Celular na mochila e uso só para fins educacionais: entenda a lei aprovada no Senado que proíbe o aparelho nas escolas
Restrição, que inclui recreios e intervalos, já deve valer no próximo ano letivo
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você
GERADO EM: 18/12/2024 - 22:53
Senado aprova proibição de celulares em escolas
Senado aprova lei que proíbe uso de celulares em escolas, incluindo recreios. Alunos podem levar na mochila, mas uso só em emergências. Objetivo é melhorar desempenho e disciplina. Deputados debatem doutrinação e permitir gravações. Apenas uso educacional será permitido. Implementação acelerada com apoio do Ministério da Educação e oposição. Medida deve valer no próximo ano letivo.
O Senado aprovou na quarta-feira o projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, inclusive em recreios e intervalos entre as aulas. De acordo com o texto, os alunos poderão levar os aparelhos na mochila, mas o uso será proibido — salvo em casos específicos, como em situações envolvendo saúde ou outras emergências.
- 'Achava que o pai iria matar ele': Mãe de Isabella Nardoni relata crise do filho ao conhecer história da irmã
- Saiba como emitir: Nova carteira de identidade já foi adquirida por 17 milhões de brasileiros
A restrição é válida para todos os níveis de educação básica. O texto original proibia o porte do aparelho apenas para crianças de até 10 anos, mas esta parte da proposta foi alterada.
O projeto teve a aprovação encaminhada de forma simbólica, quando os senadores não precisam registrar votos. Durante a sua tramitação, a proibição já havia sido defendida por parlamentares da base governista e da oposição.
Na sessão de quarta-feira, os senadores destacaram as dificuldades dos professores em atrair a atenção dos alunos nas salas de aula com o uso de celulares liberado.
— Todos nós aqui, praticamente toda a família brasileira, temos pleno conhecimento dos impactos que o uso do celular tem na vida das pessoas, mais ainda nos adolescentes. A competição de atenção hoje é desumana — disse o relator do projeto, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). — Em todos os lugares em que se apresentou e se implementou a restrição de uso de aparelhos celulares, teve uma melhoria no desempenho escolar, na disciplina na escola, na redução do bullying.
O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), apresentou um destaque em que sugere a restrição do uso dos celulares apenas para os anos iniciais da educação básica, liberando o uso para alunos do ensino médio. A sugestão, no entanto, foi derrubada pelo plenário.
Sem aula filmada
A proibição do porte do celular nas escolas, até mesmo nas mochilas, foi um dos pontos mais debatidos recentemente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Parte dos parlamentares afirmou que há “doutrinação” nas escolas, e o projeto impediria a defesa dos alunos contra essa prática. Esses deputados defendiam que o aluno pudesse gravar nos celulares professores que entendiam estar doutrinando nas aulas.
Com as novas regras, o uso do celular será permitido apenas para fins educacionais ou quando houver necessidade de garantir acessibilidade, inclusão, atender a condições de saúde do aluno ou garantir os direitos fundamentais.
O texto, que tramitava no Congresso Nacional desde 2015, teve a tramitação acelerada depois de ganhar apoio do Ministério da Educação e da oposição. A ideia é que a medida já esteja valendo no início do próximo ano letivo, em fevereiro.
Na CCJ da Câmara, o relator do projeto foi o deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), que, como secretário municipal de Educação do Rio, fez a cidade ser pioneira na proibição dos celulares nas escolas da rede.
Uma pesquisa feita pela prefeitura do Rio mostrou que os alunos melhoram a capacidade de aprendizado quando estão sem os aparelhos. Professores, no entanto, apontam dificuldades para realizar a fiscalização, além de falta de planejamento para implementar a medida. Mas deve haver um prazo para que as escolas se adaptem à restrição.
Inscreva-se na Newsletter: Jogo Político