A morte de Mario Jorge Lobo Zagallo, o multicampeão pela seleção brasileira de futebol, em janeiro deste ano, fez explodir uma grande disputa envolvendo os herdeiros do ex-jogador e ex-técnico.
De um lado, Mario Cesar, filho mais novo do tetracampeão mundial, indicado como único inventariante por Zagallo. Do outro, Paulo Jorge, Maria Emília e Maria Cristina. Em seu testamento, o ex-treinador afirmou ter ficado "profundamente triste e magoado" com os outros três herdeiros, concedendo a Mario Cesar o direito de ficar com 62,5% do seu espólio.
Pois semanas atrás, o trio apresentou à Justiça do Rio de Janeiro uma ação de exigir contas, citando, por exemplo, o repasse de milhões de reais feito pelo pai ao filho caçula.
Na petição, eles informam que, com a abertura do inventário, "vieram à tona transações financeiras volumosas e atípicas". Citam que, durante o ano de 2016, duas transações foram realizadas sem o conhecimento de toda a família, entregando a Mario Cesar R$ 5,050 milhões.
"A forma incomum de registro dessas transações, por meio da lavratura de escritura pública em vez de simples declarações de imposto de renda, levanta questões sobre as reais intenções por trás dessas escolhas, sugerindo que Mario Cesar pode ter agido de maneira a garantir o controle total sobre os ativos, em uma tentativa de se blindar de contestações futuras", dizem os irmãos à Justiça.
Além da ação de exigir contas, Paulo Jorge, Maria Emília e Maria Cristina também pediram, no início de junho, a impugnação do inventário apresentado por Mario Cesar à Justiça do Rio. O andamento do processo de distribuição dos bens ocorre em sigilo de Justiça.
Procurada, a advogada de Maria Emília e Maria Cristina disse que "as irmãs foram impedidas de visitar o pai, com exclusão de seus nomes do cadastro de moradores do prédio, e vedação de acesso ao hospital quando o mesmo esteve internado. Relatam ainda que não há mais relação entre as irmãs e o inventariante após os eventos citados".
Mario Cesar ainda não foi notificado sobre a ação de exigir contas. A coluna tentou contato com sua defesa por e-mail e aguarda retorno.
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