Dólar hoje: cotação encerra a R$ 6,07, com leilões do Banco Central, vídeo de Lula e aprovação de pacote fiscal
BC fez hoje oferta de US$ 5 bilhões ao mercado e cancelou um. Senado deve concluir votação de medidas
RESUMO
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GERADO EM: 20/12/2024 - 08:21
Banco Central leiloa dólar após intervenção recorde
O Banco Central realizará leilões de dólar hoje após intervenção recorde. Pacote fiscal em votação no Senado também impacta cotação. Reservas internacionais do Brasil garantem intervenções. Mercado cambial em alerta.
O dólar comercial encerrou a R$ 6,0719, em queda de 0,81%, após a injeção de US$ 7 bilhões do Banco Central no mercado de câmbio durante manhã. Já durante a tarde, a aprovação da última medida do pacote fiscal no Senado e reafirmação do compromisso com a independência do BC pelo presidente Lula ajudaram a moeda a chegar na mínima do dia, a R$ 6,0477.
Ontem, o BC fez uma intervenção recorde no câmbio à vista, levando a moeda americana a recuar de R$ 6,30 no auge do dia para R$ 6,1216 no fechamento. Ontem mesmo, o Banco Central anunciou que faria nesta sexta-feira, mais dois novos leilões, totalizando US$ 7 bilhões. Um deles foi adiado após não receber propostas e posteriormente cancelado.
No primeiro leilão da manhã desta sexta-feira, realizado pouco depois da abertura do mercado de câmbio, o BC injetou US$ 3 bilhões, acolhendo oito propostas e ofertando o total.
Já a segunda intervenção foi um leilão de linha (com compromisso de recompra — entenda mais abaixo) dividida em duas sessões de US$ 2 bilhões, somando até US$ 4 bilhões.
A primeira sessão teve o acolhimento de cinco propostas, no total de US$ 2 bilhões, mas o segundo não teve propostas.
O BC chegou a informar que realizaria uma nova tentativa de intervenção do mesmo valor às 11h20, também com o valor máximo de US$ 2 bilhões, mas cancelou a injeção logo depois alegando problemas no sistema.
Corrigido o problema, o BC interviu em mais US$ 2 bi, às 12h40, acolhendo duas propostas.
As atuações do BC, assim como a tramitação do pacote fiscal do governo no Congresso, devem balizar as cotações do dólar hoje. Acompanhe, ao vivo, a cobertura do mercado financeiro.
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Nos últimos dias, o BC já injetou US$ 13,759 bilhões no mercado de câmbio à vista. Na quinta-feira, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, afirmou que este tipo de atuação ocorre quando o mercado está disfuncional e assegurou que o BC tem reservas suficientes para intervir quando necessário.
Atualmente, as reservas internacionais do Brasil somam mais de US$ 350 bilhões.
As cotações do dólar hoje também devem reagir à aprovação das medidas fiscais no Congresso. A Câmara aprovou ontem os principais pontos do pacote, porém com desidratação em algumas medidas. Hoje o Senado deve concluir a votação.
Entenda as operações do BC
Leilão à vista
Essa operação é caracterizada pela venda direta de dólar no mercado, com recursos oriundos das reservas internacionais brasileiras. O uso deste mecanismo é mais raro, pois o Banco Central procura evitar a queima das reservas. Mas recorreu a essa operação em 2009, na crise financeira global, e na pandemia de Covid-19.
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Leilão de linha
Consiste na oferta de dólares pelo Banco Central com compromisso de recompra mais à frente, a fim de fazer uma injeção pontual da moeda no mercado. Em última instância, essa operação não altera as reservas, porque os recursos serão recomprados futuramente.
Histórico de intervenções
O Banco Central começou a vender dólares no mercado à vista na última sexta-feira, dia 13 de dezembro. Nesse período, fez também algumas atuações com leilões de linha - ou seja, quando vende dólares com compromisso de recompra.
- 12 de dezembro: BC realiza dois leilões de linha, no total de US$ 4 bilhões
- 13 de dezembro: BC vende US$ 845 milhões no mercado à vista
- 16 de dezembro: BC interviu com US$ 4,627 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em leilão de linha e US$ 1,627 bilhão no mercado à vista
- 17 de dezembro: BC interviu com US$ 3,287 bilhões no mercado à vista
- 18 de dezembro: não houve intervenção
- 19 de dezembro: BC vendeu US$ 8 bilhões no mercado à vista
- 20 de dezembro (até 13h): BC vendeu US$ 7 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em leilão à vista e US$ 4 em dois leilões de linha