Por Memória Globo

Memória Globo

Márcia Mendes ainda era criança quando a irmã mais nova, Sônia, nasceu, e a família se mudou para Santos, no litoral de São Paulo. Desde pequena, Márcia mostrava um interesse incomum pelas histórias contadas pelos pais. A mãe, professora primária, decidiu alfabetizá-la em casa. Assim, quando entrou na escola, já sabia ler. Aos seis anos, começou a estudar piano e, aos oito, deu sua primeira audição. Aos 18, terminou o curso de piano na Escola Superior de Música, em São Paulo. Fez mais dois anos de especialização enquanto dava aulas e aparecia em concertos de música erudita.Posteriormente, decidiu interromper o que poderia ser uma sólida carreira de pianista para trabalhar na área de moda. Ainda em São Paulo, fez sucesso como modelo. A experiência nas passarelas acabou levando Márcia Mendes para o jornalismo. Sua primeira experiência foi em revistas femininas na sucursal paulista da Editora Bloch.

Márcia Mendes na bancada do 'Jornal Hoje' — Foto: Memória Globo

Márcia Mendes — Foto: Globo

Aos 24 anos, depois de um casamento que durou um ano, ela se mudou para o Rio de Janeiro, onde se tornaria editora de moda das revistas Desfile e Manchete, ambas da Bloch. Enfrentou sérios problemas de saúde que a obrigaram a se submeter a uma cirurgia que a impediria de ter filhos. O episódio, segundo pessoas que conviveram com a jornalista – que tinha o sonho de ser mãe –, marcaria a sua vida.

Em 1975, Márcia Mendes ingressou na Globo pelas mãos do então diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira, que a convidou para apresentar o 'Hoje'. Na bancada do telejornal, inovou ao usar gírias para se aproximar do público. Logo, passou a acumular as funções de apresentadora e editora de moda do jornal. A partir de 1979, o 'Hoje' começou a investir na sua audiência majoritária na época: o público jovem feminino. Um trio de jornalistas, formado por Ligia Maria, Sônia Maria e Márcia Mendes, assumiu a direção do jornal. A linha editorial apostava na informalidade, mas buscava inovações com mudanças na estrutura do jornal e a criação de novas seções.

Márcia Mendes também apresentou o telejornal 'Amanhã', que substituiu o Jornal Internacional com uma proposta ousada em termos de linguagem. 'Amanhã' apostava em uma atmosfera de informalidade, tanto no texto – mais elaborado e criativo do que nos outros telejornais da emissora – quanto na apresentação mais descontraída, com Márcia Mendes e Carlos Campbell narrando notícias curtas, quase em um tom de diálogo.

Márcia Mendes, Scarlet Moon, Big Boy e Marisa Raja Gabaglia na bancada do Jornal Hoje, 1973 — Foto: Antonio Nery/Agência O Globo

Márcia Mendes e Léo Batista no 'Jornal Hoje' — Foto: Memória Globo

Em 1977, Sérgio Chapelin passou a apresentar o 'Amanhã', e Márcia Mendes e Carlos Campbell foram para o 'Fantástico'. Naquela época, os temas nacionais ganhavam um novo enfoque no jornalismo da emissora, e a discussão de questões pertinentes ao Brasil começou a fazer parte da pauta do programa. Com mais de 70% das reportagens abordando assuntos de âmbito nacional, outros jornalistas – entre eles, Márcia Mendes – passaram a fazer reportagens para atender à necessidade cada vez maior de matérias nacionais no Rio de Janeiro e em São Paulo, e nas praças em todo o país. Além disso, a jornalista também fez uma série de entrevistas especiais para o 'Jornal Nacional'.

Além dos telejornais, Márcia Mendes marcou presença na apresentação de eventos promovidos pela Globo, como o Abertura – Festival da Nova Música, em 1975, e o Ano Internacional da Criança, em 1978. O primeiro era um festival de música criado para estimular compositores e cantores que não tivessem conquistado até o terceiro lugar em qualquer outro festival, enquanto o segundo era um programa especial de lançamento de uma campanha do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Márcia Mendes e José Wilker em Abertura – Festival da Nova Música, 1975 — Foto: Acervo/Globo

Em meados de 1978, Márcia voltou a enfrentar problemas de saúde. Chegou a ter uma embolia no cérebro, que paralisou seu braço direito e ameaçou as cordas vocais. Exames detectaram uma infecção nas válvulas do coração. Submeteu-se a diversas cirurgias, foi desenganada pelos médicos duas vezes, mas se recuperou e voltou ao vídeo. Em 1979, no entanto, voltou a ficar doente e foi internada. Neste período, recebeu centenas de cartas de admiradores de todo o Brasil. No dia 6 de julho, aos 34 anos, depois de um período em coma, a jornalista teve uma parada cardíaca e morreu.

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