Reynaldo Cabrera começou a trabalhar na Globo, em São Paulo, em dezembro de 1973, já como repórter cinematográfico. Na década de 1970, registrou imagens históricas de coberturas como o incêndio no Edifício Joelma, em 1974, a Copa do Mundo de 1974, as greves dos metalúrgicos do ABC paulista, no final dos anos 1970. Durante a primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, em 1980, registrou uma imagem exclusiva do pontífice fazendo o sinal da cruz para a lente da câmera. Na década de 1980, participou ainda de coberturas como o incêndio no Edifício Grande Avenida, em São Paulo. Em 1981, integrou a equipe de reportagem que ganhou o prêmio Vladimir Herzog pela cobertura da rebelião de detentos no presídio de Jacareí. Participou ainda da cobertura da Copa da França, em 1998. O repórter cinematográfico trabalhou na Globo até 1999, quando se aposentou.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre o incêndio ocorrido no edifício Joelma, em São Paulo, no dia 01/02/1974, com depoimentos exclusivos do Memória Globo.
Reynaldo Cabrera nasceu em 29 de agosto de 1932 em São Paulo. Começou a trabalhar, no início dos anos 1950, como motorista de distribuição de jornais no grupo Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Aos poucos, aproximou-se do jornalismo e se tornou laboratorista de revelação de filmes da TV Tupi, empresa do mesmo grupo. Mais tarde, virou repórter cinematográfico. “Passei do jornal para o departamento de reportagem da TV Tupi, como laboratorista. Até que peguei a câmera e comecei a mandar bala”, lembra.
Começou a trabalhar na Globo, em São Paulo, em dezembro de 1973, já como repórter cinematográfico. Logo no ano seguinte, foi escalado para viajar à Alemanha Ocidental para cobrir a Copa do Mundo de 1974, junto com o colega Orlando Moreira. Ainda naquele ano, participou da cobertura do incêndio no edifício Joelma, no centro de São Paulo. O jornalista foi responsável por fazer algumas das imagens mais fortes da cobertura, e ainda se lembra da dificuldade para registrar a tragédia: “Quando eu vi as minhas imagens, me deu quase que um colapso nervoso. Mas na hora que você está trabalhando, tem que manter o máximo de frieza”.
Também cobriu as greves dos metalúrgicos do ABC paulista, no final dos anos 1970, particularmente a que ocorreu em São Bernardo do Campo em 1979. Na ocasião, as equipes da Globo foram hostilizadas por militantes, e Cabrera pediu pessoalmente ao então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva que interviesse para proteger os profissionais, argumentando que também eles eram trabalhadores.
Reynaldo Cabrera participou da cobertura da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, em 1980. Em Aparecida do Norte, registrou uma imagem exclusiva do pontífice fazendo o sinal da cruz para a lente da câmera: “Quando o papa foi entrar no avião, abençoou a multidão, virou-se, olhou, e me viu embaixo, filmando: ele inclinou o corpo e fez assim [o sinal da cruz] na lente. Foi a maior emoção que já tive na minha vida, no ato da matéria”.
Em fevereiro do ano seguinte, filmou o incêndio no Edifício Grande Avenida, em São Paulo. No mesmo dia, participou da cobertura da rebelião de detentos no presídio de Jacareí, junto com o repórter Carlos Nascimento e o operador de VT Carlos Alberto Bombonatte. Em pleno tiroteio, o repórter cinematográfico registrou o momento em que um policial e um presidiário foram mortos. A equipe recebeu pelo trabalho o prêmio Vladimir Herzog de 1981.
Rebelião no Presídio de Jacareí (1981)
Reynaldo Cabrera participou de coberturas esportivas importantes como a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, os Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, nos EUA e ainda a Copa do Mundo de 1998, na França. O repórter-cinematográfico trabalhou na Globo até 1999, quando se aposentou.
Morreu em 19 de agosto de 2021, aos 88 anos.
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