Por Memória Globo

Memória Globo

Para Luís Fernando Silva Pinto, o trabalho do repórter de televisão é catalisar com palavras a força das imagens em qualquer cobertura. É “passar cor, dimensão, volume e emoção sobre aquilo que se está falando”. Isso é o que aprendeu ao longo de sua trajetória como correspondente internacional, que começou em 1977, pouco depois de iniciar sua vida de repórter na Globo de São Paulo. Jovem e impulsivo, foi enviado a Buenos Aires em pleno regime militar e conseguiu capturar a primeira manifestação das Mães da Praça de Maio, protesto silencioso contra o desaparecimento de presos políticos. Pouco tempo depois, em 1980, integrou uma das primeiras turmas do escritório da Globo em Londres. Foi correspondente da Globo em Washington por mais de 30 anos, de onde acompanhava de perto as reviravoltas na política norte-americana.

Luis Fernando Silva Pinto participa do 'Conversa com Bial', 2018 — Foto: Fabio Rocha/Globo

Uma das circunstâncias do jornalismo é que não se trabalha para servir a si próprio, mas a quem está nos assistindo. Informar as pessoas corretamente é uma obrigação.”

Luís Fernando Silva Pinto integrou uma das primeiras turmas do escritório da Globo em Londres, em 1980. De lá, rodou o mundo, cobrindo a morte do presidente egípcio Anwar Sadat (1982), Guerra do Líbano (1982) e morte da premier indiana Indira Gandhi (1984). Durante mais de 30 anos acompanhou de perto as reviravoltas na política norte-americana pela Globo em Washington, tendo sido um dos principais repórteres da Globo na cobertura dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Em 2005, ele e o cinegrafista Lúcio Rodrigues conseguiram imagens exclusivas da devastação em Nova Orleans causada pela passagem do furacão Katrina. Para o jornalista, o importante é servir o telespectador com a notícia bem apurada e bem apresentada, texto e imagem caminham juntos, em sincronia.

Paixão pelo Jornalismo

Filho do engenheiro Antonio Mazzilli Filho e da educadora Maria Aparecida da Silva Pinto, apaixonou-se pelo jornalismo quando era um adolescente rebelde. Sua mãe estava cansada da falta de responsabilidade do filho e o obrigou a arranjar um emprego. Por intermédio de uma amiga, Luís Fernando conheceu o local onde funcionavam os jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Foi amor à primeira vista. A partir do momento em que viu uma redação funcionando, não se distanciou mais daquele ambiente.

Eu me apaixonei primeiro pela redação, que reúne indivíduos brilhantes, desorganizados, falando alto; mas que, em determinado momento do dia, se transformavam em uma orquestra de execução”.

Ia ao Jornal da Tarde todos os dias depois da escola e caiu nas graças do jornalista Luiz Carlos Secco, especialista em automobilismo. Quando o menino não o acompanhava em reportagens, pesquisava no arquivo do jornal. Autodidata, foi contratado como auxiliar de administração com a condição de fazer faculdade de jornalismo – que cursou na Faculdade Cásper Líbero. Terminado o curso, foi efetivado repórter: passou pela editoria de Esportes e Geral. Teve a oportunidade de cobrir o incêndio do Edifício Joelma, em 1974, e uma série de matérias sobre as cidades que seriam alagadas pela barragem da Usina de Itaipu, em 1975.

Luiz Fernando Mercadante, seu chefe no Jornal da Tarde, foi para a Globo em 1977 e o convidou para acompanhá-lo. Uma de suas primeiras experiências na TV foi como repórter do quadro Café da Manhã, do recém-criado 'Bom Dia São Paulo'. Ia à casa dos entrevistados – entre eles a atriz Dercy Gonçalves, o ministro Delfim Netto e o então sindicalista Luís Inácio Lula da Silva – e os entrevistava ao vivo, durante a primeira refeição do dia.

