O ritmo da opinião pública
Informações da coluna
Pablo Ortellado
Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP
Pulso
Datafolha: 34% dos brasileiros avaliam gestão de Haddad na economia como ruim ou péssima; 27% a veem como boa ou ótima
Levantamento foi realizado cerca de duas semanas após o anúncio do pacote de corte de gastos, que estima uma economia de R$ 70 bilhões nas contas públicas em 2025 e 2026
RESUMO
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GERADO EM: 16/12/2024 - 17:21
Opiniões Divergentes sobre Economia de Haddad e Cortes de Gastos: Resultados da Pesquisa Datafolha
Pesquisa Datafolha revela que 34% dos brasileiros consideram a gestão econômica de Haddad como ruim ou péssima, enquanto 27% a veem como boa ou ótima. Após anúncio de cortes de gastos, 59% não ouviram sobre as medidas. Entre os que sabiam, 42% avaliaram negativamente. A maioria apoia fiscalização em programas sociais e 73% concordam com idade mínima de 55 anos para aposentadoria de militares.
A gestão econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é considerada ótima ou boa por 27% dos brasileiros, enquanto 34% avaliam seu trabalho como ruim ou péssimo. É o que aponta uma nova pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira. Para outros 34% dos entrevistados, a atuação do ministro do governo Lula é regular.
O levantamento foi feito entre 12 e 13 de dezembro, cerca de duas semanas após o anúncio do pacote de corte de gastos defendido pelo governo e abordadas por Haddad em cadeia de Rádio e TV. A estimativa é de uma economia de R$ 70 bilhões nas contas públicas em dois anos. Nas últimas semanas, o dólar ultrapassou a cotação de R$ 6 pela primeira vez e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic para 12,25% ao ano.
O Datafolha mostra que a maioria dos brasileiros não ficou sabendo das medidas para redução de gastos (59%), enquanto mais da metade da população (53%) ouviu falar da proposta de isenção de imposto de renda para quem ganham até R$ 5 mil por mês e de uma nova alíquota para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês pagar mais. Os dois pontos integram o pacote fiscal enviado ao Congresso.
O Datafolha entrevistou 2.002 brasileiros em 113 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
No grupo que ficou sabendo das propostas para cortar gastos, são apenas 16% os que se dizem bem informados. Já entre os que tomaram conhecimento da medida de isenção do imposto de renda, 23% indicaram estar bem informados sobre o tema.
A avaliação negativa da atuação de Haddad é maior no segmento da população que soube do pacote de corte de gastos, segundo o instituto. Para 42%, a gestão é ruim ou péssima, enquanto a percepção positiva é semelhante ao do quadro geral da população, se considerada a margem de erro. São 29% os que a classificam como ótima ou boa.
A defesa do pacote varia a depender do item. O Datafolha mostra que 89% dos entrevistados que souberam das propostas de contenção de gastos afirmam ser a favor da adoção de medidas para reforçar a fiscalização e evitar fraudes em programas do governo federal, como o Bolsa Família, e no Benefício de Prestação Continuada, o BPC. Há maioria (73%) favorável a fixar a aposentadoria de militares na idade mínima de 55 anos.
Quando a proposta é proibir que funcionários públicos recebam salários acima de R$ 44 mil por mês, o apoio fica em 54%, ante 42% de rejeição. A proibição de que pessoas que tenham direito a pensões de militares repassem esse benefício para outros parentes indefinidamente também gera divisão (49% a favor e 47% contra). A maioria, porém, é contra limitar o aumento real do salário mínimo (61%).
Já a proposta para ampliar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais é bem recebida pelos brasileiros. São 70% os que se dizem a favor da mudança, enquanto 26% se declararam contra. Já o apoio a imposto maior para quem tem renda mensal acima de R$ 50 mil teve aval de 77% da população.
O Datafolha incluiu uma pergunta sobre a dimensão e qualidade dos gastos públicos na atual gestão. Para 45%, há dinheiro suficiente, mas ele é mal aplicado. Outros 35% defenderam que não há dinheiro suficiente e que o pouco recurso é mal aplicado.
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