Projetos em bairros nobres agitam o mercado carioca
Além de Copacabana e Ipanema, ícones da Zona Sul, Barra Olímpica, o bairro mais novo da cidade, também se destacou em lançamentos ao longo de 2024
Por Morar Bem
Os números não mentem: 2024 já pode ser considerado um dos melhores anos para o mercado imobiliário carioca, principalmente se considerado o ciclo pós-olímpico. O volume de lançamentos foi 54,3% maior na comparação entre janeiro e setembro de 2024 com o mesmo período de 2023. O número de novas unidades cresceu 43,2%, e as vendas subiram 29%.
Novos residenciais surgiram por toda a cidade, mas na preferência dos compradores — cariocas, clientes de outros estados e estrangeiros — três bairros se destacaram: Copacabana, Ipanema e Barra Olímpica, que teve empreendimento inteiramente vendido em seis horas, fila de espera na porta e uma movimentação poucas vezes vista.
As razões para esse agito são muitas. Ipanema é um clássico da Zona Sul, com preços mais acessíveis do que o vizinho Leblon e um charme referendado pelo título de segunda melhor praia do mundo, concedido pelo guia de viagens Lonely Planet. Em Copacabana, o marasmo de lançamentos foi sacudido pelas mudanças na legislação que permitiram retrofits e outras configurações de empreendimentos no bairro mais famoso do país. E a Barra Olímpica despontou pelos amplos espaços que favorecem a construção de condomínios com estrutura de lazer completa por valores compatíveis com a renda da classe média.
Os constantes investimentos públicos na região e a consolidação do bairro como palco de grandes eventos corporativos e de entretenimento representam uma excelente oportunidade de retorno financeiro, avalia o CEO da Calper, Ricardo Ranauro.
— Quem busca o bairro como local para morar encontra localização estratégica com excelente mobilidade, além de atributos como segurança, estrutura consolidada de comércios e serviços, proximidade da praia e integração com a natureza — enumera ele, que prevê para 2025 o lançamento de novas fases do Cidade Arte, o primeiro bairro planejado do Rio no conceito de arte e design.
POTENCIAL DE VENDAS
Sócio do BTG, o novo dono do Ilha Pura, Michel Wurman concorda e diz que a Barra Olímpica está dentro de um contexto muito valorizado do Rio de Janeiro, que é a Barra da Tijuca.
—Havia anos que o BTG já estudava a região, que tem um potencial de vendas e crescimento muito grande. Consideramos o Ilha Pura um dos vetores de desenvolvimento da região e vamos dar continuidade a esse investimento, acreditando cada vez mais na Barra — diz ele.
Os atributos que atraem moradores e investidores para a Barra Olímpica também ajudam a convencer compradores dos lançamentos de Ipanema e Copacabana. Tanto que o Opportunity FII dividiu entre os dois bairros os primeiros projetos da coleção Be.in. Rio: dois em Copacabana, um em Ipanema e outro no Arpoador, na fronteira entre as duas estrelas da temporada. O próximo lançamento será em Ipanema.
—Ipanema e Copacabana são dois bairros muito cobiçados por quem mora no Rio e por pessoas de outros estados, e até por estrangeiros. Temos vários terrenos nessas duas regiões que darão continuidade ao cronograma de lançamentos pela coleção Be.in. Rio em 2015 —pontua um dos gestores do Opportunity FII, Marcelo Naidich.
A Mozak também vai olhar com muito carinho para Ipanema no ano que vem, segundo a gerente Comercial, Gabrielle Calcado, mas focada em endereços exclusivos onde possa lançar projetos triple A.
— O bairro recebeu muitos lançamentos imobiliários impulsionados principalmente pelo turismo e pela procura por investimentos de alto retorno. Alguns dos nossos projetos foram vendidos 100% para veranistas — diz ela.