Vida de correspondente

No mesmo ano, tudo mudou: “Em 1977, o Mercadante me mandou para Buenos Aires – meu primeiro posto como correspondente. Eu disse para ele: ‘Ó, não sei fazer, não’. Ele falou: ‘Vai lá e se vira’. E, com a exceção de uma matéria, foi o horror.” Isso porque, segundo ele, nada acontecia em Buenos Aires naquela época. Mas, um dia, quando achou que ia ser demitido por falta de serviço, deu a sorte de testemunhar a primeira manifestação das Mães da Praça de Maio, movimento de mães e avós de desaparecidos políticos da Argentina. Foi o primeiro contato que elas tiveram com uma equipe de reportagem. Voltou para São Paulo e, no ano seguinte, foi para a Espanha fazer um curso de pós-graduação em Navarra.

A partir daí, começaram suas grandes coberturas internacionais. Ainda no fim dos anos 1970, cobriu as eleições gerais na Espanha e a Revolução Sandinista na Nicarágua, sua primeira experiência em uma guerra. “A chegada dos sandinistas em Manágua foi poética, foi belíssima, é uma cena inesquecível. Com o tempo, depois você se pergunta se ela cumpriu os sonhos das pessoas. Não sei. Algumas, talvez, de certo modo. Como cena eu acho que foi marcante”, conta.

Revolução Sandinista (1979)

Revolução Sandinista (1979)

De Londres para o mundo

Em 1980, Luís Fernando tornou-se correspondente da Globo em Londres. “Em 1980, quando cheguei a Londres como correspondente, percebi que nosso material era tão bom quanto o de repórteres do mundo inteiro. Isso virou um mantra. Trabalho com grandes profissionais – sérios, talentosos, dedicados, com olho incrível. É um imenso privilégio.”

A partir da base, ele cobriu, entre outros acontecimentos daquele turbulento começo de década, o assassinato do presidente do Egito, Anwar Sadat (1981) – de onde partiu para uma viagem inesquecível entre Cairo e Jerusalém, acompanhado do repórter-cinematográfico Paulo Pimentel. Era a primeira viagem grande dos dois e quiseram aproveitar para realizar uma reportagem ambiciosa. Para o Fantástico, cruzaram o deserto. Do Nilo ao Muro das Lamentações, uma verdadeira aventura. “Fomos mostrando a possibilidade de convivência pacífica das pessoas. Dormimos onde era possível.”

Fantástico: Do Cairo a Jerusalém após a morte de Anwar Sadat (1981)

Fantástico: Do Cairo a Jerusalém após a morte de Anwar Sadat (1981)

Depois, Luís Fernando cobriu o atentado contra o papa João Paulo II, a visita dele ao Brasil; o casamento do Príncipe Charles com Diana, as guerras do Líbano e entre Irã e Iraque. No Líbano, Luís Fernando viveu momentos extremos: acompanhou a invasão do Exército israelense à capital, Beirute; e cobriu os massacres nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em 1982.

Fantástico: Viagem do Egito a Israel por terra (1981)

Fantástico: Viagem do Egito a Israel por terra (1981)

Um amor no funeral

Em 1984, o repórter foi para a Índia fazer a cobertura do assassinato da primeira-ministra Indira Gandhi, impetrado pelos seus próprios guardas de segurança, que faziam parte da seita Sikh. Depois do crime, houve uma enorme onda de retaliações da população de Nova Deli contra os Sikhs. Luís Fernando Silva Pinto e o repórter cinematográfico Luiz Demétrio Furkim registraram os ataques e o caos que tomou conta da capital indiana. Na cerimônia do funeral, Luís Fernando conheceu a jornalista norte-americana Lauren Eckhous, que estava na Índia a turismo, e que se tornaria a mulher com quem ele é casado.

