Fábio Neiva Ibiapina é filho de José Wilson Ferreira Ibiapina e Edilma Neiva Ibiapina, ambos jornalistas. Através do convívio com os bastidores da profissão, desde cedo Fábio Ibiapina desenvolveu seu gosto pela comunicação, editando filmes caseiros em VHS na infância, trabalhando como DJ na adolescência, e iniciando, aos 15 anos, uma empresa de sonorização. Em 1999, ingressou como editor de imagem na TVE, levado por Normando Parente, cinegrafista da Globo durante muitos anos, e na época o chefe do setor na TVE. Rapidamente, Fábio já estava editando sua primeira reportagem para o jornal de rede 'Repórter Brasil Noite', com uma matéria da repórter Veruska Donato sobre o “bug do milênio”.
Através da indicação de dois colegas editores, Vinicius Menezes, que era coordenador do 'JN' em Brasília, e Carlos Peixoto, que depois trabalhou no 'Fantástico', Fábio Ibiapina foi chamado para participar de um processo seletivo na Globo. Depois de seis meses trabalhando na TVE, foi contratado pela Globo em julho de 1999, ainda com 18 anos de idade. Só então começou seus estudos no curso de Jornalismo no IESB, Instituto de Educação Superior de Brasília.
À época de sua entrada na emissora, na Globo Brasília, sob a direção de Toninho Drummond, investia em mudanças tecnológicas, como em ilhas de edição não lineares, e mudanças de conteúdo jornalístico, no sentido da ampliação da cobertura local e da produção das séries jornalísticas especiais. Começou, então, a trabalhar como editor no 'Bom Dia DF', telejornal local que, exibido de manhã, era editado na véspera.
Ainda em 2000, com a implantação da nova ilha de edição não linear, editou o 'Crônica da Cidade', no 'DFTV', que ao lado de outros produtos jornalísticos como o 'Globo Comunidade' e 'Agenda Cultural', começaram a promover um jornalismo mais voltado para o dia a dia do cidadão. A primeira crônica, exibida justamente no aniversário da cidade, foi sobre a saga dos pioneiros que vieram construir Brasília.
No final de 2001, participou da criação do programa 'Fatos e Versões', um projeto de Luiz Cláudio Latgé de fazer uma revista sobre os bastidores da política, mostrando de forma leve e bem-humorada a semana em Brasília. Com um formato de programa de entrevistas, era ancorado por dois comentaristas políticos, Franklin Martins e Cristiana Lôbo, com os assuntos pontuados por matérias exibidas em VTs. Por conta das eleições de 2002, o programa teve sua estreia apenas em 2003, com Afonso Cozzolino como editor responsável.
Ao lado de Jorge Sacramento, coordenador da GloboNews, criou o projeto do Núcleo 51, de reportagens especiais. A primeira matéria oriunda do Núcleo, que conquistou dois prêmios, contou com a participação de cinco repórteres diferentes – Fábio William, Júlio Mosquera, Carlos de Lannoy, Sônia Bridi e Luís Fernando Silva Pinto – e VTs internacionais para mostrar a questão dos biocombustíveis no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.Outra série concebida e realizada pelo Núcleo 51 de Brasília foi Apagão Carcerário, com os repórteres Fábio William e César Menezes, inteiramente editada na Capital Federal. Além disso, o Núcleo também passou a fazer séries de reportagens para os telejornais locais, como uma série sobre os 25 anos do 'DFTV', com 25 matérias relembrando as principais coberturas que o telejornal fez ao longo dos anos.
Começou sua longa parceria com o repórter Marcelo Canellas, editando a série 'Fome', de 2001, produzida com a equipe de Jornalismo de Brasília, e que foi uma das séries mais premiadas do telejornalismo brasileiro. Entre outros prêmios, a equipe da Globo recebeu o Ayrton Senna de Jornalismo, o Barbosa Lima Sobrinho, o Imprensa Embratel, o Vladimir Herzog, na categoria de documentário, e a medalha ao mérito da ONU (Organização das Nações Unidas).Já em 2002, Carlos Henrique Schroder sugeriu a produção de séries de reportagens Eleições 2002. A Globo Brasília contribuiu com duas séries. Ao todo, ao longo de duas semanas, foram dez reportagens sobre desigualdade de regiões. Foi, além disso, a primeira série editada na ilha não linear de Brasília.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc jornalismo - Jornal Nacional: Série Fome (2001)
Em 2007, recebeu o Prêmio Especial de Meio Ambiente, pela série de reportagens 'Agroenergia', feita com os repórteres Carlos de Lannoy, Fábio William, Júlio Mosquéra, Luís Fernando Silva Pinto e Sônia Bridi, e exibida no 'Jornal Nacional'.
Ao lado de Marcelo Canellas, realizou reportagens para o 'Fantástico' e para o 'GloboNews Especial', como 'O Povo das Águas', ganhadora de uma menção honrosa no Prêmio Ethos de Jornalismo. Outra reportagem da dupla, A Tropa do Zé Merenda, sobre um servidor público que levava a merenda escolar no lombo de um burro, também conquistou alguns prêmios, entre os quais o CNT de Jornalismo de 2009. Outro trabalho de Marcelo Canellas e Fábio Ibiapina foi 'Cabeça de Cachorro', uma série para o Projeto Amazônia, que ganhou em 2009 o XXVI Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo. Posteriormente, editou a série 'E Eu com Isso?', exibida no 'Fantástico', com o jornalista Júlio Mosquéra, com quem já havia feito uma série para o 'Jornal da Globo' sobre as fronteiras do Brasil. Em 2011, integrou, como editor, o núcleo do 'Fantástico' em Brasília, ao lado de Vianey Bentes, coordenador, Diego Moraes, produtor, e Marcelo Canellas, repórter.
Fábio Ibiapina deixou a emissora em 2023.
FONTE:
Depoimento concedido ao Memória Globo por Fábio Ibiapina em 06/04/2011. |