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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

A Rede D´Or e a Atlântica, da Bradesco Seguros, estão criando uma nova rede de hospitais juntas. Com investimento inicial de R$ 1,15 bilhão, a sociedade vai financiar a construção de três unidades em Macaé (RJ), Alphaville (SP) e Guarulhos (SP), cujas obras já estão em andamento. A nova empresa foi batizada de Atlântica D’Or.

"Está sob análise o potencial desenvolvimento conjunto de futuros novos hospitais em outras praças, em particular em Taubaté e Ribeirão Preto, ambos no estado de São Paulo, cujos ativos já foram oferecidos à Atlântica Hospitais no âmbito da parceria", disse a Rede D´Or em fato relevante na noite desta quarta-feira.

Os hospitais em construção terão cerca de 620 leitos e espaço para expansão. A Rede D´Or terá 50,01% da sociedade e será a operadora dos hospitais.

Sócias e rivais

A sociedade alinha os interesses de duas companhias que, para analistas do mercado financeiro, iriam duelar pela liderança do movimento de consolidação na saúde. Segundo relatório publicado há poucas semanas pelo Itaú BBA, a pressão de custos do pós-pandemia e a alavancagem financeira que pesa sobre o setor tenderiam a tornar Dasa e Américas (rede de hospitais da Amil) em potenciais alvos de aquisição, enquanto Rede D'Or e Bradesco atuariam na ponta compradora.

Além do segmento hospitalar, as duas já concorrem de maneira indireta no segmento de planos de saúde, uma vez que a Rede D'Or é dona da SulAmérica e a Atlântica pertence a uma de suas principais rivais, a Bradesco Seguros. A própria criação da Atlântica, em 2021, foi lida pelo mercado como um movimento de defesa diante da fusão entre D'Or e SulAmérica.

Guinada

No último ano, a Atlântica deu uma guinada em suas operações, anunciando negócios em série. Em março de 2023, se associou ao Albert Einstein para construir um hospital de R$ 600 milhões e cerca de 300 leitos, previsto para 2027. Depois, em agosto, comprou 20% do grupo por trás de um dos maiores hospitais de Brasília, o Santa Lúcia, em transação estimada em R$ 1 bilhão. Em dezembro, a Atlântica se uniu à mineira Mater Dei para erguer um hospital em São Paulo ao custo de R$ 600 milhões.

Antes, ainda em 2022, a companhia já havia se unido à Beneficência Portuguesa e à rede de laboratórios Fleury na criação de uma rede de clínicas especializadas em oncologia, orçada inicialmente em R$ 678 milhões.

Já a Rede D'Or, que vale quase R$ 68 bilhões na Bolsa, opera 73 hospitais (sendo 70 próprios) em 13 estados e no Distrito Federal, com um total de 11,7 mil leitos. Parte importante do crescimento desde o fim de 2020, quando estreou na B3, se deu por meio de aquisições: foram 17 hospitais comprados desde então.

Na terça-feira, em teleconferência de resultados, o presidente da companhia, Paulo Moll, deu mais ênfase ao chamado crescimento "orgânico" do que a aquisições. A companhia calcula ter mais de 50 projetos de novas unidades e expansões em andamento, com potencial total de 6,6 mil novos leitos. Entre eles está o Barra D’Or II, na Zona Oste do Rio.

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