96 anos

Diante da pandemia de Covid-19, O GLOBO se reinventa e consolida a liderança no digital e impresso

Jornal chega aos 96 anos, tendo vivido um 2020 único, de adaptações diárias à nova realidade trazida pelo coronavírus, e se firmando em 2021 como o mais lido e vendido do Brasil
Malu Gaspar entrevista nomes centrais do noticiário em seu podcast. Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Malu Gaspar entrevista nomes centrais do noticiário em seu podcast. Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Um jornal nacional, que se reinventa mesmo em condições adversas, buscando entregar ao leitor informações bem apuradas, análises aprofundadas, notícias relevantes e novos produtos. Assim O GLOBO chega aos 96 anos, tendo vivido um 2020 único, de adaptações diárias à nova realidade trazida pela pandemia da Covid-19, e se firmando em 2021 como o jornal mais lido e vendido do Brasil.

'O GLOBO, um jornal nacional': Campanha reforça uma marca que há 96 anos olha com cuidado e atenção para a diversidade do país

O ótimo desempenho é resultado de um conjunto de ações que envolvem a aposta em conteúdo e a contratação de novos colunistas, investimentos retratados numa campanha publicitária assinada pela agência BETC/Havas, que destaca a presença nacional do GLOBO.

O jornal registrou em junho 30,2 milhões de usuários únicos em seu site, ante 22,7 milhões da Folha de S.Paulo e 11,2 milhões do Estado de S. Paulo, seus principais concorrentes. O GLOBO ainda atingiu a marca de 204,7 milhões de páginas visitadas. Está na frente da Folha de S.Paulo, que teve 166,7 milhões de pageviews e do Estado de S.Paulo, com 37,4 milhões. As informações são da Comscore, empresa que faz análise de tráfego em conteúdos na internet.

Fotografia de Yan Boechat para reportagem sobre crise da Covid-19
na capital amazonense ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Foto: Yan Boechat / Agência O Globo
Fotografia de Yan Boechat para reportagem sobre crise da Covid-19 na capital amazonense ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Foto: Yan Boechat / Agência O Globo

Também em circulação total, soma de assinaturas digitais e impressas e vendas avulsas, medida pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC), O GLOBO está na liderança desde o fim de 2020. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 14%. Em junho, consolidou ainda mais sua posição, atingindo a marca de 377.105 em circulação total, à frente da Folha de S.Paulo (357.480) e do Estado de S.Paulo (232.840).

O crescimento do GLOBO foi alcançado num período de restrições sanitárias e com a maior parte dos jornalistas trabalhando remotamente devido à pandemia da Covid-19. A pergunta que se impôs foi: como realizar um trabalho que pressupõe contato interpessoal quando era necessário o isolamento? O drama das vítimas da doença, hoje com mais de 550 mil mortes, as descobertas científicas, as decisões e indecisões dos governos: tudo foi retratado tendo resguardada a segurança de repórteres, fotógrafos e demais profissionais.

Ancelmo e Vera: Colunistas conversam sobre a histórica cobertura da pandemia, a luta contra as fake news e as mudanças no jornalismo

Avanço no digital

A transformação para o digital foi acelerada. Num momento em que a turbulência política se somou às crises sanitária, econômica e social, O GLOBO trouxe novos colunistas para a edição impressa e para o site, refletindo o compromisso do jornal com a diversidade. Nomes como Vera Magalhães, Malu Gaspar, Zeina Latif, Pablo Ortellado, Irapuã Santana, Edu Lyra, Washington Olivetto e Marcello Serpa se juntaram ao consagrado time que já contava com Lauro Jardim, Miriam Leitão, Ancelmo Gois, Merval Pereira, Patricia Kogut, Guga Chacra, Bernardo Mello Franco, Flavia Oliveira, Elio Gaspari, Pedro Doria e Dorrit Harazim, entre dezenas de colaboradores.