40 anos da bomba de Hiroshima

Para o 'Globo Repórter', Luís Fernando Silva Pinto fez, em 1985, um programa que marcou os 40 anos da bomba de Hiroshima, no Japão, acompanhado do produtor Ingo Ostrovsky. A ideia era mostrar personagens que tivessem sobrevivido à tragédia. “Houve um momento muito bonito, com o diretor de uma escola. Ele era um aluno, e estava pegando um lápis quando caiu a bomba. Ou seja, ele estava abaixo do nível das carteiras quando a bomba explodiu. Todo mundo morreu, menos ele. Então, ele conta a história dele, ele canta o hino. Todos os colegas dele, meninos que tinham sete, seis anos de idade, morreram.”

Globo Repórter: Hiroshima, 40 anos depois da bomba atômica (1985)

Globo Repórter: Hiroshima, 40 anos depois da bomba atômica (1985)

No ano seguinte, Luís Fernando participou de um especial para o Jornal da Globo realizado pelos correspondentes em Londres na ocasião da comemoração dos 40 anos do Dia D. Sua reportagem foi sobre o Cerco em Stalingrado.

Jornal da Globo: Cerco em Stalingrado, 40 anos depois do "Dia D" (1985)

Jornal da Globo: Cerco em Stalingrado, 40 anos depois do "Dia D" (1985)

Neste mesmo ano, o jornalista participou de um dos maiores momentos da história brasileira, a eleição de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil após 20 anos de governo militar.

Chegada a Washington

Em 1986, Luís Fernando foi transferido pela Globo de Londres para Washington, e participou de outro Globo Repórter, sobre o terremoto em El Salvador. Durante as filmagens, o repórter e sua equipe testemunharam o resgate de uma menina que já havia sido dada como morta pela mãe. No mesmo ano, também fez matérias sobre a crise Irã-Contras e o acidente com o ônibus espacial Challenger. Em junho de 1989, no auge dos conflitos entre governo e manifestantes na China, Luís Fernando e o cinegrafista Paulo Zero conseguiram entrar no país. O trabalho deles era quase clandestino. Os repórteres gravavam as imagens de dentro do carro e conseguiram produzir reportagens que mostraram, de perto, os desdobramentos do massacre da Praça da Paz Celestial.

Globo Repórter: Terremoto em El Salvador (1986)

Globo Repórter: Terremoto em El Salvador (1986)

Em 1990, a Globo encerrou as atividades do escritório de Washington, mas Luís Fernando não quis sair da cidade e abriu seu próprio escritório de jornalismo. Montou uma equipe e continuou, de forma independente, a fazer matérias para a Globo e também programas para o canal a cabo GNT. O Scientia, sobre os avanços científicos nos Estados Unidos, ficou no ar semanalmente por quatro anos; e o 'América, América', sobre comportamento, por um ano.

Atentados de 11 de setembro

Luís Fernando Silva Pinto voltou a ser correspondente da Globo em Washington por conta dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. Um dos prédios atingidos pelos aviões sequestrados foi o da sede do Pentágono, na capital federal. Na reportagem que fez naquele dia para o Jornal Nacional, Luís Fernando aparece com o Pentágono ao fundo, ainda em chamas. Ele descreve a experiência que viveu: “É a imensidão da tragédia humana. Se você está vendo dois prédios queimando, desabando, você sabe que tem seres humanos lá dentro, e não há nada que ninguém possa fazer. Isso provoca em todo mundo um senso profundo de sobrevivência, de desespero, de tristeza”.

Atentados de 11 de setembro (2001)

Atentados de 11 de setembro (2001)

A partir do dia dos atentados, o jornalista participou intensamente da cobertura das consequências políticas da tragédia. Em 2003, entrevistou Colin Powell, secretário de Estado do governo de George W. Bush, e registrou o discurso de justificativa para a invasão ao Iraque, a alegada existência de armas de destruição em massa no país. Neste ano também, o jornalista acompanhou a repercussão internacional após a queda do ônibus espacial Columbia, que explodiu na Flórida, nos EUA, e matou sete astronautas. Em 2004, o repórter participou da cobertura da reeleição de George W. Bush à presidência dos Estados Unidos e, em 2005, foi até Nova Orleans testemunhar a devastação provocada pelo furacão Katrina.

