Nascido em Uberaba (MG), Mario Alberto Campos de Morais Prata mudou-se para Lins, no interior de São Paulo, onde passou parte da juventude. Seu gosto pela leitura e pela escrita vem dessa época. Aos 14 anos, sob o pseudônimo Franco Abbiazzi, começou a escrever uma coluna social para o jornal Gazeta de Lins. Chegou a escrever também para o jornal Última hora, de Samuel Weiner, mas decidiu prestar vestibular para a faculdade de Economia, que cursou na Universidade de São Paulo (USP).Trabalhou como gerente do Banco do Brasil durante oito anos, sem se desligar da literatura. Em 1969, Mario Prata publicou seu primeiro livro, O Morto que Morreu de Rir. No ano seguinte, escreveu Cordão Umbilical, sua primeira peça teatral. Fez sucesso e decidiu largar a profissão de economista, passando a se dedicar exclusivamente ao oficio de escrever.
Mario Prata estreou como autor de telenovelas na Globo, em 1976, assinando 'Estúpido Cupido'. Ambientada na fictícia cidade interiorana de Albuquerque, a novela contava a história da bela Maria Tereza (Françoise Forton), que sonha em morar na capital e ser eleita a Miss Brasil, e o jovem idealista João (Ricardo Blat). 'Estúpido Cupido', que tratava dos conflitos vividos pelos jovens da época, teve no elenco o ator Ney Latorraca, em seu primeiro personagem de sucesso na Globo, o transgressor Mederiquis. No ano seguinte, Mario Prata assinou sua segunda novela, 'Sem Lenço, sem Documento' (1977). Narrando a história da jovem Rosário (Ana Maria Braga, irmã mais nova da atriz Sônia Braga), que mora em Olinda (PE) e resolve tentar a sorte no Rio de Janeiro, a novela teve no elenco atores como Arlete Salles, Jayme Barcellos, Ney Latorraca e a estreante Bruna Lombardi.
Mario Prata deixou a Globo ainda no final dos anos 1970. Em 1978, adaptou para a televisão alemã a minissérie 'Chico Rei', baseada na obra da poeta Cecília Meireles. Exibida pela TV ARD, emissora da antiga Alemanha Ocidental, a minissérie teve no elenco atores como Othon Bastos, Maurício do Valle, Antônio Pitanga e Anselmo Vasconcelos, sob a direção de Walter Lima Jr. No ano seguinte, assinou 'Dinheiro Vivo', uma das últimas novelas produzidas pela TV Tupi, que foi extinta em 1980.
Em 1981, na TV Cultura, Mario Prata escreveu para a série 'Teleromance', que consistia na adaptação de obras literárias em novelas de poucos capítulos. O autor assinou três dessas adaptações: 'O Resto É Silêncio', baseado na obra de Erico Verissimo; 'O Vento do Mar Aberto', baseado no romance de Geraldo Santos; e 'Música ao Longe', adaptação da obra de Erico Verissimo.
Mario Prata voltou a trabalhar na Globo em 1982, assinando a adaptação de dois episódios do programa 'Caso Verdade', que se baseava em histórias reais enviadas pelos telespectadores: 'O Homem do Disco Voador' (1982), cuja trama era ambientada na própria Lins, onde o autor vivera a juventude; e 'Devolvam Meu Filho' (1982), contando a história de duas mulheres envolvidas no sequestro de um bebê. Em seguida, teve sua primeira experiência em minisséries da Globo, participando das equipes de autores que escreveram 'Avenida Paulista' (1983), protagonizada por Antonio Fagundes, e 'A Máfia no Brasil' (1984), estrelada por Reginaldo Faria.
Em 1985, Mario Prata foi colaborador de Daniel Más e Lauro César Muniz em 'Um Sonho a Mais'. Livremente baseada na peça Volpone, de Ben Johnson, a novela teve no elenco, entre outros, o ator Ney Latorraca, que interpretou diversos personagens ao longo da trama, como o milionário Volpone, a executiva Anabela Freire, o médico Nilo Peixe e o advogado Augusto Mello Sampaio.
Em seguida, em 1987, transferiu-se para a TV Manchete, onde voltaria a assinar uma adaptação. Ao lado de Dagomir Marquesi e Reinaldo Moraes, Mario Prata escreveu 'Helena', novela baseada no romance de Machado de Assis, cuja direção foi dividida entre José Wilker, Luiz Fernando Carvalho e Denise Saraceni.
Nos anos 1990, Mario Prata voltou a fazer trabalhos exibidos fora do Brasil. Primeiro, entre 1992 e 1993, assinou sete episódios do seriado 'Giras e Pirosas', exibido pela emissora portuguesa SIC. Em 1995, a Televisión Nacional de Chile produziu uma versão da primeira novela de Mario Prata, 'Estúpido Cupido'. No ano seguinte, o autor escreveu o roteiro do filme 'O Testamento do Senhor Napumoceno' (1996), do diretor Francisco Manso, baseado no romance homônimo do caboverdeano Germano Almeida. No elenco, os atores Nelson Xavier, Maria Ceiça, Milton Gonçalves, entre outros.
Mario Prata voltou a escrever novelas para a televisão brasileira em 1997, quando estreou 'O Campeão', na TV Bandeirantes. Já nos anos 2000, na TV Record, foi um dos autores da novela 'Metamorphoses' (2004), que teve no elenco grandes atores como Gianfrancesco Guarnieri e Joana Fomm. Em 2005, de volta à Globo, assinou os primeiros capítulos da novela 'Bang Bang', descrita pelo autor como um western contemporâneo. Por problemas de saúde, porém, afastou-se da trama, sendo substituído por Carlos Lombardi.
Além do trabalho em televisão, Mario Prata também é autor de peças de teatro como 'Fábrica de Chocolate' (1979), 'Salto Alto' (1983) e 'Eu Faço o que Elas Querem Ouvir' (1999). Para o cinema, escreveu, ainda, os roteiros de 'Banana Split' (1987), de Paulinho de Almeida, 'Besame Mucho' (1987), de Francisco Ramalho Jr., e 'O Casamento de Romeu e Julieta' (2003), de Bruno Barreto.
Mário Prata publicou diversos livros, como 'James Lins, o Playboy que Não Deu Certo' (1994), 'Filho é Bom, mas Dura Muito' (1995), 'O Diário de um Magro' (1997), 'Purgatório – a Verdadeira História de Dante e Beatriz' (2008), 'Cem Melhores Crônicas' (2008) e o romance policial 'Sete Paus' (2009).