Em um futuro próximo, a Inteligência Artificial vai ser a ferramenta usada para otimizar o grande volume de dados e serviços desenvolvidos pelo governo federal nas áreas de educação, saúde, meio ambiente e gestão pública. A promessa é parte da construção do Laboratório de Inovação (LIIA), anunciado em parceria com o parque Porto Digital, no Recife, considerado o maior distrito tecnológico do Brasil.
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Firmada pelo Ministério da Inovação e da Gestão por meio da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), a aliança integra o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, estratégia do governo para transformar o país em referência mundial em eficiência no uso da IA. O laboratório conta com investimento inicial de R$ 7,5 milhões, mas a meta é captar R$ 21,7 milhões nos próximos cinco anos, com foco em parcerias público-privadas, para a implementação de cerca de 50 projetos até 2029.
— A IA ajudará a criar políticas públicas precisas e eficazes. Dados levantados pelo Inep, por exemplo, ajudaram a formular o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Informações como essas terão um tratamento mais refinado com a IA e impactarão diretamente no dia a dia do cidadão — explica o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena.
Mitigação de riscos
De acordo com a Enap, o laboratório dará suporte ao desenvolvimento de soluções com base em análise de big data, previsão de cenários de riscos e atenção à mitigação de riscos.
O espaço vai atuar em quatro linhas de ação principais: as três primeiras são a busca de projetos de inovação em IA, a execução dessas ideias e a aceleração e incubação de soluções de IA. A quarta é promoção de cultura, conhecimento e comunidade de IA no governo. Todos os dados captados serão regulados e controlados por ferramentas de segurança.
O debate sobre o uso da tecnologia na ampliação de direitos foi o que inspirou a 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista. Este ano, a premiação tem como tema Conectividade e Inclusão Digital. Ao todo, 799 projetos foram inscritos nesta edição. A divulgação dos resultados ocorrerá até fevereiro.
Nas cinco categorias contempladas, que vão do ensino médio ao doutorado, os participantes desenvolvem projetos voltados à inclusão digital. Eles podem ser desde a construção de modelos utilizando IA para tratar de questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, à necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética em tempos de realidade virtual.
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, conta com patrocínio da Shell e apoio de mídia da Editora Globo e do Canal Futura. Os participantes têm a chance de ganhar laptops, bolsas de estudos e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil.