Por Memória Globo


João Lorêdo começou sua carreira artística como cantor, mas logo conseguiu um emprego de radioator na Rádio Mayrink Veiga. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de poemas, 'Tempestade' e teve uma breve incursão como redator no mercado publicitário, antes da primeira experiência no teatro amador, ainda na década de 1950, como ator e diretor do grupo de 'Atores da Mabe'. No final da década de 1960, começou a trabalhar na Globo, onde participou da criação do 'Fantástico' – foi o primeiro a dirigir o programa. Trabalhou durante 12 anos na emissora, dirigindo atores como Grande Otelo, Dercy Gonçalves e Chico Anysio em programas de sucesso. Em 1971, por seu trabalho à frente do programa 'Faça Humor, Não Faça Guerra' (1970), ganhou o Troféu Helena Silveira, o Antena de Ouro, entre outros.

A Globo investiu nos profissionais. O resultado é esse que você vê aí. O cara tinha que ser bom mesmo senão ele ia embora.

Depoimento de João Lorêdo ao Memória Globo, 2002. — Foto: Frame de vídeo/Globo

Início da carreira

João Luiz Rodrigues Lorêdo, conhecido como João Lorêdo, é filho do comerciante Etelvino e da dona de casa Luiza, que tiveram seis filhos; o mais velho, o humorista Jorge Lorêdo, também faria carreira na televisão, com o personagem Zé Bonitinho. João Lorêdo foi interno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e chegou a dar aulas de português, geografia, matemática e história. Depois, formou-se em psicologia.

Começou sua carreira artística como cantor, no Coro dos Apiacás, de Mme. Lucila Villa-Lobos, primeira esposa do maestro Villa-Lobos. Em seguida, por intermédio do ator Sadi Cabral, conseguiu um emprego de radioator na Rádio Mayrink Veiga. Em 1945, transferiu-se para a Rádio Nacional e, logo depois, para a Rádio Tupi. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de poemas, 'Tempestade'. Teve uma breve incursão no mercado publicitário, como redator da agência Standard Propaganda.

Sua primeira experiência no teatro amador, ainda na década de 1950, foi como ator e diretor do grupo de atores da Mabe – Moderna Associação Brasileira de Ensino. Com o grupo, venceu um concurso promovido pelo programa 'Teatrinho Kibon', dirigido por Alcino Diniz na TV Tupi. Em seguida, começou a trabalhar como ator e diretor de atores na Tupi, onde assumiria, tempos depois, a função de diretor artístico e de produção. Em 1954, foi eleito melhor ator pela revista 'Radiolândia'. Contratado pela TV Rio, também como diretor artístico e de produção, assinou o programa 'Variety'.

João Lorêdo trabalhou durante 10 anos na TV Continental, ao lado do diretor Costa Lima. Na mesma época, acumulou o trabalho na emissora carioca com um emprego na TV Cultura de São Paulo, onde dirigiu programas com a apresentadora Tia Amélia e a cantora Stellinha Egg. Na capital paulista, passou também pela TV Paulista, dirigindo programas de humor, e foi um dos fundadores da primeira produtora independente de televisão no Brasil, a Videum Produções. Em seguida, assumiu a direção da Rádio Piratininga e, logo depois, ocupou o cargo de diretor de Teledramaturgia da Rede Tupi de televisão.

Início na Globo

João Lorêdo começou a trabalhar na Globo, convidado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no final da década de 1960. Participou da criação do 'Fantástico', que estreou em agosto de 1973, e foi o primeiro a dirigir o programa. Trabalhou durante 12 anos na emissora, dirigindo atores como Grande Otelo, Dercy Gonçalves e Chico Anysio em programas de sucesso como 'Dercy Espectacular' (1966) e 'Dercy de Verdade' (1967), 'Alô Brasil, Aquele Abraço' (1969), 'Linguinha x Mr. Yes' (1969) e 'Chico em Quadrinhos' (1972). Em 1971, por seu trabalho à frente do programa 'Faça Humor, Não Faça Guerra' (1970), ganhou o Troféu Helena Silveira, o Antena de Ouro, entre outros.

Depoimento de João Lorêdo ao Memória Globo, 2002 — Foto: Frame de vídeo/Globo

m 1973, Lorêdo dirigiu o programa 'Globo de Ouro', na época apresentado por artistas como Antonio Marcos, Vanusa, Jerry Adriani, Sandra Bréa, Wanderley Cardoso, Odair José e Murilo Néri. Em 1976, foi o coordenador do programa 'Domingo Gente', que integrava uma faixa de programação chamada Bom Domingo, da qual também faziam parte: 'Esporte Espetacular' (1973), 'Moacyr TV' (1976) e 'Oito ou Oitocentos?' (1976). 'Domingo Gente' era produzido pela antiga Divisão de Reportagens Especiais da Rede Globo, que havia sido responsável por programas com perfis mais próximos do documentário, como 'Globo Repórter' (1973) e 'O Mundo em Guerra' (1975).

João Lorêdo deixou a Globo em 1977.

Portugal e outras emissoras

Ainda nos anos 1970, trabalhou na TV Record e na TV Bandeirantes, onde dirigiu os programas do apresentador J. Silvestre. João Lorêdo também trabalhou na emissora RTP - Rádio e Televisão de Portugal, contratado para dirigir o programa de humor que marcou a volta do ator Raul Solnado à televisão portuguesa. Anos depois, voltou a trabalhar na TV Bandeirantes, como consultor artístico de seriados.

Lorêdo é autor do livro 'Era Uma Vez… a Televisão' (Editora Alegro, 2000), cujos primeiros capítulos foram publicados inicialmente na Revista Amiga, em 1995. Escreveu outros dois livros, que permanecem inéditos: 'A Vida Escreveu Isto…', com prefácio de Jô Soares, e 'É Assim que se Ri'.

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João Lorêdo morreu em 24 de janeiro de 2012, aos 81 anos, em Juiz de Fora, MG.

Fonte

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