Por Memória Globo

Renato Velasco/Memória Globo

Marcia Monteiro sempre soube que queria ser jornalista. Trabalhou na TV Educativa e na TV Manchete, até que, em 1992, surgiu uma oportunidade para cobrir férias na Globo. Foram três anos entre idas e vindas até que, em 1995, veio a contratação definitiva. Desde então, trabalhou nos principais telejornais da emissora e na GloboNews. No final de dezembro de 2017, assumiu a chefia de redação do 'Globo Repórter'.

Sempre gostei de ler, de contar histórias e de ouvir histórias. Para mim, era a profissão perfeita, ideal para eu poder contar história de gente, de lugares.

Depoimento de Marcia Monteiro ao Memória Globo, 2013 — Foto: Renato Velasco/Memória Globo

Início da carreira

Marcia de Mello Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 1966, filha do comerciante Antônio Carlos Monteiro e da professora primária Tânia Maria de Mello Monteiro. Formou-se em jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1986, passou para um estágio na TV Educativa. Trabalhou nos programas 'Sem Censura' e 'Caderno 2' e foi produtora, repórter, editora, até descobrir que gostava mesmo dos bastidores: "Aí eu vi que a minha praia, mesmo, era fazer a edição do material, entendeu, ser editora. Aí a partir daí, eu fui encaminhando para esse trabalho de edição".

TV Manchete

Durante o estágio na TVE, Marcia fez um curso de jornalismo na TV Manchete, onde conheceu vários profissionais que já trabalhavam emissora. Em 1987, ao final desse curso, surgiu uma oportunidade como editora do jornal 'Edição da Tarde'. Desse período, recorda coberturas marcantes, como o naufrágio do Bateau Mouche, morte do Ayrton Senna e o assassinato da atriz Daniela Perez. No 'Edição da Tarde', Marcia foi editora, subeditora e depois editora-executiva, cargo que ocupou quando tinha 24 anos. "Apesar de eu ser nova, me deu uma bagagem que foi pavimentando um pouco o meu caminho", conta.

Início na Globo

Em 1992, com a crise econômica na emissora, Marcia decidiu buscar outros caminhos. A oportunidade de trabalhar na Globo surgiu nesse mesmo ano, através de uma amiga que trabalhava na emissora na época, Rosane Araújo, que enviou o currículo para Alberico de Sousa Cruz. Alberico, que estava assumindo a direção de jornalismo, chamou Marcia para cobrir férias. A partir daí, foram vários períodos cobrindo férias de editores nos telejornais locais até que, em 1995, surgiu uma vaga de editora. Marcia foi contratada para trabalhar no 'RJTV – 1° Edição' e, em seguida, no 'Bom Dia Rio'. “Logo depois que eu entrei, criaram uma função para fazer o que a gente chama de adiantamento do Bom Dia Rio, que era fazer, na véspera, uma previsão das reportagens para o jornal do dia seguinte. E eu preparava um pré-espelho, que é a ordem em que entram as matérias no jornal. Eu fui a primeira pessoa a exercer essa função”, conta.

O convite para ser editora do 'Jornal Hoje' veio em 1996. “Nessa época, a editora-chefe do jornal era a Fátima Bernardes, e ela fazia entrevistas especiais de sábado. Então, eu comecei a sair com a Fátima para fazer as gravações. Foi aí que eu comecei a fazer as matérias especiais porque quando não tinha matéria do Rio para o Jornal Hoje, eu pegava coisas da rede. Comecei a funcionar como uma editora mais especial”.

Depoimento de Marcia Monteiro ao Memória Globo, 2013 — Foto: Renato Velasco/Memória Globo

O primeiro cargo de chefia na Globo foi conquistado em 1999: editora-chefe do 'Bom Dia Rio'. “Aí vieram outros desafios. Porque comecei a acordar às quatro horas da manhã todo dia, e eu não conseguia dormir muito cedo. Então, eu dormia em duas etapas: dormia quatro horas – de duas da tarde as seis da tarde -, acordava, depois, eu dormia de meia noite até as quatro. E tinha várias histórias engraçadas: de acordar domingo, me vestir toda e vir para cá, achando que era dia de trabalho, porque eu perdia a noção do dia da semana”, lembra.

Adaptando-se ao novo fuso, Marcia desenvolveu projetos inovadores no telejornal, buscando a aproximação com o público do horário. “Na época, nós não tínhamos a Central de Atendimento ao Telespectador, mas resolvemos estimular a participação do público nas entrevistas que a gente colocava no ar. Nós dávamos o telefone do nosso ramal e nós mesmos é que atendíamos as pessoas. Então, teve vezes que a gente atendeu uns 200 telefonemas: a gente corria para imprimir as perguntas do púbico, e levava para o estúdio para serem respondidas por especialistas. Quando o assunto era muito importante, como aposentadoria, três dias depois ainda tinha gente querendo fazer pergunta. Implantamos o sistema na cara e na coragem, e deu um resultado superbom”.

'Jornal Nacional'

A etapa seguinte na carreira profissional foi assumir a edição executiva do 'Jornal Nacional'. “Foi uma experiência maravilhosa. E uma das maiores emoções da minha vida, da minha carreira, foi quando, em um plantão, eu escrevi a escalada do jornal. A escalada são aqueles assuntos principais que o William Bonner, a Fátima Bernardes e, agora, a Patrícia Poeta apresentam, que vão ser mostrados no jornal. E a maior emoção foi quando eu escrevi: ‘Veja agora no Jornal Nacional. Porque essa é a frase que a gente ouve a adolescência inteira. Então, para mim, escrever aquilo foi sensacional”.

Editoria Rio

Seis meses depois, novo convite. Dessa vez, o desafio foi exercer a chefia de redação da Editoria Rio, onde ficou quase oito anos. Na época, o diretor da Editora Rio, César Seabra, estava implantando um projeto de aproximação com as comunidades, um jornalismo de prestação de serviços. Criou-se, por exemplo, o que se chamava de ‘púlpito’, no qual pessoas do povo podiam fazer perguntas para as autoridades, cobrar o serviço que estava malfeito, ou que estava precisando ser feito. O projeto teve continuidade quando Renato Ribeiro assumiu a direção da Editoria Rio, e Marcia participou do desenvolvimento do quadro 'RJ Comunidade', em que um repórter passava dois meses inteiros numa comunidade, como a Cidade de Deus, Jardim Batan e Rocinha para identificar os principais problemas e acompanhar as soluções dadas pelas autoridades. Como chefe de redação da Editoria Rio, Marcia também era responsável pelas matérias para os telejornais de rede.

GloboNews

Depois de oito anos como chefe de redação da Editoria Rio, Marcia Monteiro decidiu buscar novos caminhos. Surgiu, então, a oportunidade de coordenar a produção da GloboNews, em 2009. “Fui para a GloboNews trabalhar com a elaboração de pautas, a cobertura, e com os repórteres – vendo como eles estavam contando as histórias, fazendo a apuração. Fiquei fazendo isso dois anos, mais ou menos”. Em 2011, Marcia passou a ser chefe de redação dos programas, respondendo por cerca de 25 deles, que compunham o portfólio do canal.

Marcia Monteiro, Leila Sterenberg e Geneton Moraes Neto, 2012 — Foto: Matheus Cabral/Globo

'Globo Repórter'

Em dezembro de 2017, Marcia Monteiro assumiu a chefia de redação do Globo Repórter.

Depoimento de Marcia Monteiro ao Memória Globo, 2013 — Foto: Renato Velasco/Memória Globo

FONTE:

Depoimento concedido por Marcia Monteiro ao Memória Globo em 31/10/2013.
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