Ruy de Castro Mattos nasceu em 16 de julho de 1936, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Filho da dona de casa Aida de Castro Mattos e do contabilista Aníbal Nadir de Mattos, iniciou sua carreira em 1950, como contínuo, na Rádio Nacional, onde trabalhou até o final dos anos 1960.Convidado por Walter Clark em 1966, começou a trabalhar também na Globo como operador de vídeo de programas como 'Uni Duni Tê', 'Capitão Furação', 'O Clube do Titio' e 'O Mundo Mágico de Alakazam'. No ano seguinte, passou à assistente de estúdio e, em seguida, à assistente de produção. Nesse período inicial, trabalhou em programas como 'Casamento na TV' (1967) e 'Balança Mas Não Cai' (1968).
Em 1968, o então diretor de Programação e Produção da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, decidiu dividir a produção da emissora e nomeou responsáveis por cada área: Augusto César Vanucci passou a dirigir a linha de shows, com os programas de auditório, musicais e humorísticos, e Daniel Filho assumiu a dramaturgia. Designado assistente de Augusto César Vanucci, Ruy Mattos foi o produtor de programas de grande audiência, como 'Dercy Espetacular' (1966), estrelado por Dercy Gonçalves e dirigido por João Lorêdo, 'Oh, que Delícia de Show' (1967), apresentado pela atriz Célia Biar e pelo lutador Ted Boy Marino, e 'Faça Humor, Não Faça Guerra' (1970), estrelado por Jô Soares e Renato Corte Real, entre outros. Trabalhou, ainda, no programa 'Alô Brasil, Aquele Abraço' (1969), uma animada gincana interestadual dirigida por Vanucci e produzida por Mário Lúcio Vaz.
Na década de 1970, foi coordenador de produção do 'Programa Haroldo de Andrade' (1969), dirigido por Mário Lúcio Vaz. Naquele ano, Ruy Mattos recebeu de Boni a missão de alugar o Teatro Fênix, no Jardim Botânico, que serviria de palco para os programas da linha de shows, numa época em que os estúdios da emissora já não comportavam tantas produções. No Teatro Fênix, por exemplo, estrearam diversos programas de sucesso estrelados por Chico Anysio, com quem Ruy Mattos estabeleceu uma sólida parceria. Entre os programas gravados no Teatro Fênix, destacam-se o seriado infanto-juvenil 'Linguinha x Mr.Yes', 'Chico City' (1973), 'Chico Total' (1981) e 'Chico Anysio Show' (1972), nos quais Ruy Mattos trabalhou como coordenador de produção.
Trabalhou, ainda, com Roberto Carlos, desde o seu primeiro especial de fim de ano na TV Globo, em 1974, até 1978. Além disso, a partir de 1976, também foi o produtor do musical 'Brasil Especial', exibido mensalmente – tendo feito cerca de 60 programas. Em 1977, coordenou a produção de outra atração de grande sucesso, 'Os Trapalhões', que então estreava na programação. Também naquele ano, foi designado diretor de produção do 'Sítio do Picapau Amarelo', dirigido por Geraldo Casé.
No começo dos anos 1980, Ruy Mattos participou da criação do programa 'Caso Verdade', produzindo, em seguida, cerca de 80 episódios. Em 1982, trabalhou no 'Cassino do Chacrinha', também como diretor de produção. Ruy Mattos começou a trabalhar na produção das novelas Globo em 1986, com 'Roda de Fogo', de Lauro César Muniz, dirigida por Dennis Carvalho e Ricardo Waddington. Tornou-se, então, diretor-executivo, passando a coordenar a produção de todas as novelas da emissora. Num primeiro momento, no início dos anos 1990, trabalhou em 'Gente Fina' (1990), de Luiz Carlos Fusco, Marilu Saldanha e Walter George Durst, e em 'Barriga de Aluguel' (1990), de Gloria Perez, Renascer (1993), de Benedito Ruy Barbosa.
Em 1995, foi o diretor de produção de 'Explode Coração', de Gloria Perez, a primeira novela gravada na nova sede da Central Globo de Produção, o Projac. No ano seguinte, trabalhou em 'O Rei do Gado', de Benedito Ruy Barbosa. Voltou a trabalhar com uma novela do autor em 1999, como diretor de produção de 'Terra Nostra'. Ainda naquele ano, trabalhou em 'Suave Veneno', de Aguinaldo Silva, e 'Força de um Desejo', de Gilberto Braga e Alcides Nogueira. No ano seguinte, fez 'Laços de Família', de Manoel Carlos.
Em 2001, Ruy Mattos afastou-se da produção de telenovelas e voltou à direção de produção de programas da linha de shows, como os humorísticos 'Escolinha do Professor Raimundo', 'A Turma do Didi' e 'Zorra Total' e o infantil 'Gente Inocente'. Além disso, participou, como produtor, da minissérie 'Presença de Anita', de 2001, e como supervisor de produção em 'Os Maias', no mesmo ano.
FONTE:
Depoimento concedido ao Memória Globo por Ruy Mattos em 04/05/2001. |