Orizon e Gás Verde se unem para operar duas usinas de biometano a partir do lixo no Rio
Empresas formam joint-venture para investir na expansão da produção do biogás, que pode ser usado na indústria e em veículos que são movidos a GNV
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GERADO EM: 23/12/2024 - 16:37
Orizon e Gás Verde formam joint-venture para produção de biogás no RJ
Orizon e Gás Verde se unem em joint-venture para operar usinas de biometano a partir do lixo no Rio de Janeiro, visando expandir produção de biogás para indústria e veículos GNV. Empresas experientes buscam promover transição energética sustentável, atendendo demanda crescente por combustíveis renováveis.
O Grupo Orizon e a Gás Verde anunciaram hoje oficialmente a sua união em uma joint-venture para investir em duas novas usinas de produção de biometano a partir de resíduos sólidos no Rio de Janeiro.
A sociedade vai investir na construção e operação de duas usinas de biometano nos aterros sanitários de São Gonçalo e Nova Iguaçu, na Região Metropolitana do Rio. A nova empresa será administrada pela Bio-E, subsidiária da Orizon VR, que terá 50% de participação, e pela Gás Verde, dona dos outros 50%.
O próximo passo do negócio é o alinhamento de um plano conjunto de negócios, que definirá os investimentos necessários. As duas sócias têm uma experiência consolidada no setor.
O Grupo Orizon é uma referência nacional em transformação de resíduos, e a Gás Verde, parte do Grupo Urca, é hoje a maior produtora de biometano da América Latina. O gás obtido do lixo pode ser usado em veículos a gás assim como o GNV e também como fonte de energia na indústria.
Segundo o CEO da Orizon, Milton Pilão, as empresas uniram "experiências, eficiência e vantagens competitivas" para "multiplicar a oferta de gás natural renovável no país":
A produção do biometano das duas unidades será viabilizada a partir do biogás derivado dos ecoparques da Orizon, com capacidade de produção de cerca de 100 mil m³ por dia em cada uma delas.
'Solução para o passivo ambiental das cidades'
"A transação amplia nosso portfólio, contribui para o crescimento de nossas operações, com a meta de oferecer soluções sustentáveis para a valorização do resíduo, e fortalece nosso posicionamento de cooperar com uma transição energética mais justa", declarou o executivo em comunicado divulgado pelas empresas. .
Para a Gás Verde, que já produz biometano a partir de resíduos de aterros sanitários, sendo detentora da metade do mercado brasileiro, a sociedade permite avançar na expansão da companhia, que planeja converter 10 térmicas a biogás localizadas em seis estados no país, aumentando a produção para 600 mil m³/dia até 2028. Atualmente, a empresa é responsável pela geração de 160 mil m³/dia do gás, a partir de suas plantas localizadas em São Paulo e no Rio, a maior da América Latina.
"Vamos ampliar a oferta de biometano para o mercado, que já enxerga no biometano a solução eficaz para descarbonização da indústria e de frotas leves e pesadas. O biometano é um combustível produzido a partir de resíduos urbanos, e permite que as empresas reduzam suas emissões, sendo também uma solução para o passivo ambiental das cidades" pontua o CEO da Gás Verde, Marcel Jorand.
Demanda crescente
No último semestre, a Orizon fechou novos acordos para a expansão de suas unidades. Além disso, celebrou contratos de compra e venda com as empresas Estre Ambiental, Edge e Neogás, a última com garantia da Companhia Ultragaz, empresa do Grupo Ultra. Estima-se que até 2028 o mercado nacional deve atingir uma produção de biometano de 2.150.000 m³ por dia.
"A Orizon opera 17 ecoparques em 12 estados brasileiros que possuem capacidade estimada de geração de 2,7 milhões de m³ de biogás por dia. Ao longo dos próximos anos, investiremos na construção de plantas que poderão gerar até 1,3 milhão de m³ por dia de biometano. Esse volume será fundamental para promover a descarbonização da economia e uma transição energética mais eficaz", avalia Pilão.
O biometano produzido pela Gás Verde abastece grandes indústrias, como a siderúrgica Ternium e a fabricante de bebidas Ambev, e as multinacionais Haleon, Vesuvius, Nestlé e L'Oréal. Também fornece o gás para 30 postos de combustíveis no estado do Rio, uma vez que o biometano é intercambiável com o gás natural.
'Combustível do futuro'
"A demanda por biometano, considerado o combustível do futuro, é maior do que a oferta, então, o aumento de produção vai possibilitar apoiar mais empresas em suas jornadas de descarbonização", afirma Jorand.
Em 2025, a Gás Verde vai inaugurar uma planta de CO₂ verde beverage grade, em Seropédica, no Rio. Será a primeira oriunda no Brasil de uma corrente de biometano.