Em julho de 2020, Miriam Leitão participou de debate sobre diversidade. Foto: Agência O Globo
Em julho de 2020, Miriam Leitão participou de debate sobre diversidade. Foto: Agência O Globo

Entre os novos produtos ou seções oferecidas pelo jornal, destacam-se a Capital, uma coluna dedicada à cobertura de negócios e empresas; o Sonar, blog que acompanha a temperatura política nas redes sociais; o Sensacionalista, o tradicional grupo de sátira jornalística que se juntou ao GLOBO há pouco mais de um mês; e blogs dedicados a notícias e análises sobre a China e sobre Portugal, países com enorme interesse dos leitores.

Artigo: O desafio para a imprensa profissional em 2022

Em abril, o jornal estreou seu terceiro podcast, A Malu tá ON, apresentado pela jornalista Malu Gaspar. O programa traz entrevistas com nomes centrais no noticiário, como o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O podcast é publicado às sextas-feiras, e forma uma grade com o diário Ao Ponto e o semanal Lauro e Gabeira (publicado às terças).

— Um grande jornal não para nunca. Atualmente, com os leitores cada vez mais exigentes e a enorme oferta de informações na internet, isso é ainda mais importante. O leitor do GLOBO pode esperar em breve mais novidades — diz Alan Gripp. diretor de Redação.

Marca do jornal, os eventos externos tiveram que ser suspensos pela pandemia, mas ganharam as telas de computadores e celulares em bem-sucedidas versões virtuais. Os já tradicionais “Reage, Rio!”, “E agora, Brasil?”, “Veste Rio”, “Rio Gastronomia”, “Vinhos de Portugal” e o Prêmio Faz Diferença, entre outros, foram adaptados e tiveram alcance ampliado, conta Leonardo André, diretor de projetos especiais da Editora Globo.

Efeito colateral: Luta contra o coronavírus custou caro e afetou brasileiros de forma desigual

— Nossos eventos passaram a impactar milhares. Conseguimos nos reinventar muito rápido, em termos da tecnologia de transmissão, divulgação e inscrições. Quando percebemos que o período de isolamento seria maior, passamos a planejar já num cenário virtual. E aí ganhamos escala: eram 20 projetos por mês; agora são 80, 90. Foram 76, em 2020, e 106, em 2021, até agora — diz Leonardo André.

Produtos premiados

O reconhecimento de todo o esforço de adaptação não tardou. Em outubro, O GLOBO foi anunciado vencedor de duas categorias do Latam Digital Media Awards 2020, mais importante premiação voltada ao jornalismo digital da América Latina. O prêmio de melhor uso de vídeo on-line foi para a série “Entrevista na janela”. Iniciada em maio, no auge da quarentena, a série se valeu de um drone para a captação de imagens dos entrevistados, como a cantora Anitta, o humorista Fábio Porchat e o ator Antonio Fagundes, e estimulou o distanciamento social. Já as ações produzidas pelo jornal para a cobertura da pandemia da Covid-19, em parte aberta para não assinantes, ficou com o prêmio de melhor engajamento de audiência. A iniciativa levou a recordes de audiência no site e crescimento de assinaturas digitais. Concorreram 120 projetos enviados por 45 empresas jornalísticas de 11 países.

Série "Entrevista na janela" iniciada em maio de 2020 com o ator Fábio Porchat ganhou prêmio. Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Série "Entrevista na janela" iniciada em maio de 2020 com o ator Fábio Porchat ganhou prêmio. Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

O GLOBO também recebeu dois troféus do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos: na categoria fotografia, para “Durante crise da Covid-19, mais de 30% dos óbitos ocorrem em casa em Manaus”, de Yan Boechat, e na categoria podcast, com “Negra voz”. No ÑH 2020 — O melhor desenho jornalístico, um prêmio do qual participam publicações da América Latina, da Espanha e de Portugal, foram quatro medalhas para produções nas versões digital e impressa, nas categorias primeira página, páginas interiores e fotografia (impresso) e breaking news (on-line).