O ritmo da opinião pública
Informações da coluna
Pablo Ortellado
Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP
Pulso
Genial/Quaest: 35% dos eleitores de Bolsonaro em 2022 acreditam na participação do ex-presidente na tentativa de golpe
Na população como um todo, quase metade considera que houve uma trama para manter ex-presidente no cargo e 48% defendem que houve atuação do político do PL
Por O Globo — Rio de Janeiro
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você
GERADO EM: 13/12/2024 - 10:50
Eleitores de Bolsonaro de 2022 acreditam em tentativa de golpe: Pesquisa da Quaest
Uma pesquisa da Quaest revelou que 39% dos eleitores de Bolsonaro de 2022 acreditam em sua participação em tentativa de golpe. Maioria não vê impacto na imagem de Lula. Levantamento considera opiniões após vitória de Lula e aponta 51% acreditando em tentativa de golpe. Investigados pela PF incluem Bolsonaro e ex-ministros. Opiniões divididas sobre impacto das notícias nas imagens de Bolsonaro e Lula.
Nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira revela que, para quase metade dos brasileiros (48%), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do plano golpista pelo qual foi indiciado pela Polícia Federal, contra 34% que não veem envolvimento do ex-presidente e 2% que negam a existência de uma trama para golpe de Estado. Outros 17% não souberam ou responderam.
Entre os que declararam ter votado em Bolsonaro nas eleições de 2022, são 35% os que veem participação do político. O índice chega a 59% no eleitorado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O levantamento mostra também que 51% dos entrevistados acreditam que ocorreu uma tentativa de golpe em 2022 por parte dos militares e de Bolsonaro. O percentual, porém, se inverte na base bolsonarista: 51% negam que houve plano para impedir a posse de Lula, enquanto 39% admitem que ele existiu. Entre quem votou no petista na eleição passada, são 61% os que veem uma trama golpista, índice que soma 46% na fatia da população que optou pelo voto em branco ou nulo, ou não compareceu às urnas.
A pesquisa Genial/Quaest também mediu a percepção sobre a Operação Contragolpe, deflagrada pela PF para apurar o caso. Para 43% dos ouvidos, a ação da corporação “está fazendo o que deve fazer”, enquanto 27% consideram que “não está investigando Bolsonaro o suficiente”. Apenas 18% acreditam que a operação “está indo longe demais nas investigações contra Bolsonaro”.
Além disso, 75% defenderam que aqueles já presos na investigação sobre a trama golpista deveriam ser condenados. Somam apenas 11% os que responderam que devem ser inocentados.
A Quaest ouviu presencialmente 8.598 brasileiros com 16 anos ou mais, entre 4 e 9 de dezembro. A pesquisa tem margem de erro de um ponto percentual para mais ou menos e 95% de nível de confiança.
No mês passado, além de Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) foram indiciados no caso pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, junto com outros 33 investigados — a maioria militares da reserva ou da ativa. De acordo com a PF, foi identificada uma “organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder”.
A pesquisa perguntou ainda se a divulgação do plano golpista poderia de alguma forma impactar a imagem do ex-presidente. Para 50% dos entrevistados, a revelação da trama não traz impactos. Outros 42% consideram que ela pode impactar para “para pior”. São 3% os que avaliaram o contrário, que impacta “para melhor”.
O levantamento também revela o quanto a investigação é conhecida pelos brasileiros. Os dados mostram que 54% já sabiam sobre a apuração ao serem entrevistados, mas 46% só ficaram sabendo do caso ao serem abordados pela pesquisa.
Inscreva-se na Newsletter: Jogo Político