Renata Agostini
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Renata Agostini

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Informações da coluna

Renata Agostini

Repórter especial em Brasília e colunista do GLOBO. Formada em jornalismo pela UFRJ, passou pelas redações de Folha, Estadão, CNN, Exame e Veja.

Por — Rio de Janeir

RESUMO

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GERADO EM: 18/11/2024 - 20:26

Palavras-chave na declaração do G20 sobre Ucrânia

A inclusão das palavras "infraestrutura" e "especificamente" em dois parágrafos permitiu a aprovação da declaração do G20. O texto pede paz na Ucrânia, mas não menciona a Rússia. Pressões do G7 e negociações com a Argentina foram fundamentais para alcançar o consenso. A ofensiva russa na Ucrânia foi crucial para as modificações no documento final, que enfatiza a proteção de civis e infraestruturas.

O aval dos chefes de Estado do G20 para a declaração final foi possível após a inclusão de última hora de duas palavras em dois parágrafos na seção sobre geopolítica.

A primeira inserção foi da palavra “infraestrutura” ao fim do parágrafo sete. O trecho dizia inicialmente que, em relação às guerras e conflitos em andamento, o grupo condena todos os ataques contra civis. A versão final passou a constar “civis e infraestrutura”.

Essa solução foi necessária para aplacar as pressões do G7, grupo que reúne Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. Como antecipou a coluna neste domingo, após o ataque massivo da Rússia à Ucrânia, o grupo passou a pressionar para reabrir o diálogo sobre geopolítica.

A ofensiva russa, que incluiu o lançamento de centenas de mísseis ao território ucraniano, foi a maior desde agosto. A declaração pede "paz na Ucrânia", mas não cita a Rússia.

Ficou assim o texto final: "Afirmamos que todas as partes devem cumprir com suas obrigações sob o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos, e a este respeito condenamos todos os ataques contra civis e infraestrutura".

A segunda modificação foi feita no parágrafo nove para enfatizar a preocupação com a questão ucraniana. O trecho começava dizendo “em relação à Guerra na Ucrânia” e passou a figurar como “especificamente em relação à Guerra na Ucrânia”.

Esses dois pontos foram os últimos a destravar o acordo final. Isso porque a negociação com a Argentina já havia aberto caminho para o consenso um pouco antes.

A solução parar tirar a Argentina do isolamento foi convencer Javier Milei a assinar o texto e fazer suas ressalvas somente ao microfone para os demais chefes de Estado.

Assim, as objeções argentinas foram externadas na Cúpula, mas não constam do documento final de forma oficial. A busca por essa solução foi antecipada pelo GLOBO.

A Argentina ameaçava bloquear a declaração conjunta diante de divergências sobre clima, gênero e taxação de super-ricos. Com essa estratégia, o assunto foi pacificado.

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