O jornalista Márcio Gomes começou na Globo em 1995 e, por nove vezes, recebeu o Prêmio Qualidade Brasil, motivo de orgulho para ele, por ser escolhido em votação popular pela internet. Seu primeiro contato com o telejornalismo foi no curso de apresentação e locução ministrado por Alice-Maria Reiniger, em 1994. Em seguida, Alice-Maria, que nessa época estava na TV Record, convidou-o para apresentar um noticiário, o 'Jornal da Record,' aos sábados. Um ano e meio depois, Márcio Gomes foi convidado para trabalhar na Globo em São Paulo. Estreou em 1996, fazendo matérias para os telejornais locais e, em pouco tempo, foi convidado a integrar a equipe da recém-criada GloboNews. Durante anos, acumulou funções no novo canal e na Editoria Rio. Nos anos 2000, foi apresentador do 'Bom Dia Brasil', de ambas as edições do 'RJTV'. Entre 2013 e 2018 foi correspondente da Globo no Japão. De volta ao Brasil, baseado em São Paulo, tornou-se repórter especial. Apresentou, em esquema de rodízio, o 'Jornal Hoje'. Em 2020, esteve à frente do programa especial 'Combate ao Coronavírus'. Em outubro do mesmo ano, deixou a emissora.
Início da carreira
Filho de Alberto José Gomes, engenheiro civil, e Marli Moreira Gomes, formada em Letras e dona de uma agência de viagens, Márcio Gomes estudou no Colégio São Bento e formou-se em jornalismo na PUC-Rio. Ainda estudante, fez estágio no jornal Última Hora, no Jornal da PUC e na rádio Panorama FM, que considera ter sido uma etapa muito importante por ter aprendido a fazer textos mais concisos. Ali desenvolveu o gosto pelo texto informativo, quase telegráfico. Formado, em 1992, continuou na rádio, depois comprada pelo Sistema Jornal do Brasil de Rádio.
Seu primeiro contato com o telejornalismo foi no curso de apresentação e locução ministrado por Alice-Maria Reiniger, em 1994. Em seguida, Alice-Maria, que nessa época estava na TV Record, convidou-o para apresentar um noticiário, o 'Jornal da Record', aos sábados. Um ano e meio depois, Márcio Gomes foi convidado para trabalhar na Globo em São Paulo.
Estreou em 1996, fazendo matérias para o 'SPTV – 1ª Edição', e, eventualmente, para o 'SPTV – 2ª Edição'. Em 11 de junho de 1996, na cobertura ao vivo da explosão de um shopping center em Osasco (SP), fez sua primeira entrada como repórter no 'Jornal da Globo', então apresentado por Mônica Waldvogel.
Outra reportagem importante e que marcou a carreira do jornalista foi sobre a localização de uma jovem viciada em crack: tirada da rua por um fotógrafo italiano e transformada em modelo, a jovem fez muito sucesso, mas acabou voltando para a droga na Cracolândia. “Eu fechei um VT para o 'Bom Dia São Paulo' e para o 'SPTV'. E aí veio a inexperiência. Não me dei conta do material que estava na minha mão. A matéria foi exibida também no 'Jornal Hoje', no 'Jornal Nacional', no 'Jornal da Globo', depois no 'Fantástico'”, relembra. Ele acrescenta que, “com sorte e talento, é possível conseguir boas histórias mesmo trabalhando na madrugada, um horário ingrato”.
Globonews
Ainda em 1996 e morando em São Paulo, recebeu nova proposta de Alice-Maria, dessa vez para trabalhar no Rio, na recém-criada GloboNews. Passou a apresentar o noticiário da manhã no telejornal 'Em Cima da Hora'. Continuou a fazer reportagens, entre as quais a da queda do avião da TAM, logo após decolar do aeroporto de Congonhas, em 1996.
Imagens da estreia da GloboNews, canal inaugurado em 15/10/1996.
Na GloboNews, Márcio Gomes teve a primeira experiência de transmissão ao vivo de um fato jornalístico. No ano seguinte, participou da equipe mobilizada para a cobertura da segunda visita do papa João Paulo II ao Brasil. Nesse período, foi convocado para trabalhar também na editoria Rio da Globo, para apresentar o 'Bom Dia Rio'.
