Por Memória Globo

Memória Globo

Nélson Roberto Araújo formou-se em letras na Faculdade Barão de Mauá e fez pós-graduação em semiologia na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara. Começou a trabalhar, aos 16 anos, nas rádios locais Colorado, Brasiliense e Ribeirão Preto. Na época, anunciava a programação, lia textos publicitários e, posteriormente, apresentava o noticiário. Em São Paulo, passou pela Rádio Record e pela Rádio Gazeta para, logo em seguida, ter sua primeira experiência em televisão, na TV Gazeta. Antes de voltar a Ribeirão Preto, trabalhou também em Goiânia, como locutor da Rádio Anhanguera e da Rádio Riviera.

De volta à cidade natal, começou a trabalhar no jornalismo impresso como repórter, e, depois, chegou a chefe de reportagem do Diário da Manhã. Foi em Ribeirão Preto que se tornou correspondente do Jornal do Brasil, enquanto ainda cursava o quarto ano da faculdade de Letras. No início da década de 1970, também foi repórter, redator e correspondente do jornal O Globo.

Nélson Araújo no cenário do 'Globo Rural — Foto: TV Globo

Chegou a dar aulas e a trabalhar na administração pública – como assessor de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto e secretário municipal de Cultura – quando, em 1979, foi chamado pelo empresário José Bonifácio Coutinho Nogueira para colaborar na inauguração da TV Ribeirão, que junto com a TV Campinas e, posteriormente, a EPTV Sul de Minas e a EPTV Central, veio a formar a rede das Emissoras Pioneiras de Televisão (EPTV), afiliada da Rede Globo.

Antes mesmo de ser repórter e editor da TV Ribeirão, ajudou na instalação de mesas, ilhas de edição e formação de equipes da nova emissora. Lá, contribuiu com a cobertura da Globo no interior de São Paulo, o que o levou a presenciar acontecimentos importantes, como as greves do ABC e as conquistas trabalhistas do início da década de 1980, do movimento de boias-frias da região e do movimento dos trabalhadores da indústria de calçados de Franca. Sua primeira matéria para a TV Ribeirão foi também veiculada no 'Jornal Hoje'.

A passagem de Nélson Araújo para a Globo de São Paulo, em 1986, aconteceu de depois que o jornalista já havia participado inúmeras vezes de trabalhos na emissora. Ainda trabalhando na TV Ribeirão, participou da cobertura de eventos importantes em São Paulo, como a morte do presidente recém-eleito Tancredo Neves, em 1985. No fim da década de 1980, trabalhou com Oliveira Andrade, Humberto Pereira e Olga Vasone a apresentação do 'Globo Rural'.

No Editorial 'Globo Rural', o apresentador Nélson Araújo afirma que a tragédia de Eldorado dos Carajás revela a incompetência do Brasil em resolver seus problemas agrários, 21/04/1996.

No Editorial 'Globo Rural', o apresentador Nélson Araújo afirma que a tragédia de Eldorado dos Carajás revela a incompetência do Brasil em resolver seus problemas agrários, 21/04/1996.

Em 1989, entretanto, deixou a Globo para trabalhar na TV Cultura: no programa 'Repórter Especial' e, no ano seguinte, como o primeiro apresentador da revista eletrônica 'Vitrine'.

Nélson Araujo retornou à Globo, e ao 'Globo Rural', no início dos anos 1990. Atuou como editor e, mais uma vez, revezou-se na apresentação, ao lado de Olga Vasone e Fabbio Perez. Desde então, foi responsável por reportagens que marcaram a história do programa, como 'O Pequizeiro, a Árvore Símbolo do Cerrado Brasileiro', de 1991, na qual, ao lado do violeiro Téo Azevedo, contou em versos a importância do pequi na vida do sertanejo.

Em 1994, também usou a poesia na matéria 'Umbuzeiro', na qual percorreu parte da Bahia e de Pernambuco para falar de outra fruta: o umbu. Graças à reportagem, que contou com o cinegrafista Francisco Maffezoli Jr., ganhou o prêmio Febraban de Telejornalismo. Em seguida, ganhou uma bolsa da Fundação Ford e viajou para os Estados Unidos, onde estudou durante seis meses.

Sete anos depois, Nélson Araújo ganhou outro prêmio importante, o Vladimir Herzog, pela reportagem sobre os geraiseiros – famílias que vivem na Serra Geral, na fronteira de Minas Gerais com a Bahia. Outra reportagem marcante de sua carreira foi a que fez na Serra da Canastra, em Minas Gerais, em meados de 1990. Na ocasião, conheceu a família do seu Zé Izá, cuja filha Alice se tornou, em 2002, afilhada de casamento de Nélson. A cerimônia de matrimônio foi, inclusive, registrada pela equipe do 'Globo Rural'.

O repórter Nélson Araújo narra, em prosa e verso, o trabalho dos geraiseiros, sertanejos do cerrado do norte de Minas Gerais, Globo Rural, 03/12/2000.

O repórter Nélson Araújo narra, em prosa e verso, o trabalho dos geraiseiros, sertanejos do cerrado do norte de Minas Gerais, Globo Rural, 03/12/2000.

Nélson Araújo também foi responsável por séries de reportagens como 'Brasil Rural', veiculada pelo 'Jornal Nacional' em 2003, em parceria com o 'Globo Rural', e 'Tropeiros', quando percorreu 1.760 km durante 66 dias, em lombo de mulas, com o objetivo de mostrar os caminhos percorridos pelos tropeiros no Brasil entre os séculos XVIII e XX.

Na primeira reportagem da série sobre tropeirismo no Brasil, José Hamilton Ribeiro retraça as origens das tropeadas no Brasil, 'Globo Rural', 16/07/2006.

Na primeira reportagem da série sobre tropeirismo no Brasil, José Hamilton Ribeiro retraça as origens das tropeadas no Brasil, 'Globo Rural', 16/07/2006.

FONTE:

Depoimento concedido ao Memória Globo por Nélson Araújo em 13/08/2008.
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