Toninho Marins é um carioca que se dedica com perfeccionismo a uma atividade profissional que lhe dá prazer e lhe rendeu prêmios: é repórter cinematográfico. Botafoguense, admirador de cinema e amigo de vários diretores, como Walter Lima Jr. e Sílvio Tendler, começou jovem na Globo, na década de 1970, quando ainda se usava filme e a dinâmica do trabalho jornalístico era muito diferente da atual. Chegou a gravar matérias sem repórteres, em câmeras sem som, e acompanhou o desenvolvimento tecnológico que revolucionou a captação e a transmissão de imagens.
“Tem que saber captar, saber perdoar, saber aceitar, ter vontade de ganhar aquela cena, insistir naquela imagem, esperar, ter paciência porque ela vai acontecer. Às vezes não acontece, você fica frustrado, mas tentou, teve a visão de que poderia acontecer. É bom ter uma estrela também, que te ajude, porque a gente precisa.”
Signo de escorpião, capoeirista durante 25 anos, Toninho não terminou a faculdade de Educação Física por falta de tempo: precisava se deslocar para fazer coberturas no país e no exterior. Durante esse tempo, desenvolveu o gosto pelos desafios. Foi premiado por reportagens marcantes, como a que apresentou a cultura japonesa aos brasileiros e a que abordou o drama das crianças desaparecidas. Hoje, segue com seu processo cuidadoso ao tratar de imagens, de gente, de histórias. E com a mesma disposição de transmitir às novas gerações de repórteres-cinematográficos o compromisso com o conhecimento, com a capacidade de observar e questionar o que acontece ao redor.
Antônio Carlos Marins da Rocha é filho de Walter e Rosete, começou a cursar Educação Física, mas trancou a matrícula em função das viagens que fazia pela Globo. A emissora, contudo, não foi seu primeiro emprego. Talentoso desenhista, aos 14 anos, foi convidado por Eugênio Batista, um entalhador famoso à época, para ser seu assistente. Pouco tempo depois, em 1972, o convite veio da Globo, quando ainda se filmava em preto e branco, em 16 milímetros.
“Naquele tempo, o treinamento era ir atrás do cara e aprender na marra. A Globo foi melhorando e vieram vários cursos, aí ela ficou craque nisso, mas o nosso comecinho era sair no dia a dia e aprender com o cinegrafista, era prática.”
Limpar chassis, colocar o filme no batoque e carregar as câmeras, que funcionavam com bateria de carro e eram pesadas. Tarefas que exigiam dedicação do ainda inexperiente Toninho, que, no entanto, com olhar aguçado, logo aprendeu o ofício com profissionais como Carlos Rodrigues, Ricardo Strauss, Marcelo Alexim, Roberto Padula e Abel Vieira, entre outros. Teve como mestres José Andrade e Maurício Oliveira.
CÂMERAS SONORAS
As câmeras sonoras começaram a ser usadas na década de 1970 – a PRO-600 e as Auricons –, mas as “mudinhas” continuavam em operação, como a Bell & Howell e as Canons. “Eu trabalhei antes de haver repórter. A gente saía para gravar, não tinha jornalista. Cheguei a fazer 13 matérias por dia. O editor aqui fazia uma narrativa em cima das imagens.”
Com a evolução tecnológica, começou-se em 1979 a usar o videoteipe, com câmeras ainda mais pesadas, as Ikegamis. Para Toninho Marins, as vantagens dessas mudanças são muitas e óbvias.
VIAGENS DENTRO E FORA DO BRASIL
Com uma equipe pequena, os repórteres-cinematográficos viajavam bastante. Em 1976, Toninho fez sua primeira reportagem no Japão: acompanhar a visita do ex-presidente Ernesto Geisel ao país. Mas foi um mês antes, para mostrar os costumes e a cultura japonesa, acompanhado de Sumika Yamazaki e Luís Edgar de Andrade, com o suporte de uma equipe local. Bem mais próximo, outro deslocamento marcante nessa época aconteceu para acompanhar o julgamento de Doca Street, em Cabo Frio, no litoral do Estado do Rio, pelo assassinato de Ângela Diniz. Na cidade, cobrindo o caso de grande repercussão, esteve ao lado da jornalista Glória Maria.
Reportagem de Glória Maria e Toninho Marins sobre o julgamento de Doca Street, assassino de Ângela Diniz. Jornal Hoje, 18/10/1979.