Acumulou o trabalho na editoria e na GloboNews até 1998, quando optou por ficar apenas na Globo. Além do 'Bom Dia Rio', fazia matérias para o 'RJTV – 1ª Edição', com um forte viés de prestação de serviços. Para o jornalista, o primeiro grande passo dado pela equipe nesse caminho foi a ancoragem ao vivo da mobilização popular pela limpeza da Praia de Ramos. Depois, tornou-se apresentador do 'RJTV'. Na nova função, ancorou o jornal ao vivo diretamente do Cristo Redentor, em 20 de janeiro 1999, em comemoração ao Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade.
Jornalismo local
Foi no 'RJTV' que Márcio Gomes começou a fazer a coluna 'Que Rio é Esse?', nome logo substituído por 'Histórias do Rio', exibida aos sábados. Na coluna, fez uma série de quatro reportagens para lembrar os 200 anos da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, com matérias no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Paço Imperial, na Praça XV e em outros locais históricos da cidade. Ao longo dos dez anos em que Márcio Gomes apresentou a primeira edição do 'RJTV', foram feitas diversas ações com o objetivo de aumentar a interação entre o telejornal e o telespectador. O jornalista destaca, entre elas, o estimulo à votação do público para escolher as Maravilhas do Rio, além de matérias especiais, como 'O Pé no Futuro' e 'Música do Rio'. Ainda em busca dessa aproximação, foi criada a base de jornalismo do 'RJTV' em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Márcio Gomes inaugurou essa base com transmissão ao vivo. “Naquela área, havia muita coisa importante para se mostrar, não apenas violência,” observou. Dessa base fixa surgiria o 'RJ Móvel', projeto conhecido do público por sua prestação de serviços.
Em 2009, o jornalista começou a apresentar o 'RJTV – 2ª Edição', exibido à noite. Nessa nova fase da carreira, Márcio Gomes fez ancoragem ao vivo cobrindo vários episódios importantes, como o desmoronamento do Morro do Bumba, em Niterói, em abril de 2010, e a tragédia provocada pelas chuvas na Região Serrana, em janeiro de 2011. Foi durante a cobertura das chuvas que atingiram o Rio de Janeiro em 2010 que viveria um dos momentos mais marcantes da sua vida profissional.
O apresentador Márcio Gomes mostra as dificuldades que enfrentou no seu trajeto até a Globo, após a madrugada de chuvas no Rio de Janeiro, RJTV 2ª edição, 06/04/2010.
A cidade estava completamente alagada, e o jornalista, com a perna machucada, pensou: “Está um caos na cidade, está tudo alagado. Não posso dirigir. Eu vou ter que ir andando. Então, vou levar uma câmera. Quem sabe não saem boas situações ali. Vou levar uma câmera para registrar esses momentos.” E, de fato, o jornalista, de muleta, casaco e boné, foi filmando as situações e entrevistando pessoas.
A experiência rendeu uma reportagem que foi ao ar no 'RJTV – 2ª Edição' e no 'Jornal Nacional'. “Eu lembro que a cabeça da matéria era meio assim: ‘Vocês estão acostumados a ver o Márcio Gomes de terno e gravata aqui, na bancada, mas hoje ele saiu daqui. Ele veio trabalhando a pé’ – e eu contei a história no 'RJTV – 2ª Edição'. Bonner contou a história mais resumida no 'Jornal Nacional'”, lembra.
No final de 2011, outra ancoragem ao vivo que se tornou histórica: a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão pelas forças de segurança do governo do estado do Rio de Janeiro. Márcio Gomes, a jornalista Ana Paula Araújo e o comentarista de segurança Rodrigo Pimentel ficaram muitas horas no ar acompanhando cada momento da cobertura. Naquela ocasião, Márcio Gomes chegou a apresentar o 'Jornal Nacional' ao lado de Fátima Bernardes, cobrindo a ausência do apresentador e editor-chefe William Bonner, que estava em viagem. Essa cobertura rendeu ao 'Jornal Nacional' o Prêmio Emmy Internacional de 2011 na categoria Notícia. Ainda naquele ano, Márcio Gomes noticiaria outra cobertura marcante na área de segurança pública: acompanhou a ocupação pelas forças policiais das favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, na zona sul do Rio de Janeiro.
Transmissão ao vivo dos traficantes fugindo a pé da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão, durante a ocupação da favela, RJ TV, 25/11/2010.
A experiência de apresentar o 'Jornal Nacional', porém, não era nova para Márcio Gomes. Ele começou a ser convocado para cobrir as folgas dos apresentadores titulares do telejornal a partir de 2001. Quando isso acontecia, Márcio Gomes também apresentava a edição da tarde do 'Globo Notícia'.
