Gustavo Pinheiro

Este ano, finalmente, vou conseguir realizar um dos desejos mais acalentados: não ter Natal. É uma vontade antiga, mas sempre acabo cedendo à pressão familiar ou à preguiça de organizar minha fuga

Em Fernando de Noronha, a essência do convívio com a natureza selvagem perdeu para a força do dinheiro

Ele era capaz de ficar horas falando sobre Kant ou niilismo, assuntos nem sempre palatáveis, mas que deixavam a plateia embevecida

Encomendar corpo de defunto é um talento que a inteligência artificial dificilmente dominará

Noite dessas levantei da cama às cinco da manhã, mais rápido do que o recomendado. fui até a cozinha, abri a geladeira... e a pressão desabou. caímos eu, a dúzia de ovos e a garrafa d’água

Quem deu com a cadeirada no outro não foi um oponente político, mas o claudicante homem-branco-rico-heterossexual, o que sempre deu as cartas e agora está tendo que acionar o Waze interno e recalcular a rota da sua existência

Levei duas horas e meia da Zona Sul a Curicica, em um Rio que se locomove cada vez mais devagar. Cheguei ao compromisso com 20 minutos de atraso. Desculpa, Villa, foi o trânsito

Silvio Santos está umbilicalmente ligado às memórias de infância de gerações, com aquela música-tema do apresentador da TVS (segura essa, botox)

Os rapazes da bola que fiquem mais tempo no banco de reservas (ou dos réus). Passou da hora de Outro Brasil brilhar

Horas no trânsito, achando tudo normal, admirando pela janela, a cada nova curva. A Liberdade que leva ao Paraíso