Em 1978, o repórter-cinematográfico foi morar na Argentina, época de ditadura militar naquele país, junto com o enviado especial Mounir Safatli.
“Eu ia preso quase sempre, os caras já me conheciam, me prendiam. Chegando na delegacia, eu tomava um café com o delegado e ele falava: ‘Ô Toninho, toma um café. Saca la película, tira o filme dele’. Mas às vezes eu tirava o filme virgem e ficava com o gravado, enganava o delegado. E assim a gente ia. Aí veio a Copa do Mundo de 1978 e eu cobri em Buenos Aires, dando apoio em Mendoza.”
O trabalho na Argentina foi interrompido quando Toninho estava gravando, na pista, uma corrida de carros antigos e acabou atropelado, o que o deixou um ano parado.
“Eu vim fazendo um travelling (movimento de câmera em cima de trilhos) e nisso que eu olho, entram dois malucos na curva, dois calhambeques daqueles correndo a 80 por hora e batem um no outro e um vem para dentro do acostamento. Atrás de mim tinham uns mil fotógrafos, o cara pegou só o Toninho. Eu voei e lá do alto eu pensava: ‘Por que eu? O que aconteceu’? A vida passa toda na sua frente.”
No mesmo ano, o cinegrafista voltou para o Rio de Janeiro, de onde saiu para coberturas em regiões de guerrilha na América Central com Renato Machado e Mônica Labarthe. Uma delas foi na Nicarágua, durante a Revolução Sandinista, em 1979. A equipe chegou um mês depois da execução sumária do repórter Bill Stewart, da rede americana ABC, e o clima era de tensão entre os jornalistas.
Reportagem de Renato Machado e imagens de Toninho Marins sobre as regiões em situação de guerrilha na América Central e entrevista exclusiva com Daniel Ortega. Globo Repórter, 22/09/1983.
Toninho lembra o dia em estavam apenas os três em uma rua de Manágua, quando na direção deles surgiu um comboio de nicaraguenses armados com fuzil M16.
“Eu falei para o Renato e para Mônica: ‘É melhor vocês se abrigarem porque se tiver que morrer, morre eu, porque eu vou ter que mostrar, eu vim aqui para mostrar’. Os caras passaram com as armas na frente do nosso rosto e eu olhando, sorrindo para eles, dando boa tarde e eles com uma cara de ódio, mas graças a Deus estou aqui para contar. Passaram.”
Em 1983, conflitos em El Salvador, novamente a equipe correu perigo. Quando passavam por uma barreira com contra-revolucionários, os contras, armados de fuzis e metralhadoras, o carro dos jornalistas apresentou defeito na embreagem e eles não obedeceram a ordem de parar.
“Eles gritavam ‘detenerse, detenerse’ (parar, parar), e nós dizíamos que éramos jornalistas. E o Renato acelerou. Ninguém parou. Os caras não sabiam se atiravam ou se a gente passava, ficou aquela confusão e passamos. Fomos para cidade, era uma vila, você apontava a câmera para um soldado, ele engatilhava a arma para você.”
Ainda nos anos 1980, o repórter-cinematográfico cobriu a visita do Papa João Paulo II ao Brasil; a agonia e morte de Tancredo Neves, e mostrou aos telespectadores, com exclusividade, imagens que pareciam flertar com a fantasia: o garimpo de Serra Pelada, no sudeste do Pará, ao lado do repórter Pedro Rogério e do também repórter-cinematográfico José Carlos Azevedo, que anos depois se tornaria seu supervisor.
Reportagem de Pedro Rogério sobre as precárias condições de vida e trabalho no garimpo de Serra Pelada. Jornal Nacional, 07/05/1980.
SORTE DEPOIS DE OUTRO ACIDENTE
Em 1983, Toninho Marins estava no México durante a visita do ex-presidente João Figueiredo ao país. Contrariado com a edição de uma reportagem dele que estava sendo gerada para o Brasil, resolveu voltar, de carro, para o hotel, em Cancún. No meio do caminho, perdeu o controle da direção, atravessou a pista e caiu em uma ribanceira.
