João Rodrigues Pereira Filho perdeu os pais, os portugueses João Rodrigues e Flora Dias Pereira, aos seis anos, e, junto com a irmã, foi morar com um padrinho em Cascadura, na Zona Norte do Rio. Ingressou na Marinha, onde fez o curso de Eletrônica.
Começou a trabalhar na Rádio Ministério da Educação, como auxiliar de contrarregra, em 1960. No ano seguinte, conseguiu um emprego como operador de áudio na Rádio Guanabara e, em seguida, um estágio na então TV Mayrink Veiga, depois TV Excelsior, onde participou de cursos técnicos e aprendeu a operar a grande novidade da época: a máquina de videoteipe.
Trabalhou na Rádio Mundial, no programa do locutor Big Boy. João Rodrigues fazia a sonoplastia e era chamado pelo locutor de “Doutor Silvana”, personagem das histórias do Capitão Marvel. Conciliaria os empregos no rádio e na televisão até o início dos anos 1970, quando passou a editar novelas.
Fez parte da primeira equipe de funcionários da Globo. Foi contratado por Reinaldo Losso, chefe do setor de videoteipe, em março de 1965, como operador de VT. No departamento de Engenharia, participou dos cursos coordenados por Osvaldo Leonardo, Herbert Fiuza e René Xavier dos Santos, que prepararam as equipes técnicas para a inauguração da emissora.
Participou da gravação de alguns dos primeiros programas produzidos pela Globo, como o infantil 'Uni Duni Tê' (1965), o humorístico 'Rua da Matriz' (1966) e o programa de auditório 'Oh, Que Delícia de Show' (1967), apresentado por Célia Biar e Ted Boy Marino. Integrava, também, a equipe responsável pela gravação do 'Telecatch', a versão brasileira do programa de lutas livres, exibida com muito sucesso pela Globo entre 1967 e 1969.
Trabalhou ao lado de editores como Arnaldo Artilheiro e João Paulo Carvalho, considerado o responsável por implantar na televisão o cargo de editor de novelas. Na década de 1970, começou a editar as novelas da emissora, sob a direção de Daniel Filho, Herval Rossano, Paulo Ubiratan e Ziembinski. Também nessa época, continuava a editar vários programas da linha de Show da emissora, com Augusto César Vannucci e Aloísio Legey. Ainda funcionário do departamento de Engenharia, chegou ao cargo de supervisor de VT.
Em março 1976, deixou a Engenharia e começou a trabalhar como editor do programa 'Planeta dos Homens', o humorístico criado por Max Nunes e Haroldo Barbosa e dirigido por Paulo Araújo. No elenco, grandes nomes do humor brasileiro: Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, entre muitos outros. Em seguida, foi codiretor de outro programa humorístico de sucesso, o 'Balança mas Não Cai'.
Em meados dos anos 1980, foi responsável por trazer uma linguagem mais ágil e moderna para a edição dos compactos dos desfiles do carnaval carioca. Até então, esses compactos não valorizavam os destaques do desfile de cada escola de samba, nem as letras dos sambas-enredos.João Rodrigues trabalhou durante muitos anos, também, como editor do programa 'Os Trapalhões'. Foi convidado a editar, inclusive, uma longa coletânea dos melhores momentos do programa, lançada nos anos 2000. Deixou a Globo em fevereiro de 2014.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a cobertura do Início do Telejornalismo (1965) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Webdoc sobre o incêndio que atingiu a sede da TV Globo em 1976, com depoimentos exclusivos ao Memória Globo.
FONTES:
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por João Rodrigues em 29/09/2008 e 06/10/2008 |