Inscrições abertas para Educação de Jovens e Adultos em São Paulo
Matrículas para o Ensino Médio e cursos profissionalizante estão abertas até 24 de janeiro
Thaís da Silva Bonifácio, de 29 anos, mora no Jardim Helena (Zona Oeste da capital paulista). A rotina é atribulada. A auxiliar de limpeza sai de casa às 5h30 para trabalhar e só volta às 16h15. É quando cuida dos dois filhos, de 13 e 7 anos, e da casa.
A partir de fevereiro de 2025, no entanto, os planos são outros. Thaís estará entre os alunos da Educação de Jovens e Adultos, a EJA, dividindo seu tempo entre as aulas presenciais no Centro Educacional Unificado (CEU) Tiradentes e os conteúdos online.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), que oferece a EJA em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) são divididas da seguinte forma: 80% no modelo a distância, por meio do acesso à plataforma virtual (disponível 24 horas por dia, sete dias por semana), e 20% de encontros presenciais, oferecidos em 20 unidades do CEU. As aulas são direcionadas a jovens e adultos a partir de 18 anos que concluíram o Ensino Médio.
Novo ciclo
Para se adequar à fase de renovação, Thaís terá a ajuda da mãe, que cuidará dos filhos durante o período da noite. A expectativa é grande. Ela deixou o primeiro ano do Ensino Médio aos 16 anos, quando engravidou. Depois, tentou fazer o supletivo e o modelo EAD, mas não seguiu adiante.
Agora é diferente. As negativas que Thaís recebeu em várias vagas de emprego por não ter concluído o Ensino Médio mostraram que seria preciso voltar a estudar. Ao final, o plano é fazer o concurso para uma vaga na Guarda Civil Metropolitana da capita paulista ou, quem sabe, fazer o vestibular para tentar uma vaga no curso de medicina.
Com o apoio dos filhos e da mãe, a futura aluna não disfarça a empolgação. “Além de concluir o Ensino Médio e poder correr atrás de outras oportunidades profissionais, o que mais espero é ter conhecimento em diferentes áreas e melhor entendimento de certos assuntos durante uma conversa. Quando a gente deixa de estudar, às vezes não tem muita compreensão do que as pessoas estão querendo dizer”, explica Thaís.
Aprendizado e uma profissão
Além da formação regular, também é possível fazer a matrícula nos cursos de capacitação da modalidade profissionalizante, com a mesma distribuição de carga horária do Ensino Médio – 80% online e 20% presencial.
As áreas de conhecimento são bem variadas: almoxarife, assistente de RH, assistente de controle de qualidade, controlador e programador de produção, costureiro sob medida, desenhista de moda, eletricista instalador residencial, inspetor de qualidade, operador de computador e pintor imobiliário. A disponibilidade varia segundo a oferta de vagas e cursos oferecidos em cada região.
“Essa alternativa permite já terminar os estudos com possibilidades para o mercado de trabalho”, pontua o Secretário Municipal de Educação, Fernando Padula. Ele explica que o novo modelo de atendimento permite aos estudantes, além da formação básica no Ensino Médio, ter a formação profissionalizante.
Oferta de vagas
As opções serão bem distribuídas pela cidade de São Paulo. Segundo a Secretaria de Educação, cada polo, em funcionamento nos CEUS, vai oferecer, aproximadamente, 300 vagas, beneficiando até 6.000 estudantes.
Cooperação
A nova parceria para a EJA prevê que o Sesi-SP tenha como atribuições a contratação de professores, o material didático e a certificação. A duração do curso é de até 12 meses. Com a qualificação profissional, os estudantes receberão dois certificados, o que vai facilitar o protagonismo no seu aprendizado por meio de trilhas personalizadas de estudo.
Rita Figueiredo, supervisora técnica educacional da Nova EJA no Sesi-SP, analisa o trabalho conjunto com a Prefeitura Municipal de São Paulo. “É a união de forças, compartilhamento de recursos humanos, acesso às estruturas físicas, expertise educacional, além do compromisso social para a elevação da escolaridade de um público que tem o direito constitucional de educação”, afirma.