Uma mulher, de 33 anos, foi condenada a 20 anos de prisão por torturar filho, que ficava preso em uma gaiola de transporte para cachorros, na cidade de Krems, na Áustria, localizada a uma hora da capital Viena. A mãe, acusada de espancar, amarrada e deixar a criança passar fome, afirmou querer que o filho, supostamente agressivo e rebelde, fosse mais comportado, mas negou a intenção de matar.
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A mãe é acusada de abuso infantil e tentativa de homicídio, assim como sua cúmplice, uma outra mulher, de 40 anos, condenada a 14 anos de prisão por encorajar a amiga por meio de mensagens de bate-papo e telefonemas. As duas devem ao menino uma idenização de 80 mil euros, aproximadamente R$ 430 mil.
O julgamento, que deu o veredito nesta quinta-feira, avaliou a crueldade dos crimes cometidos entre julho e novembro de 2022, quando o menino tinha 12 anos. Segundo a investigação, além de manter a criança trancada e amarrada na gaiola de cachorro, enquanto também era espancada, a mãe ainda teria encharcado o filho com água fria, enquanto abria as janelas do apartamento por várias horas em um clima abaixo de zero. A tortura fez com que a temperatura do corpo da criança caísse para 26,8ºC, correndo risco de vida.
A mãe foi presa no final de 2022, depois que uma assistente social – supostamente chamada por um amigo da família – encontrou o menino gravemente desnutrido, em coma e sofrendo de hipotermia.
No tribunal, um psiquiatra afirmou que a mãe – que sofre de uma doença mental grave e persistente – desenvolveu uma “relação simbiótica paranóica” com o sua amiga “manipuladora”. Durante o julgamento, as duas mulheres trocaram culpas. A cúmplice da mãe disse que não tinha conhecimento da escala do abuso infligido, apesar das suas trocas provarem o contrário.
A mãe pediu desculpa pelas suas ações e a afirmou que apenas queria “disciplinar” o filho, segundo a agência de notícias austríaca APA. O juiz concluiu, durante a sessão no tribunal, que o menino estava “destruída psicologicamente” pelas torturas que sofreu. O tribunal ordenou que ambas as mulheres fizessem terapia.
O governo estadual também criou uma comissão para investigar se as autoridades poderiam ter feito mais para resgatar o menino antes. O diário Der Standard relatou que a criança já havia fugido de sua mãe, mas foi levado de volta para ela.