Quando a polícia chegou, decidiu prendê-lo e levá-lo, sob escolta, para o Estado Maior. O cinegrafista e seu assistente na época, Jaime Brito, foram no próprio carro e, no caminho, viram o ônibus com o ex-presidente chegar ao hotel onde o militar estava hospedado. Figueiredo tinha ido conhecer a pirâmide Chichén Itzá. Mesmo detido pelas autoridades mexicanas, Toninho sabia que não poderia perder a imagem do presidente.
“O sargento liga a setinha da motocicleta, vai para direita e eu vou para esquerda. Quando chega mais à frente, ele olha para trás e volta para me pegar. Eu saí do carro correndo, deixei a porta aberta e falei para os seguranças brasileiros: ‘Segura o sargento, ele quer me prender, deixa eu fazer o Figueiredo’. Aí fui lá, fiz o presidente, depois voltei, ‘perdón, comandante’. E o pior é que o carro era do diretor Toninho Drummond, acabamos com o carro dele.”
Dois anos depois, Toninho Marins foi promovido a supervisor de imagem. “Na função, você tem que ficar olhando a imagem dos outros, tem que ficar dando 'pitaco'. Ao mesmo tempo, eu adotava linhas de cinema – eu gosto muito de cinema – para o jornalismo. Até hoje eu tento fazer cinema no jornalismo quando dá, eu passava isso para todos os cinegrafistas.”
COPAS DO MUNDO
A trajetória de Copas do Mundo, iniciada na Argentina, seguiu por outras cinco edições, as duas primeiras de memória mais viva. Na Espanha, em 1982, Toninho e o repórter Mário Jorge Guimarães, o Maroca, gravaram uma entrevista com o ator Sean Connery, o 007 da época, que visitava a seleção escocesa. O treino não podia ser filmado, mas o repórter apelou para Sean Connery revelar a escalação da equipe. O ator não poderia, já o personagem…
“Maroca fez um texto mais ou menos assim: ‘tentei falar com Sean Connery, ele disse que não tinha certeza, mas 007 me disse o seguinte: a escalação vai ser essa’ e revela o nome dos jogadores da Escócia.”
Reportagem de Reginaldo Leme e Toninho Marins sobre o treino secreto da seleção sul-coreana antes da estreia na Copa do Mundo do México de 1986, Jornal Nacional, 28/05/1986.
Depois veio o México, em 1986, quando fez imagens de um treino secreto da Coreia do Sul. Ousados, ele e o repórter Reginaldo Leme entraram no estádio sem pedir permissão e conseguiram o flagrante:
“Eu viro com a câmera solene para os caras. Ninguém falou nada! E eu combinei com o Reginaldo: 'Vou tentar pegar um gol, vou abrir do gol para você, você faz uma coisa engraçada sobre esse treino secreto, que a gente chegou aqui e revelamos’. Deu tudo certo.”
O repórter-cinematográfico cobriu ainda a Copa da Itália, em 1990, pela TV Bandeirantes e a da França, em 1998 e do Brasil, em 2014, pela Globo.
NÚCLEO ESPECIAL
Toninho Marins saiu da Globo, em 1987, para trabalhar na Record e, depois, na Band e CNT, como freelancer. Na primeira, assumiu um cargo de chefia e a responsabilidade de cuidar da parte visual do telejornalismo, como a definição de corte de cabelo e roupa do repórter, entre outros detalhes. Na CNT, produziu uma apostila que usa até hoje para orientar os repórteres-cinematográficos. Sete anos se passaram até que ele voltasse para a Globo, em um novo setor, o Núcleo Especial. Nessa fase, fez matérias para o 'Globo Repórter' e 'Fantástico'.
Em 1995, com Marcelo Canellas, mostrou os conflitos entre latifundiários e o Movimento dos Sem Terra, no interior de Goiás, e assinou a direção do 'Globo Repórter', junto com a então editora Denise Cunha.
Reportagem de Marcelo Canellas e Toninho Marins sobre agricultores que perderam suas terras em Minas Gerais, Globo Repórter, 01/12/1995.
Com Ana Paula Padrão, recebeu o Prêmio Japan International Films Awards, do Consulado do Japão, na categoria melhor documentário estrangeiro pela reportagem 'Japão, Tradição e Modernidade'. A matéria especial concorreu com trabalhos de profissionais de 50 países e foi escolhida por um júri liderado pelo cineasta japonês Akira Kurosawa, diretor de 'Os Sete Samurais' (1954), entre outros, que votou na matéria da Globo. O programa foi exibido em maio de 1996.
