Por Memória Globo

Acervo/Globo

Fadolo Sabag é seu nome de batismo. Seus pais, Salim e Bader Sabag, são de origem libanesa, e tiveram nove filhos. Antes de iniciar sua carreira artística, Fabio – Fadolo, na verdade –, estudou por três anos na Escola Paulista de Medicina, na cidade de São Paulo. Atuou como figurante em diversas óperas no Teatro Municipal de São Paulo, onde conheceu o grupo de teatro do diretor Antunes Filho. Participou ainda de programas de auditório na Rádio Tupi e Difusora de São Paulo, até ser convidado por Helio Araujo para escrever o programa 'Quem Sabe Mais: o Homem ou a Mulher?', na Rádio Cultura.

Foi um grande esforço estar nas três áreas (TV, cinema e teatro). Na televisão, você, como diretor, cria um espetáculo para uma plateia gigantesca que você não está vendo. Tem que tentar saber como chegar até esse público. No cinema, trabalha-se de modo fragmentado. Existe a dificuldade de manter o personagem com uma unidade. Já o teatro é muito mais difícil porque você tem que conquistar a plateia na primeira frase.

Fabio Sabag participou da primeira peça televisada, 'O Imbecil', de Luigi Pirandello, levada ao ar pela TV Tupi, em 1950, sob a direção de Osmar Rodrigues Cruz. Em 1951, participou da montagem de 'Irmãos das Almas', de Martins Pena, e dirigiu a peça 'Alô, Alguém Aí?', de William Saroyan. No ano seguinte, participou novamente como ator da peça 'Volta, Mocidade', de William Inge, e dirigiu, produziu e atuou em 'O Filhote de Espantalho', de Oswaldo Waddington. Ainda em 1952, produziu a peça 'Chapeuzinho Vermelho', de Paulo Magalhães, que teve a direção de Antunes Filho, e participou como ator das peças 'Olá, Seu Nicolau', de Luiz Watson, e 'Espetáculo Grego', de Alberto Cavalcanti.

Fabio Sabag em Nina, 1977 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Trabalhou com Graça Mello e Olga Navarro no 'Teatro de Alumínio', da atriz Nicette Bruno, ainda em 1952, antes de ingressar como diretor e produtor na TV Paulista, hoje Globo São Paulo. Em seguida, na TV Tupi, participou como ator dos programas infantis de Júlio Gouveia e de Tatiana Belinky. Entre 1952 e 1956, integrou o elenco do 'Teatro de Sérgio Britto', e coordenou o núcleo de teatro infantil. Este trabalho com as crianças funcionou como uma espécie de ensaio para o programa 'Teatrinho Troll', que durante dez anos (de 1956 a 1966) foi ao ar na TV Tupi, sob sua direção.

Entrada na Globo

Fabio Sabag estreou na Globo, como ator, na novela 'Anastacia, a mulher sem destino' (1967), escrita por Emiliano Queiroz e Janete Clair. O primeiro trabalho como diretor na Globo veio no ano seguinte, em 'O Santo Mestiço'.

Sabag dirigiu, ainda em 1968, a novela 'A Grande Mentira'. Escrita por Hedy Maia e gravada em São Paulo, foi a primeira produção da emissora a ter forte apelo entre o público daquela cidade. Para sonorizar a trama, o diretor usava os discos que estavam nas paradas de sucesso na Rádio Excelsior. Assim, o público ouvia durante a novela as músicas mais votadas. Com o término de 'A Grande Mentira', Fabio Sabag voltou para o Rio de Janeiro e assumiu a direção de 'A Gata de Vison' (1968), de Glória Magadan, na qual também atuou. Em seguida, dirigiu as novelas 'A Última Valsa' (1969), de Glória Magadan, e 'A Cabana do Pai Tomás' (1969), de Hedy Maia, Sérgio Cardoso e Walther Negrão.