Sua participação nos chamados telejornais de rede também começou muito antes. No início dos anos 2000, ele apresentava o 'Bom Dia Brasil' nas férias e folgas do jornalista Renato Machado. Para o telejornal, fez também reportagens e a coluna 'Você Não Sabia, Mas Já Existe', sobre ciência, tecnologia e curiosidades. As três áreas sempre o interessaram: mantivera colunas semelhantes ainda na GloboNews, no 'Espaço Aberto Ciência e Tecnologia', e, na Globo, no 'Bom Dia Rio', a coluna 'Laboratório'. O jornalista também esteve à frente do 'Globo Comunidade', programa jornalístico exibido nas manhãs de domingo.
Márcio Gomes continuou a fazer viagens pelo Brasil para produzir sua coluna 'Você Não Sabia, Mas Já Existe', no 'Bom dia Brasil'. Em 2011, acompanhou a visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil. Além disso, também mediou debates entre candidatos a governador do estado do Rio de Janeiro, em 2006, e à prefeitura do Rio, em 2012.
Correspondente em Tóquio
Reportagem de Márcio Gomes com as primeiras notícias sobre o tufão nas Filipinas. 'Jornal da Globo', 07/11/2013.
Reportagem de Márcio Gomes sobre a situação em Tacloban, uma das regiões mais atingidas pelo Tufão Hayan em sua passagem pelas Filipinas. 'Jornal Nacional', 12/11/2013.
O correspondente Márcio Gomes fala, ao vivo, direto de Tacloban, nas Filipinas, sobre o desespero da população e as dificuldades que ele e o repórter cinematográfico estavam vivendo após a passagemn do Tufão Hayan. 'Jornal Nacional', 13/11/2013
Em 2013, foi convidado a assumir o posto de correspondente da Globo no Japão. Em novembro do mesmo ano, um supertufão atingiu as Filipinas deixando mais de dez mil mortos e um país destruído. Marcio Gomes e o cinegrafista Luciano Tsuda viajaram até o país para fazer a cobertura da tragédia. No mesmo ano, acompanhou as negociações do Acordo Mundial do Comércio (OMC), em Bali, na Indonésia. Ministros de 159 países chegaram a um acordo cuja intenção era impulsionar o comércio global. Era o primeiro em quase 20 anos.
Em março de 2014, o jornalista fez a cobertura do desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines. O avião caiu no Oceano Índico, a cerca de 2,5 mil quilômetros da costa australiana, com 239 pessoas a bordo. No mês seguinte, acompanhou as buscas por desaparecidos em um naufrágio na Coreia do Sul. O acidente causou a morte de 304 pessoas; 9 corpos não foram encontrados. Em agosto, acompanhou a primeira visita do Papa Francisco à Ásia. O Pontífice foi à Coreia do Sul e participou de cerimônia de beatificação de 124 católicos coreanos. Ainda em 2014, a erupção vulcânica no Monte Ontake, no centro do Japão, também foi tema de cobertura do correspondente. Fechou o ano acompanhando o desaparecimento do avião da AirAsia, que decolou da Indonésia sentido Cingapura. O Airbus caiu com 162 pessoas a bordo.
Em janeiro de 2015, Márcio Gomes cobriu a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, após ter sido condenado por tráfico na Indonésia, e a repercussão da decapitação de um jornalista japonês, Kenji Goto, pelo Estado Islâmico. Em abril e maio daquele ano, Márcio Gomes acompanhou as consequências de dois terremotos que atingiram o Nepal. Em 2017, o correspondente acompanhou a repercussão mundial do lançamento de mísseis e a realização de testes com bombas de hidrogênio, feitos pelo governo norte-coreano. Para Márcio Gomes, apresentar telejornais e fazer reportagens são duas atividades que enriquecem o profissional.
Correspondente da TV Globo conta como é sua vida em Tóquio para o 'Video Show', 30/06/2017
O jornalista voltou para o Brasil, para trabalhar na Globo São Paulo, em julho de 2018. Em março de 2020, assumiu a apresentação do 'Combate ao Coronavírus', programa especial, exibido por dois meses, para tirar dúvidas, alertar e informar a população sobre a pandemia da covid-19. Na sequência, tornou-se apresentador do 'SP2' e também do quadro diário do 'Jornal Nacional' sobre a atualização dos casos da doença no Brasil.
Em outubro de 2020, o jornalista deixou a Globo.
Fonte