Por Memória Globo

Memória Globo

Herbert Baptista Fiuza é filho de Alcides Ribeiro Fiuza e de Eulalia Baptista Fiuza. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro em regime de semi-internato e, em 1953, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), formando-se em janeiro de 1956. Cursou engenharia eletrônica no Instituto Militar de Engenharia (IME), onde também atuou, depois, como professor.

Sua trajetória profissional se encontra com a Globo quando é tomada a decisão de construir a emissora nos terrenos do antigo Carioca Esporte Clube, ao lado do Jardim Botânico, no bairro residencial de mesmo nome. Começou a trabalhar em 1963, como assistente do general Lauro Augusto de Medeiros, primeiro diretor técnico da emissora. Com os engenheiros Osvaldo Leonardo, que vinha da TV Tupi, e René Xavier dos Santos, formou a equipe responsável por instalar e preparar a Globo do Rio de Janeiro, Canal 4, para suas primeiras transmissões.

Herbert Fiuza trabalhou diretamente na criação da emissora, participando ativamente do acompanhamento de todas as etapas de construção dos estúdios e da estação transmissora, além da instalação dos primeiros equipamentos. Quando foi inaugurada, em 26 de abril de 1965, a emissora estava equipada com o que havia de mais moderno em termos de tecnologia no Brasil.

Também atuou no treinamento e na contratação dos primeiros funcionários, de técnicos de som, operadores de câmera e videoteipe e até diretores de imagem. Entre os primeiros contratados, que recebiam aulas noturnas ministradas por Herbert Fiuza e os demais engenheiros, estavam René Proença, Alfredo Miraluna, Helmar Sergio e Walter Lacet, que dirigiria alguns dos primeiros programas da emissora, como 'Uni-Duni-Tê' (1965), 'Capitão Furacão' (1965) e 'Oh, que Delícia de Show' (1967).

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Webdoc cronologia - Inauguração da Globo (1965)

Webdoc cronologia - Inauguração da Globo (1965)

Herbert Fiuza participou, ainda, das primeiras experiências de adaptar as pesadas câmeras TK-60 para realizar gravações externas. Assim, de modo improvisado, foram feitas as primeiras coberturas do carnaval no Rio de Janeiro, com transmissões diretamente da Avenida Presidente Vargas e do Hotel Copacabana Palace. A novela 'O Sheik de Agadir' (1966), por exemplo, em que parte da trama era ambientada no deserto do Saara, foi gravada na Restinga da Marambaia, na Zona Oeste do Rio.

Com a compra da TV Paulista, em São Paulo, e de uma geradora da TV Rio em Belo Horizonte, incluída a retransmissora de Juiz de Fora, estava formado o embrião do que viria a ser a Rede Globo – depois seriam inauguradas também estações em Brasília e no Recife. Herbert Fiuza e a equipe de engenharia da Globo passaram a se dedicar, então, ao estabelecimento dos diversos enlaces de microondas necessários à formação de uma rede nacional e ao estabelecimento de uma simultaneidade na programação.

TV a cores

Outro momento marcante na sua trajetória diz respeito à implantação das transmissões em cores na televisão brasileira. Herbert Fiuza participou do Grupo de Trabalho criado pelo Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel), para estudar as normas de implantação no Brasil do novo Sistema de TV a cores, o PAL-M. Ao mesmo tempo participou das experiências feitas na Globo do Rio de Janeiro com o novo sistema, realizadas por especialistas alemães e holandeses, liderados pelo Prof. Walter Bruch, inventor do Sistema PAL-M. A Globo exibiu pela primeira vez um programa colorido – um episódio do 'Caso Especial' escrito por Janete Clair, 'Meu Primeiro Baile' – em 31 de março de 1972.

