ao mesmo tempo, ruim. Elas estarão menos cansadas, mas já será um jogo decisivo, sendo que o fator emocional é sempre presente. O que importa mesmo é que a dupla é bem entrosada e, por isso, estão confiantes e preparadas, mas não podemos desconsiderar a preparação das outras escolas — opina.
Experiência na veia
Treinador do sub-18 masculino do Santa Mônica Rede de Ensino, Luiz Eduardo Noronha, o Mineiro, de 67 anos, também sentiu o sabor da vitória no ano passado no comando da garotada. Técnico do vôlei de praia desde a primeira edição do Intercolegial, ele conhece mais do que ninguém os atalhos para influenciar positivamente seus alunos-atletas.
— Sempre aconselho meu aluno a acreditar no potencial dele, ser obediente taticamente e tecnicamente e, não menos importante, ouvir as instruções do técnico e trabalhar como equipe — ressalta Mineiro. — Não têm preço os momentos tensos, de superação, o sentimento de dever cumprido com as vitórias, após sentir que o trabalho em equipe colheu frutos. Toda nova competição gera a expectativa de uma boa participação dos atletas para que venham a executar tudo o que foi treinado na busca pelo título.
Faltando apenas duas modalidades para o encerramento do Intercolegial, o Santa Mônica Rede de Ensino lidera a classificação geral com sete ouros, seis pratas e oito bronzes. Já o Loide Martha está na segunda colocação, enquanto o Geo Rose Dalmaso fecha o pódio provisório. O último dia de competição está marcado para 30 de novembro, com as finais do vôlei de quadra.