Ao lado de Pedro Bial e Carlos Eduardo Salgueiro, o Cadu, passou mais de 20 dias na China, em 2001, começando a viagem pela Praça da Paz Celestial, conhecida pelos protestos e mortes de estudantes e intelectuais que criticavam a repressão e a corrupção no Partido Comunista. Ângulos diferentes foram filmados na Grande Muralha, construída por volta do ano 200 a. C. e em Xangai, a cidade mais populosa. A reportagem foi exibida no 'Fantástico'.
Reportagem de Pedro Bial e Toninho Marins sobre a Cidade Proibida e a Muralha da China, na quarta matéria da série “Viagem ao Planeta China”. Fantástico, 18/11/2001.
Na virada do milênio, viajou com Isabela Assumpção para fazer um 'Globo Repórter' na Tunísia, pequeno país muçulmano situado no extremo norte da África. Mostrou lugares onde só sobrevivem os fortes, viu chover no Saara e revelou um mundo de tradições por onde passaram os berberes, fenícios, romanos, vândalos, bizantinos, espanhóis, turcos e franceses.
Segundo bloco do 'Globo Repórter' sobre a Tunísia e seus costumes, com reportagem de Isabela Assumpção, que destaca a paixão dos tunisianos pelo futebol e os brasileiros que trabalham lá, Globo Repórter, 12/01/2001.
EMOÇÃO NO DIA A DIA
Um dos registros marcantes da carreira do repórter-cinematográfico foi um 'Globo Repórter' que gravou em 1997, acompanhando os peregrinos em Santiago de Compostela. O trabalho, feito em parceria com a repórter Beatriz Thielmann, emocionou Toninho Marins e a equipe do programa: “Uma das passagens mais lindas foi a dor de um cara que estava com saudade da mulher e dos filhos. Ele começa a chorar e chorou todo mundo, meu visor ficou cheio d’água. Beatriz chorou, Ana Helena, que era diretora, chorou, chorou todo mundo.”
Reportagem de Beatriz Thielman e Toninho Marins sobre os peregrinos que percorrem o caminho sagrado até a cidade de Santiago de Compostela, na Espanha. 'Globo Repórter', 28/11/1997.
Também comovente, 'Crianças Desaparecidas', outra reportagem realizada com Beatriz Thielmann para o 'Globo Repórter', foi premiada. Sobre o assassinato do jornalista Tim Lopes, um episódio difícil de superar, Toninho Marins recorda: “O Tim era muito meu amigo, convivia com ele fora da Globo, eu, ele e o Toninho Vaz. Depois do que aconteceu, a Globo, com todo direito, proibiu a gente de subir morro, não quer ver um profissional sendo alvejado, quer evitar esse comportamento afoito que tem o repórter e o repórter-cinematográfico, principalmente.”
A SAGRADA FAMÍLIA, AS CRIANÇAS E A BURCA
Em 1999, Marcelo Canellas, Meg Cunha e Alberto Fernandes foram para o Egito gravar um 'Globo Repórter' sobre a fuga de Jesus, Maria e José, perseguidos pelo governador romano Herodes, no episódio bíblico conhecido como o “Massacre dos Inocentes”. Texto, ok. E as imagens? Como recriar uma cena com a passagem da Sagrada Família pelo deserto? Dono de imaginação fértil, Toninho teve a ideia de fazer uma reconstituição com a própria equipe. Meg virou Maria e Alberto, José: “Meg sentada de lado, cheia de véus, eu peguei uma garrafa pet, Deus que me perdoe, mas enrolei, fizemos como se fosse um menino, e Meg passou, nós solarizamos tudo depois aqui, na edição, e fizemos a passagem da Sagrada Família ali.”
Último bloco do 'Globo Repórter', com reportagem de Marcelo Canellas e Toninho Marins, sobre a fuga da Sagrada Família para o Egito e entrevistas com teólogos e pessoas ligadas ao cristianismo. 'Globo Repórter', 24/12/1999.
Gravar no Egito não dependeu apenas da percepção e do talento da equipe. Houve muita negociação, contou Toninho, porque, na época, tinha havido um atentado contra o ditador Osni Mubarak e era proibido filmar em qualquer lugar.