Técnicos da Globo desencaixotam transmissores para instalação de antenas na torre de transmissão do Sumaré. Da esq. p/ dir.: Reinaldo Lousso (operador de vídeo), Osvaldo Leonardo, Herbert Fiuza (agachado), René Santos (segurando a caixa), Gaúcho (motorista do Gal. Medeiros), Gal. Lauro Medeiros (de gravata), Magno Casemiro de Abreu (operador de transmissor), Vanoli Nunes (motorista) e Gerardo Pagés (operador de video). — Foto: Acervo pessoal/Herbert Fiuza

Em setembro de 1973, por indicação oficial do Exército Brasileiro, foi estudar na França, onde acompanhou a aquisição de um sistema eletrônico de rastreamento de mísseis. Sem se desligar da Globo, passou oito meses na Europa e visitou diversas estações de televisão e sistemas de transmissão na França e na Alemanha.

Em junho de 1976, um grande incêndio destruiu boa parte das instalações da Globo carioca. Não era a primeira vez que a emissora sofria com acidentes desse tipo – em outubro de 1971, um incêndio havia destruído o antigo estúdio A –, mas agora o fogo se alastrara por toda a sede da emissora, inutilizando completamente o 2º andar. Como responsável pela Divisão de Engenharia, Herbert Fiuza colaborou com a recuperação estrutural da Globo, que incluiu a troca – e modernização – de boa parte dos equipamentos eletrônicos.

No início dos anos 1980, comandou o projeto da emissora para o desenvolvimento das transmissões via satélite. Esse projeto implicava numa negociação com a Embratel – que operava o satélite Intelsat –, num estudo para a montagem de uma estação de transmissão no Rio de Janeiro e 16 Estações Receptoras nos diversos Estados do Brasil, além da definição sobre o equipamento a ser comprado. Fiuza viajou para Atlanta, nos EUA, para visitar a Scientific Atlanta, fabricante de equipamentos adequados ao projeto e definir seu cronograma de fabricação e instalação.

Herbert Fiuza e Joe Wallach no dia do depoimento de Joe ao Memória Globo, em 2011 — Foto: Renato Velasco/ Memória Globo

Herbert Fiuza foi nomeado diretor de Engenharia da Rede Globo em 1983, tornando-se responsável pela área de engenharia de telecomunicações e pelas relações da empresa com órgãos públicos – Embratel e Ministérios. Permaneceu na função até outubro de 1985, quando foi chamado para fazer parte da equipe da Globo que negociava a aquisição da Tele Monte Carlo, da qual se tornou diretor técnico em março de 1986. Permaneceu na Itália até o fim do ano de 1992.

De volta ao Brasil, foi convocado para participar de algo até então inédito no país, a criação de uma TV por assinatura, a Globosat. Passou a integrar a empresa em janeiro de 1993, como diretor técnico. No ano seguinte, com a separação das áreas de produção de conteúdo e de distribuição, foi criada uma empresa para cuidar exclusivamente da distribuição, a Net Brasil. Após um breve período, em que acumulou cargos de direção nas duas empresas, Herbert Fiuza passou a se dedicar exclusivamente à Net Brasil.

Em 1996, começou a trabalhar na Globocabo, empresa criada pelas Organizações Globo para a área de TV por assinatura, que passaria a gerir não apenas as transmissões via cabo, mas também por satélite. Herbert Fiuza participou ativamente do projeto e da implantação da TV por assinatura via satélite, denominada Sky – empresa criada em parceria com a News Corp, de Rupert Murdoch –, que iniciou as transmissões digitais a partir de julho de 1996. Em maio de 1999, aos 63 anos, aposentou-se oficialmente da empresa, mas não se desligou completamente, passando a exercer as funções de consultor técnico para a Sky até dezembro de 2006.

Simultaneamente às suas atividades de consultor técnico no Brasil, foi indicado pela Embratel, com o aval da Anatel, para ocupar um dos cargos de diretor do board do novo Intelsat, com sede em Bermuda, empresa que foi privatizada em julho de 2001. Eleito nesse mesmo mês, assumiu essas funções em agosto de 2001 e permaneceu como diretor do board até o início de 2005, quando solicitou exoneração, para permitir a concretização da venda da empresa para um grupo de acionistas estrangeiros. Em 2011, Herbert Fiuza assumiu a Diretoria Internacional da SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão.

FONTE:

Depoimento concedido ao Memória Globo por Herbert Fiuza em 24/01/2000.
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