Como escapar da 'Black Fraude'? Veja produtos que subiram de preço pouco antes da Black Friday
Valor dos eletrodomésticos e smartphones crescem entre outubro e novembro deste ano, de acordo com os sites Zoom e Buscapé
RESUMO
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GERADO EM: 27/11/2024 - 08:51
"Alerta contra 'Black Fraude' na Black Friday 2024: Aumento de preços e dicas para se proteger"
Proteja-se da 'Black Fraude' na Black Friday 2024! Eletrodomésticos e smartphones tiveram aumento de preços significativo semanas antes do evento. A prática, conhecida como "Black Fraude", pode iludir consumidores com falsos descontos. Especialistas alertam para a importância de pesquisar, comparar preços, monitorar ofertas e conhecer os direitos do consumidor para evitar armadilhas. Aumentos de até 45,31% foram identificados em produtos como geladeiras, celulares, TVs, vídeo games e tablets. Não caia em promoções enganosas e denuncie práticas abusivas!
Quem pretende comprar na Black Friday 2024, que acontece nesta sexta-feira (29), espera garantir itens em oferta, com preços abaixo do valor do mercado. Mas todo ano tem gente que reclama de descontos artificiais, inclusive o famoso "metade do dobro". Muitos comerciantes aumentam o preço na véspera da promoção e aplicam descontos inócuos, enganando o consumidor.
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Os comparadores de preço Zoom e Buscapé identificaram um aumento significativo no valor de vários produtos nas últimas semanas antes da data, entre o início de outubro e 11 de novembro deste ano.
Essa prática é conhecida como "Black Fraude", que gera uma falsa impressão de grandes descontos quando, na realidade, o consumidor pagará pelo preço original do produto.
Geladeiras mais caras
O preço das geladeiras é um exemplo. Entre o dia 1 de outubro e o dia 11 de novembro, o valor desse eletrodoméstico aumentou em 18%, segundo análise feita pelo comparadores Zoom e o Buscapé. A busca por geladeiras cresceu 20,02% no período analisado. A média de preço da geladeira em outubro era de R$ 3.049. Agora, em novembro, o valor é de R$ 3.598.
Em um caso específico, uma geladeira da marca Brastemp, de 554 litros, estava sendo em vendida a R$ 2.900 em outubro, e até o dia 11 de novembro chegou a custar R$ 6 mil.
Demanda aquecida estimula aumentos
Francisco Donato, superintendente executivo da Mosaico, dona da Zoom e Buscapé, explica que o aumento dos preços desses produtos entre outubro e novembro se dá pela lei da oferta e da procura, tendo em vista a disponibilidade e estoque desses itens.
— Em geral, um dos motivos de se ver uma oscilação de preços é justamente um momento do varejo que visa a equalizar as ofertas para equilibrar o tíquete diário e os fluxos logísticos durante o mês de setembro. Além disso, a alta procura por um produto pode ocasionar um aumento de preços — disse Donato.
Os celulares e smartphones, cujas buscas on-line subiram 30,64%, estão entre os que ficaram mais caros durante esse período. O preço mediano, segundo dados dos comparadores, era de R$ 2.102, em outubro, e passou a ser de R$ 2.342 neste mês da Black Friday, um aumento de 11,42% no valor.
Produtos como TV, Vídeo Games e Tablet também tiveram uma variação positiva nos preços. A TV, por exemplo, teve um salto de 45,31% nas buscas durante esse período.
Em outubro, o preço médio de uma TV era de R$ 2.446, e agora em novembro o valor do eletrônico já apresentou uma leva diminuída (-0,45%), passando a custar R$ 2.435. O vídeo game teve uma variação de -15,17%, e o tablet, de - 0,21%.
O aumento dos preços semanas antes da Black Friday pode levar o consumidor a achar que está garantindo uma oferta, quando na verdade é só ilusão e ele pagará pelo preço original do item.
De acordo com Igor Marchetti, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a prática é bastante comum e é, de acordo com o artigo 67 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), um crime.
— Uma publicidade enganosa é crime, e a pena prevista é de detenção de três meses a um ano e multa também. Então, além de ser uma prática proibida pelo Código de Defesa do Consumidor, que gera inclusive dano moral, é possível também incriminar, responsabilizar os autores da propaganda por prática criminosa — disse o advogado.
Não caia em armadilhas
De qualquer forma, se o consumidor encontrar descontos "falsos", deve denunciar aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon. Nas promoções online, é recomendável tirar um print da tela para registrar um boletim de ocorrência. Em algumas regiões, há delegacias especializadas em crimes contra o consumidor.
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— O consumidor pode monitorar os preços utilizando comparadores de preço, pesquisar a reputação das empresas, guardar prints e registros dos preços e, principalmente, desconfiar de descontos muito exagerados — disse a advogada Brenda Rodrigues, especialista em direito do consumidor.
Veja dicas antes de comprar:
- Pesquise e compare preços antecipadamente, para ter uma noção do valor real dos produtos desejados;
- Faça uma lista do que realmente precisa comprar, evitando compras por impulso;
- Pesquise a reputação das lojas e sites onde pretende fazer suas compras;
- Leia as avaliações de outros consumidores sobre o produto e a loja;
- Fique atento aos seus direitos como consumidor, como a possibilidade de troca e garantia dos produtos adquiridos.