Conselho Deliberativo aprova planos da diretoria e abre caminho para recuperação judicial no Vasco
Com dívida que gira em torno de R$ 1,4 bilhão, gestão de Pedrinho trata o plano como meio de tornar o clube sustentável
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GERADO EM: 23/12/2024 - 22:19
Vasco aprova plano de recuperação para dívidas de R$1,4 bi
O Vasco teve seu plano de recuperação judicial aprovado visando sanar dívidas de R$ 1,4 bilhão. A diretoria busca reestruturar finanças e negociar com credores para evitar falência. A recuperação pode ser judicial ou extrajudicial, enquanto paralelamente há negociação para revenda da SAF. A meta é tornar o clube sustentável.
Em sessão do Conselho Deliberativo nesta segunda-feira, foram aprovados os planos de reestruturação financeira do Vasco, que abrem caminho para um pedido recuperação judicial (ou extrajudicial). A votação foi realizada na Sede Náutica da Lagoa.
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O processo de votação durou cerca de uma hora, em formato híbrido, e terminou com 112 votos a favor da proposta apresentada pela gestão de Pedrinho, 37 votos contrários, e teve 12 abstenções de conselheiros cruz-maltinos.
A diretoria trabalha para tentar aplacar as dívidas de curto prazo (que podem virar penhoras) e adota a recuperação judicial (ou extrajudicial) — tratada, de maneira geral, como reestruturação financeira —como estratégia para frear essa asfixia. De acordo com uma apresentação feita pelo escritório Alvarez & Marsal, no início da reunião de hoje, a dívida do Vasco gira em torno de R$ 1,4 bilhão.
Mediação com credores
Desde outubro, a diretoria vem se reunindo com credores (pessoas ou empresas que têm valores a receber do clube) para renegociar e alongar prazos de pagamentos destas dívidas imediatas, hoje na casa dos R$ 250 milhões. Nesse processo, tratado como "mediação", o clube obteve decisão judicial que suspendia penhoras e bloqueios financeiros por 60 dias, enquanto as negociações acontecem. No último dia 20, o prazo foi ampliado até 21 de janeiro.
O objetivo final é elaborar um plano de pagamento organizado que vai estruturar o pedido de recuperação. As recuperações judicial ou extrajudicial são ferramentas que vêm sendo adotadas por SAFs brasileiras e até por clubes associativos para estabilizar dívidas e execuções.
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O tema é controverso. Há temores quanto a um recado negativo que o pedido possa passar aos mercados, mas o maior risco é a chance de decretação de falência no caso da opção pela via judicial, num eventual descumprimento dos acordos. Essa é a principal preocupação de parte dos conselheiros que se opuseram à medida.
Judicial ou extrajudicial?
Caso o Vasco opte pela recuperação judicial, terá de fazer o pedido à Justiça. Se aceito, ganha 180 dias livre de penhoras para montar um plano de reestruturação financeira e apresentar ao juiz e aos credores. Com o plano aprovado, o clube passa a contar com as novas e facilitadas condições de pagamento.
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Já em uma recuperação extrajudicial, o acordo seria direto entre Vasco e credores, mas ainda assim pode ser acompanhado pela Justiça.
Paralelamente a esse processo, há a negociação pela revenda da SAF. Pedrinho ressaltou algumas vezes nos últimos meses que tem o desejo de vender novamente o futebol, hoje no controle da associação após o afastamento na Justiça da 777 Partners, em maio. A postura da diretoria é a de que a reestruturação financeira é o meio de tornar o clube sustentável enquanto as negociações se desenrolam, e a eventual entrada de um novo investidor pode facilitar o cenário.