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Por Oncoclínicas&Co

O Brasil deve registrar um salto de mais de 70% na incidência do câncer nos próximos anos. O dado, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), traz grandes desafios para o setor. Em paralelo, a boa notícia é que a tecnologia tem proporcionado importantes avanços que estão levando o tratamento da doença para um universo cada vez mais minucioso e personalizado, aumentando a qualidade de vida e as chances de cura.

Na oncologia, uma das frentes que vêm progredindo amplamente nesse sentido é a genômica, um entendimento aprofundado do DNA. Com ela, a análise genética se tornou não apenas possível, mas também indispensável para obter precisão tanto no diagnóstico de tumores quanto na eficácia do tratamento. Como explica Rodrigo Dienstmann, diretor médico da OC Medicina de Precisão, laboratório integrado da Oncoclínicas&Co dedicado à anatomia patológica, a exames genéticos e big data, o câncer não é uma doença única, mas, sim, um termo que se refere a um conjunto de doenças que têm em comum o crescimento desordenado das células e que apresentam diferentes complexidades.

— Combater esses tumores é um desafio, pois eles sofrem mutações ao longo do tempo, assim como seu comportamento varia de pessoa para pessoa. Uma solução para um tipo de câncer e paciente não será necessariamente a mesma para outro indivíduo com diagnóstico similar. Por isso, ter a contribuição de análises genômicas e moleculares é de fundamental importância para conseguirmos adotar estratégias terapêuticas mais assertivas e alto nível de individualização dos tratamentos, além de aumentar a sobrevida dos pacientes — diz.

Em linha com essa percepção, a Oncoclínicas&Co, maior grupo dedicado aos cuidados do câncer na América Latina, vem investindo em diversas frentes de pesquisa, inovação e adoção de tecnologias. Na última década, a companhia liderou 235 projetos científicos voltados ao cuidado em oncologia, dos quais cerca de 150 seguem em andamento. Entre os estudos, destacam-se aqueles com foco na medicina de precisão, ampliando o conhecimento genômico no combate à doença e elevando cada vez mais o nível de personalização dos tratamentos.

Carlos Gil Ferreira, diretor médico da companhia e presidente do Instituto Oncoclínicas, sinaliza que os avanços apontam para um presente e um futuro de esperança para quem enfrenta um diagnóstico de câncer.

— Evoluímos para possibilidades cada vez mais amplas de individualização dos tratamentos para que possamos estabelecer linhas de cuidados precisas, com olhar apurado para as necessidades de cada indivíduo. Essas são estratégias importantes que a comunidade de oncologistas, em todo o mundo, vem destacando como essencial para continuar a fazer progressos nas terapias contra a doença e, assim, melhorar os resultados para os nossos pacientes — aponta.

Entre os investimentos feitos pela companhia estão tecnologias avançadas para a análise digital de amostras de tumores, a chamada patologia digital, e exames genéticos de alta complexidade e abrangência. Somadas ao conhecimento médico e à inteligência artificial (IA), essas novas tecnologias proporcionam precisão e agilidade à detecção e ao tratamento de diferentes tipos de tumores.

— Utilizamos algoritmos treinados com milhões de dados de pacientes, com o mesmo diagnóstico, para detectar padrões que o patologista não consegue ver ao examinar a lâmina com o microscópio. Isso permite identificar, por exemplo, uma alteração genômica na biópsia do câncer em tempo recorde — explica Dienstmann.

Para tornar o processo ainda mais completo e eficiente, todos os testes moleculares da OC Medicina de Precisão são desenvolvidos e validados em um laboratório local, com capacidade de ajustes rápidos à medida que novos avanços cheguem à prática clínica. Isso permite que os pacientes tenham acesso a um diagnóstico molecular completo sem atrasos nem barreiras tecnológicas. Para viabilizar esse fluxo e criar a infraestrutura necessária dentro do país, a Oncoclínicas adquiriu a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, engenharia computacional e inteligência de dados genômicos, sediada em Cambridge, Estados Unidos.

A inteligência artificial tem atuação importante, permitindo analisar em conjunto o estilo de vida, fatores relativos a exposições ambientais e a genética do paciente para identificar aqueles com alto risco de desenvolver a doença. A medicina preventiva personalizada já é parte do presente
— Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas&Co

Diagnóstico mais ágil e preciso

Com laboratórios em três diferentes regiões do Brasil, OC Medicina de Precisão destaca-se como a primeira instituição fora dos Estados Unidos a adotar a patologia computacional para uso clínico. Por essa razão, bem como pelo uso de IA, foi destaque do Pathology Visions 2022, um dos principais eventos globais do segmento.

— O processo incluiu a integração do sistema de gerenciamento de informações laboratoriais e a adoção de scanner e de visualizador para patologia digital. Adicionalmente, implementamos uma solução de inteligência artificial inédita fora dos Estados Unidos, que envolveu a união de softwares para detecção de tumores que afetam a glândula prostática — descreve Leonard Medeiros da Silva, médico patologista da OC Medicina de Precisão.

Para ele, a IA pode melhorar a precisão e a eficiência do diagnóstico ao agilizar o fluxo do trabalho clínico no dia a dia do laboratório, promovendo avanços importantes na identificação de casos de câncer, principalmente em estágios precoces. Ele destaca, por exemplo, uma redução de 70% no tempo desse fluxo na detecção do câncer de próstata, segundo tipo mais comum que ocorre entre os homens e responsável por mais de 65 mil novos diagnósticos a cada ano, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Inteligência artificial e o câncer no futuro

A aplicação de recursos de IA à análise genômica possibilita aumento nas taxas de cura nos tratamentos e melhora na qualidade de vida dos pacientes. Na visão de Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas&Co, com os avanços em oncologia de precisão, é possível desenvolver terapias mais assertivas, aumentando as taxas de êxito nos tratamentos e beneficiando ainda mais a qualidade de vida dos pacientes.

— Estamos treinando modelos de dados e ferramentas, sempre respeitando a privacidade do paciente. A IA desempenha um papel crucial, especialmente ao analisar e ajudar a entender fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença — diz.

Para Ferrari, a IA poderá ajudar na descoberta de novos biomarcadores e alvos terapêuticos, acelerando o desenvolvimento de tratamentos inovadores, bem como na interpretação de diagnósticos moleculares complexos. Um exemplo é a biópsia líquida, exame que permite identificar material genético dos tumores na corrente sanguínea e que anteriormente era realizada apenas nos Estados Unidos. Hoje, já faz parte da rotina do laboratório de genômica da Oncoclínicas.

 — Foto: Arte G.Lab
— Foto: Arte G.Lab
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