Diretor, produtor e executivo

Entre 1973 e 1977, Fabio Sabag ocupou o cargo de produtor artístico e executivo da Central Globo de Produção, trabalhando diretamente com a supervisão de novelas, ao lado de Daniel Filho. Com a divisão das novelas em núcleos, passou a dirigir alguns 'Casos Especiais' e quadros do 'Fantástico'. Logo depois, esteve à frente das novelas 'Anjo Mau' (1976) e 'Locomotivas (1977), ambas escritas por Cassiano Gabus Mendes. Em 1977, foi convidado pelo diretor Walter Avancini e passou a integrar o núcleo das 22h, dirigindo a novela 'Nina' (1977), de Walter George Durst.

Partido Alto: cena em que Turqinho (Fabio Sabag) chega achando que dominará o ponto do bicho, mas Izildinha (Célia Helena) revela que assumirá os negócio de Célio (Raul Cortez).

Partido Alto: cena em que Turqinho (Fabio Sabag) chega achando que dominará o ponto do bicho, mas Izildinha (Célia Helena) revela que assumirá os negócio de Célio (Raul Cortez).

Fabio Sabag dirigiu ainda as novelas 'Mandala' (1987), de Dias Gomes e Marcílio Moraes, 'Que Rei Sou Eu?' (1989), de Cassiano Gabus Mendes, 'Sexo dos Anjos' (1989), de Ivani Ribeiro, 'Vamp' (1991), de Antonio Calmon, e 'De Corpo e Alma' (1992), de Gloria Perez. Como diretor, também comandou episódios dos seriados 'Malu Mulher' (1980), 'Plantão de Polícia' (1980) e 'Obrigado, Doutor' (1981), estrelado por Francisco Cuoco. Em 1981, passou a dirigir o 'Sítio do Picapau Amarelo', que permaneceu sob a direção-geral de Geraldo Casé. Além disso, dirigiu o programa 'Você Decide' de 1992 a 1997.

Fabio Sabag em O Primo Basílio, 1988 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

PERSONAGENS

Fabio Sabag atuou em várias novelas da Globo. Entre os personagens que interpretou, destacam-se: o Bispo, de 'O Casarão' (1976), escrita por Lauro César Muniz; Turquinho, de 'Partido Alto' (1984), de Aguinaldo Silva e Gloria Perez; Olívio, de 'Cambalacho' (1986), escrita por Silvio de Abreu; Lourival, de 'Brega & Chique' (1987), de Cassiano Gabus Mendes; Castro, da minissérie 'O Primo Basílio' (1988), de Gilberto Braga e Leonor Bassères; Roger, de 'Que Rei Sou Eu?' (1989), escrita por Cassiano Gabus Mendes; e Quindoca, da segunda versão de 'Pecado Capital' (1998), escrita por Gloria Perez.

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Webdoc minissérie - O Primo Basílio (1988)

Webdoc minissérie - O Primo Basílio (1988)

Em quase 60 anos de carreira no teatro, trabalhando como diretor, ator ou produtor, participou de mais de 70 peças. Entre as quais, 'Gata em Teto de Zinco Quente', de Tennesse Williams, 'A Bela Madame Vargas', de João do Rio, 'O Fiel Camareiro', de Ronald Harwood, e 'O Silicone', de Gugu Olimecha. No cinema, foram mais de 50 filmes, entre os quais: 'Mineirinho Vivo ou Morto, de Aurélio Teixeira, 'Os Inconfidentes', de Joaquim Pedro de Andrade e 'A Ópera do Malandro', de Ruy Guerra. Fabio Sabag foi também colunista dos jornais 'O Tempo', 'Edição Final', 'Revista Polichinelo' e 'Rio by Night'. Além disso, é autor de 'O Solteiro na Cozinha', livro de receitas nacionais e internacionais publicado em dezembro de 1995, pela editora Brasil-América.

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Fabio Sabag morreu em 31 de dezembro de 2008, aos 77 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer na próstata.

Fonte

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