Furacão Katrina (2005)

Furacão Katrina (2005)

Junto com o repórter-cinematográfico Lúcio Rodrigues, o correspondente viajou durante dez dias, dormindo no carro ou em hotéis de beira de estrada, se alimentando basicamente de biscoitos. A dupla mostrou em suas reportagens a situação degradante pela qual passavam as pessoas atingidas pela tragédia; e a ineficiência do poder público dos Estados Unidos em lidar com elas. Em entrevista ao Memória Globo, ele relembra: “A gente chegou na região com duas coisas acontecendo: o furacão, que tinha destruído partes do litoral; e o rompimento das paredes do dique que separa o Lago Pontchartrain do rio Mississipi. Nova Orleans foi inundada, um segundo drama. A vantagem que a gente teve foi de chegar num momento e por um lado da cidade onde ninguém tinha estado antes. As pessoas estavam completamente entregues.”

Para ele, a missão era conseguir entrar de qualquer jeito em Nova Orleans, ainda que as rodovias estivessem bloqueadas. Negociando, de barreira em barreira policial, eles conseguiram. O trabalho foi exibido no 'Fantástico'.

Uma das circunstâncias do jornalismo é que não se trabalha para servir a si próprio. Trabalhamos para aqueles que estão assistindo, temos uma obrigação com de informar as pessoas. Essa obrigação, as autoridades não têm, eles tem outras prioridades. As prioridades são outras. Entrar em Nova Orleans era como se fosse um gol: podíamos tomar uma entrada dura, sofrer uma falta, um cartão amarelo, mas o gol continuava sendo o objetivo”.

Eleições Norte-Americanas

Nas eleições presidenciais de 2008, que consagraram Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, Luís Fernando Silva Pinto participou de uma intensa cobertura, que começou ainda nas prévias do Partido Democrata, quando Obama disputava a vaga de candidato com Hillary Clinton. No dia 5 de novembro de 2008, o repórter mostrou no 'Jornal Nacional' o momento em que o candidato vitorioso e sua família subiram ao palanque do Grand Park, em Chicago, e foram ovacionados pela imensa multidão de eleitores que os aguardava. Ele também acompanhou o pleito que reelegeu o presidente democrata em 2012 e, quatro anos depois, cobriu o processo eleitoral que levou à vitória de Donald Trump.

Durante aquela campanha, ele foi responsável por acompanhar a candidata Hilary Clinton, surpreendida com a derrota no dia da apuração. Após a posse de Trump, em janeiro de 2017, as constantes polêmicas e escândalos protagonizados pelo republicano intensificaram o trabalho jornalístico em Washington. Não faltaram notícias da Casa Branca. Além do hardnews, Luís Fernando repercutia nos telejornais da Globo e GloboNews os desafios e percalços do governo com a política externa, realizando análises no noticiário.

A cobertura que encerrou o ciclo de 43 anos na Globo foi mais uma corrida presidencial. Desta vez, Luís Fernando testemunhou a eleição de Joe Biden e a derrota polêmica de Donald Trump. Sua despedida da Globo ocorreu no dia 1 de dezembro de 2020 e teve direito à homenagem ao vivo no 'Jornal das Dez,' da GloboNews.

Correspondente Luiz Fernando Silva Pinto relembra momentos da carreira na Globo

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EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Webdoc sobre a cobertura da Abertura Política com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

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Webdoc sobre a cobertura da visita de João Paulo II ao Brasil, em 1980, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

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Webdoc sobre a cobertura do Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

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Webdoc sobre a cobertura dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Guerra no Iraque em 2003, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Guerra no Iraque em 2003, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Eleição de Barack Obama em 2008, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Eleição de Barack Obama em 2008, com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

FONTES

Fontes: Depoimento concedido por Luís Fernando Silva Pinto ao Memória Globo em 08/02/2006 e 03/03/2017.
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