“Andávamos de ônibus escoltados pela Guarda Nacional. Filmava templos o tempo todo, e eu falei: ‘Eu não vim aqui para filmar templo. Eu quero saber onde estão as pessoas. Eu quero filmar gente, quero ver como é que é o Egito’. Aí criou uma polêmica lá, não pode, não pode, não, o governo não deixa.” Mas “proibido filmar” não consta do vocabulário do repórter-cinematográfico.
“Eu vi centenas de crianças, a rua apinhada de criança indo para a escola, aí eu falei: ‘vou descer’. Quando eu cheguei na porta da escola, pego um cara com uma varinha batendo nas pernas das crianças. O cara viu a câmera, a câmera sobe, daqui a pouco aparece uma pistola, eram os nossos seguranças, eu fiz aquela confusão toda num take. Fui de papinho com os caras, ‘Brasil, Pelé, Romário’, o cara: ‘Ô, Brasil!’, me abraçou e me botou para dentro da escola. Pegamos uma aula de Química, os meninos de um lado, as meninas de outro. Era o primeiro dia em que elas estavam dividindo uma sala de aula com meninos.”
Outra cena no Egito que Toninho não esquece de ter conseguido: filmar uma mulher de burca tomando banho de mar.
“Eu botava o Marcelo Canellas na minha frente, fingia que estava fazendo uma passagem e por cima do ombro dele eu gravava a pessoa. Aí a mulher entra na água assim, a burca infla, parece um balão, entrando de saia e tudo dentro do mar. Fizemos essa imagem lá.”
AFINADO COM REPÓRTERES
Em 2009, Toninho Marins participou de uma série de reportagens para o 'Bom Dia Brasil', com a jornalista Mônica Sanches, sobre os 35 anos da Ponte Rio-Niterói, o que rendeu prêmio a ambos. Os dois foram ao vão central da ponte e a seu subsolo, onde estão as molas que seguram a estrutura, e mostraram os bastidores da manutenção.
Também em coberturas de cidade, ele destaca o trabalho produzido com a repórter Mônica Teixeira, em 2017, que mostrou a chegada de tropas do Exército à favela da Rocinha, para combater o tráfico de drogas e a guerra entre gangues rivais.
“Fizemos uma entrada ao vivo que eu achei impecável, porque teve muita bossa. A Mônica fala de uma carta que abriu o 'RJTV', uma moça passou ali e deu para ela. Depois fala do movimento na Rocinha, eu saio dela, vou lá dentro, fecho na Via Ápia, volto no tempo certinho para ela dar outras informações, sem o zoom e o movimento atrapalharem o texto. Trabalhamos afinados, sem combinar muito, na intuição mesmo.”
Parceiros nas colunas produzidas para o 'Jornal da Globo', Nelson Motta e Toninho se conheceram durante a temporada do repórter-cinematográfico na Argentina. Os dois cobriram juntos um show de dançarinas quando as apresentações de artistas como Adele Fátima lotavam casas noturnas. A amizade foi retomada com as entradas do crítico musical no telejornal, e os dois, junto com o editor Tonico Duarte, da Globo São Paulo, se tornaram “os três mosqueteiros, porque a gente, quando se encontra, fala do mundo”.
A Ponte Rio-Niterói não para de crescer. Cerca de 26 milhões de veículos passam pela via todos os anos. Agora, a ponte ganhou acostamentos, para atender ao volume de carros. Saiba como ela foi feita.
AMOR PELO CINEMA
Cinéfilo, Toninho Marins assiste em média a três filmes por noite e revê, nesse processo, as obras de que mais gosta. Para ele, a definição de Orson Welles para o ofício do cineasta – “É impossível fazer cinema sem uma câmera que seja como um olho no coração de um poeta” – traduz seu encantamento pela sétima arte. Inspirado nos clássicos diretores russos, como Dziga Vertov e Eisenstein, passando pela alemã Leni Riefenstahl, pelos norte-americanos de D.W. Griffith e John Ford e pelo francês Luc Besson, entre tantos anos, aperfeiçoou técnica e sofisticação.
Câmera na mão, plano geral, close, aéreas. As reportagens de Toninho comprovam o refinamento e a potência de suas imagens e o cinema sempre terá grande influência em seu fazer diário.
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Toninho Marins deixou a emissora em fevereiro de 2024.
Fonte
Depoimento de Toninho Marins ao Memória Globo em 25/09/2017. |